segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

TABELIÃO LUIZ BELCHIOR, O CRACKER & HACKER E AS FRAUDES



 
Em depoimento à polícia, Paulo Araújo Ferreira disse ser formado em mecatrônica e análise de sistemas pela Universidade de São Paulo (USP). Ele retornou ao Maranhão em 2008, “embora tenha distribuído currículo em diversas empresas, não conseguiu ser contratado“.
Em janeiro de 2010, o analista de sistemas foi indicado ao tabelião Luiz de França Belchior Filho, para “projetar e executar um sistema de telefonia para o Cartório do 3º Ofício de Notas da Capital (rua da Paz)”.
Em seguida Paulo Ferreira, instalou um sistema de redes, integrando os computados do Cartório do 3º Ofício de Notas da Capital com os do cartório de Maranhãozinho, nesse período Luiz Belchior Filho descobre que “Paulo Ferreira havia sido preso em São Paulo, por hackear contas bancárias“.
À Polícia Civil, o analista de sitemas afirmou que “Luiz Belchior Filho o contratou para desenvolver um sistema que pudesse invadir bancos de dados de instituições financeiras“.
Paulo Ferreira revelou que o tabelião “financiou a compra de placas e componentes para que ele montasse um computador para invadir os sistemas. Foram investidos R$ 15 mil na montagem do computador“, delatou Ferreira. Ele disse que projetou 13 programas, todos com nomes femininos:
PROGRAMA ANA: processa os dados dos cartórios do 3º Ofício da Capital e de Maranhãozinho;
PROGRAMA JOANY – atua com o programa GLÓRIA, consegue invadir os servidores de nstituições financeiras e órgãos da administração pública federal, estadual e municipal. Pode copiar dados e introduzir novas informações;
PROGRAMA GLÓRIA – atua especificamente nas fraudes de contas bancárias;
PROGRAMA CONCEIÇÃO – invadia o servidor do Instituto de Identificação da Secretaria de Segurança Pública;
PROGRAMA LUCY – acessava o servidor central do Tribunal de Justiça e “lá inseria dados de quaisquer natureza ou subtraia os que estavam arquivados“;
PROGRAMA MARIA – era usado para invadir os computadores dos gabinetes dos desembargadores e dos juízes, era usado com o PROGRAMA MAGNÓLIA;
PROGRAMA MAGNÓLIA – interceptava e-mails de desembargadores e juízes;
PROGRAMA SABRINA – injetava vírus em rede de computadores e máquinas pessoais; era também utilizado para quebrar os cincos níveis de segurança dos sistemas de bancos e órgãos públicos;
PROGRAMAS JAQUELINE E MAYARA – inseriam dados nos computadores de pessoas escolhidas com o objetivo de incriminá-las ou de fazer ameaças; as informações eram utilizadas por outros juízes e desembargadores cooptados pelo quadrilha que expediam ordens judiciais em desfavor dos mesmos;
PROGRAMAS MARTA I e MARTA II – eram utilizados para a transferência de dados criptografados dos cartórios de Maranhãzinho e Maracaçumé;
PROGRAMA TEREZINHA – era o programa matriz e nele eram arquivados todos os dados obtidos através dos outros programas e após analisados e alterados eram devolvidos ao computador onde o golpe foi executado.
Paulo Ferreira contou a polícia que recebia um salário mensal de R$ 800,00 e que chegou a receber “uma gratificação de R$ 5 mil para enviar dados desfavoráveis a um determinado juiz, cujo nome não quis declinar no momento“.

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