sábado, 30 de novembro de 2013

SP: quase metade dos professores estaduais já foi agredida na escola


São casos de agressões física, verbal e bullying, relatos de furto e assaltos.
Pesquisa mostra que 44% dos alunos não se sentem seguros na escola.


Uma pesquisa sobre a segurança nas escolas mostrou que quase a metade dos professores e um terço dos alunos da rede estadual de São Paulo já sofreram algum tipo de violência. E o perigo está dentro da escola.

São casos de agressões física, verbal e bullying, e também há relatos de furto e assaltos. Ao todo, 44% dos alunos entrevistados disseram que não se sentem seguros na escola e 20% deles admitiram que já cometeram algum tipo de violência.

A pesquisa também mostra que muitos pais não se preocupam em saber o que acontece dentro dos colégios.

Alguns pais não abrem mão de buscar os filhos na escola, não importa a idade. “Eu já falei para minha filha: ela vai ficar velha e eu andando atrás dela na porta da escola. Eu não vou deixar, porque já vi muitas coisa ruins acontecerem”, conta a doméstica Maria do Socorro Bezerra.

“Todo dia venho trazer meu filho e buscar, eu sou pai e mãe. Então eu trago ele na escola, levo ele de volta, todo dia é isso”, afirma o protético Wagner Villa.

Um medo que se justifica, segundo uma pesquisa encomendada pela Associação dos Professores do Estado de São Paulo. Ao todo, 28% dos alunos entrevistados disseram que já foram vítimas de algum tipo de violência. Entre os professores, o índice sobe para 44%.

Os casos mais comuns são agressões física, verbal e bullying, mas também há relatos de furto e assaltos. O levantamento também trás um dado que preocupa os especialistas em educação: os pais estão muito distantes da realidade das escolas.

“A grande maioria dos pais não participa das assembleias dentro das escolas. Só 30% dos pais conhecem outros pais e com isso eles acabam não enxergando a violência que acontece dentro da sala de aula, que acontece dentro dos portões do colégio”, afirma Renato Meirelles, presidente do Data Popular.

A pesquisa não mostrou só o que acontece de ruim nas escolas. Revelou, por exemplo, que a violência diminui onde temas como tráfico de drogas são discutidos abertamente com pais e alunos. E também é menor nas escolas que abrem as portas nos fins de semana e viram um lugar de lazer para os moradores do bairro.

Para Priscila Cruz, diretora executiva do movimento ‘Todos pela Educação’, essa iniciativa mostra que quando família e comunidade ocupam a escola, todos se tornam responsáveis pela busca de soluções.

“Eu acho que essa formação integral da criança, que não é só a escola, que não é só o professor, também é família, é comunidade, é toda a sociedade”, diz Priscilla.

A Secretaria Estadual de Educação diz que trabalha permanentemente com os pais dos mais de quatro milhões de alunos da rede de ensino e que faz reuniões bimestrais nas cinco mil escolas. Também disse que o número de professores-mediadores, que atuam em situações de conflito, dobrou.

" A lei é para todos"- privilégios na papuda


Justiça do DF pede tratamento igual para todos os presos da Papuda


Decisão foi tomada após inspeção no presídio. Presos reclamaram de tratamento diferenciado recebido pelos dez condenados do mensalão.





A Justiça do Distrito Federal determinou que os presos do mensalão tenham tratamento igual aos outros presos.

A decisão foi tomada após uma inspeção na penitenciária onde estão presos dez condenados do mensalão.

Os juízes relataram um clima de instabilidade e insatisfação entre os presos, que querem receber alimentação e visitas assim como vem acontecendo com os condenados do mensalão. Parentes de detentos também se queixaram do tratamento diferenciado.

Além disso, as duas mulheres condenadas do mensalão – Simone Vasconcellos e Katia Rabelo – serão transferidas da Papuda para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

É 36.,É PRA MUDAR,PRA RENOVAR-propostas para a saúde-recordar é sofrer- estelionato político


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As propostas são muitas, propostas bonitas. desejadas, bem feitas, sempre criticando o outro, desquaalificando o outro e se dizendo diferente, honesto, transparente, retratou a saúde a época como um caos ,o que era verdade, o que ele ,o prefeito não sabia. é que o filme retraria hoje 29 de novembro de 2013 a sua administração, é o caos, um estelionato político, o maior da capital até hoje, com técnicas nazistas, o programa eleitoral mexeu com o sentimento do povou de São Luis, fala de ausências, de respeito, de dignidade, de justiça social, de transparência, e destroi o "outro". O filme é atual e serve para a retratar a adm de São Luis

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

É36. ,pra mudar, pra melhorar- Pacto por São Luís - recordar é sofrer

Neste vídeo initulado, pacto por São Luís , o prefeito ED H promete muito, promete mudar a cara de São Luis, no vídeo recupera o seu potencial magestoso, pra sugerir que São Luis está abandonada mas que retomará o lugar que merece,conduzido por ele , se eleito fosse. Promete construir viadutos, escolas em tempo integral, recuperar ruas , transformar a cidade, trabalhar intensamente.



quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O VEREADOR do PTC EDMILSON JANSEN EXPLICA OS MOTIVOS DA ADMINISTRAÇÃO RUIM DA PREFEITURA






O vereador Edmilson Jansen, do PTC, homem de coniança do Edvaldo Holanda, expõe de forma clara, nua e crua a situação da administração da prefeitura de São Luis, que segundo ele ainda não deslanchou por conta do PCdoB, que interfere em todos os setores da administração, responsabiliza o partido pela situação na saude, na educação, onde indicou secretários, também responsabiliza o partido do candidato Flávio Dino pela não fechamento de parcerias com o governo do estado, pois os dirigentes do partido, não pensam em São Luis ,mas somente em si. O vereador chega a comparar a intervenção do PCd B na prefeitura com as forças ocultas que derrubaram Janio Quadros. Por fim ,afirma que Edvaldo Holanda Junior não irá sucumbir, que o prefeito só irá deslanchar quando descartar o PCd B da administração

terça-feira, 26 de novembro de 2013

As pesquisas começam a mostrar em São Luis um cenário diferente

A última pesquisa de intenção de votos em São Luis, Realizada pela escutec , reflete o óbvio , o povo de São Luis começa a se posicionar conta Flávio Dino, não foi por falta de aviso ,A postura do grupo mais próximo de Flávio depõe dia e noite contra o discurso pregado pelo candidato a governador.

O candidato fala em justiça social. fraternidade, transparência, participação popular, distribuição de renda. aplicação do dinheiro público corretamente, O seu grupo na prática desagrega, descarta, utiliza e joga fora, a receita típica do stalinismo, enquanto o candidato fala em combate a oligarquia, o seu gupo a cada dia se completa com dissidentes do grupo Sarney.Sao muitos , a perder de vista, fala em Transparência e caminha com envolvidos em escândalos pùblicos em um passado recente, atacava dia e noite o atraso agora sente-se "honrado" com uma possível aliança com esses setores.

Na administração municipal participa da pior gestão dos últimos anos, mas insiste em divulgar que está "arrumando a casa", talvez a deles. A dispensa de licitação tornou´se regra , inclusive em secretarias diretamente ligada ao candidato a governador pelo PCdB.

Agora emerge dos bastidores do TRE os financiadores de campanha de Dino , com práticas nada recomendaveis,tudo isso vai desconstuindo a imagem de probo, de diferente, de mudança.

Seus aliados mais próximos, tido como de postura irretocavel constam nos páginas do TJ respondendo a situações que sugerem o contrário.

No horário eleitoral voltaráa a tona a atuação do Sinproessema na "defesa" dos professores, a famosa dispensa de execução coletiva de mais de $400,000.000.00, mantendo os honorários de sucumbência sobre esse valor, assim o espaço em São Luis, principalmente, está aberto ao novo , não aqueles vestidos com roupas novas mas com métodos antigos, mas aqueles que querem inaugurar um novo jeito de caminhar.

Companhia de Polícia de Raposa é alvejada durante a madrugada

Seis homens, em três motocicletas seriam os autores dos disparos.
Polícia afirma que esta é uma reação às operações de combate ao crime.
http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2013/11/companhia-de-policia-de-raposa-e-alvejada-durante-madrugada.html



A 3ª Companhia da Polícia Militar de Raposa, na Grande São Luís, foi alvo da ação de criminosos na madrugada desta terça-feira (26). Por volta das 1h10, seis homens, que estavam em três motos, dispararam contra a Companhia. Os militares reagiram, houve troca de tiros e os bandidos saíram em fuga.

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Bandidos tentam incendiar ônibus e trailer da PM em São LuísSuspeitos de participar de ataques contra a polícia são apresentadosDe acordo com o major Araújo, comandante do 13º Batalhão de Polícia, da qual a Companhia de Raposa faz parte, as motos utilizadas na ação foram roubadas na área da Cidade Operária. "Isso é uma resposta a todas as apreensões que a polícia vem fazendo. Estamos fazendo muitas prisões importantes. Eles estão querendo intimidar, mas não vão conseguir. Nós não estamos intimidados, vamos para a frente", garantiu o major.

Os disparos foram feitos de pistolas 380, conforme cartuchos encontrados no local. Nenhum PM foi atingido. Nas paredes da Companhia ficaram marcas de balas na parede, mas não houve nenhum sério dano na estrutura física.

"Nosso Serviço de Inteligência está já com todas as informações. Estamos com uma pista no sentido de fazer a prisão desses elementos e as investigações estão bem adiantadas. Vamos continuar o trabalho de repressão, de combate à bandidagem, ao tráfico de drogas. Nós vamos para cima dos criminosos", avisou o comandante do 13º Batalhão da PM.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

PRESO SUSPEITO DA MORTE DE IRMÃOS - P ONTO PARA A PC

A polícia prendeu, nesta segunda-feira (25), o suspeito de ter assassinado dois irmãos empresários, em um crime de encomenda, no ano passado, no distrito industrial, em São Luís.

Erinaldo Almeida Soeiro é suspeito de assassinar José Mauro Alves Queiroz e José Queiroz Filho num crime ousado dentro de uma empresa de venda de óleo reciclado.

No momento da prisão, mais três pessoas estavam com Erinaldo Almeida. Todas suspeitas de praticar assaltos em São José de Ribamar. Com o grupo estavam duas motos roubadas e uma espingarda calibre 12. Após a prisão de Erinaldo, a polícia encerra as investigações do caso dos irmãos Queiroz.

O delegado Roberto Fortes disse que o suspeito está sendo investigado por cometer outros assassinatos. “Após um mês do crime, a gente já tinha um mandado de prisão contra ele, mas a gente só veio confirmar isso na sexta-feira. Agora, ele é acusado da prática de outros crimes que nós estamos apurando. Inclusive, crimes de homicídios”.

Crime
(Veja no vídeo acima)
Eram 14h30 de uma quarta-feira de janeiro de 2012. Um homem em uma moto preta chegou à empresa e informou ao porteiro que queria comprar óleo. O funcionário ligou para o Sérgio, um dos sócios da empresa, que foi atendê-lo na porta. Em seguida, o homem rendeu os dois, e juntos foram até a sala dos irmãos. Dentro da sala o homem ordenou que o porteiro e Sérgio deitassem no chão e, em seguida deu um tiro em José Mauro e dois tiros em José Queiroz.

Segundo as investigações, o assassino foi contratado por um dos sócios dos irmãos queiroz que tinha débitos com a empresa.

Justiça do Trabalho condena Vale a pagar indenização de R$ 18,9 mi

Sentença atende a ação movida pelo Ministério Público do Trabalho.
Desde 2007, MPT abriu sete inquéritos para apurar denúncias contra a Vale.




A mineradora Vale foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 18,9 milhões por dano moral coletivo, em processo iniciado há dois anos. A sentença foi assinada pelo juiz da 7ª Vara do Trabalho de São Luís, Francisco Tarcísio Almeida de Araújo, atendendo a ação civil movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-MA).

O valor do dano moral coletivo corresponde a 0,05% do lucro líquido obtido pela Vale em 2011 – R$ 37,8 bilhões. Além desse montante, a Vale poderá pagar multa diária de R$ 200 mil (até o limite de R$ 20 milhões), caso não cumpra 31 obrigações de fazer no prazo de 60 dias, a partir da data em que for notificada da decisão.

Além de cumprir as obrigações de fazer, a mineradora deverá garantir que as empresas terceirizadas também acatem a decisão judicial. Entre as medidas a serem adotadas estão: implantação de Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e de medidas de prevenção de acidentes e doenças de trabalho; fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados; instalação de barreiras físicas resistentes em áreas com risco de queda de pessoas e equipamentos no mar; fornecimento de água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores; entre outras determinações.

Inquéritos
No Maranhão, o MPT investiga a Vale desde 2007. Ao longo desse período, a instituição abriu seis inquéritos civis para apurar suspeitas de negligência às normas de saúde, meio ambiente e segurança do trabalho.


Do G1 MA


Em nota, a Vale informou “não ter sido notificada da condenação e esclarece que apresentará sua manifestação após comunicação oficial do Judiciário”. Leia abaixo a íntegra da nota:

A Vale informa não ter sido notificada de decisão sobre condenação em Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Trabalho e esclarece que apresentará sua manifestação após comunicação oficial do Judiciário.

Em todas as suas operações a Vale procura atuar de forma responsável com todos os grupos e pessoas com as quais tem interface, com o devido respeito e observância às questões socioambientais e de saúde e segurança no trabalho

TCU aponta problemas em Unidades de Conservação da Amazônia


Relatório aponta falhas nas Unidades de Conservação da Amazônia.
Maiores problemas estão na gestão e na infraestrutura.

Do Globo Rural


A Amazônia tem 247 Unidades de Conservação. São florestas, parques, reservas extrativistas e outras áreas protegidas por lei, que somam 1,1 milhão de quilômetros quadrados.

Os Tribunais de Contas da União e dos nove estados da Amazônia fizeram uma auditoria que durou um ano. Os auditores verificaram o cumprimento da lei 9.985, do ano 2000, que criou as Unidades de Conservação. O resultado apontou problemas de infraestrutura e gestão governamental.

57% das Unidades de Conservação federais ainda não têm um plano de manejo, que inclui regras para exploração madeireira, extrativismo e turismo. 92% delas têm no máximo cinco funcionários cada, número que o TCU considera muito baixo.

O relatório aprovado pelo TCU fez recomendações ao Ministério do Meio Ambiente e ao ICMBio, que cuida diretamente das Unidades de Conservação, e também determinou um prazo de 180 dias para apresentar seus planos.

O ministro interino do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, disse que o governo vai realizar, até o meio do ano que vem, um concurso para contratar
O ministério informou também que está reestruturando os planos de manejo. O presidente do ICMBio, Roberto Vizentim, disse que as recomendações do TCU vão ajudar nas melhoria das Unidades de Conservação.

Histórias dos nomes das Ruas e Praças de São Luís- parte IV

Largo do Carmo
Nesta praça aconteceu um dos mais importantes fatos históricos maranhenses, a batalha entre holandeses e portugueses, em 1643.

Este também foi o logradouro com grande movimentação social e eclético da cidade por muitos anos. Por ele passaram todos os movimentos políticos e sociais da cidade. Ladeada pela Igreja do Carmo, com suas escadas e fonte, e o Grêmio Lítero Recreativo Português, tendo ao seu centro o coreto de bares que viram a madrugada.

Seu nome foi dado em função do Convento e Igreja do Carmo, mas foi também chamada de Praça João Lisboa como homenagem ao mestre do jornalismo, João Francisco Lisboa, considerado um dos mais corretos escritores de nossa língua, e possui numa de suas alas a estátua francesa do escritor.



Largo dos AmoresLargo dos Amores

Esta praça é uma das mais belas de São Luis. Localizada num promontório em frente ao rio Anil que permite uma vista da Ponte do São Francisco e do bairro do mesmo nome. Nela está a Igreja Nossa Senhora dos Remédios com sua exuberante arquitetura e a estátua do poeta maior maranhense Gonçalves Dias.

A praça já foi chamada de Largo dos Remédios e Praça Gonçalves Dias, mas os namorados a batizaram definitivamente de Largo dos Amores. Estes, sob a inspiração do poeta, encontram nos seus jardins lugar apropriado para suas paixões.

Fonte: nordestebrazil


http://nossomaranhao.wordpress.com/2010/01/22/historias-dos-nomes-das-ruas-e-pracas-de-sao-luis/

A VILA ITAMAR COM MEDO

A Vila Itamar está aterrorizada pelo indivíduo chamado "Sapão". egresso do sistema penitenciário, já matou várias pessoas na Vila Itamar, a última vítima foi um menor ´que foi alvejado em um tiroteio e morreu, por isso a comunidade fechou a BR 135, pra chamar atenção das autoridades, que se fazem de surdos e cegas

BR 135 interditada

Populares interditam a br 135 a altura da PRF , nos dois sentidos , centro e sentido estiva, segundo informações de populares, o movimento ocoreu após tiroteio na Vila Itamar , onde teria morrido um menor

Auditor revela que gastava dinheiro de propina com garotas de programa


Luís Alexandre revela que gastava propina com hotéis, jantares e mulheres. Fraude na prefeitura de São Paulo pode chegar a R$ 500 milhões.


O Fantástico apresenta as confissões de um corrupto. Em uma entrevista exclusiva, o auditor fiscal Luís Alexandre Cardoso de Magalhães conta como desviava - e gastava - dinheiro da Prefeitura de São Paulo.

O auditor diz que era viciado em sexo e que a propina financiou encontros com garotas de programa, carrões e uma lancha, de R$ 500 mil.

Luís Alexandre: Entre hotel, jantar e mulher, já cheguei a gastar R$ 8 mil, R$ 10 mil.
Fantástico: Com dinheiro da corrupção?
Luís Alexandre: Isso.

Luís Alexandre Cardoso de Magalhães é um dos quatro auditores fiscais suspeitos de participar de um esquema de corrupção na prefeitura de São Paulo. Ele, Carlos Augusto di Lallo, Eduardo Barcelos e Ronilson Bezerra são investigados por cobrar propina de construtoras para que elas pagassem menos ISS, o Imposto Sobre Serviço. A fraude pode chegar a R$ 500 milhões.

Luís Alexandre: Eu vou responder pela parte que eu fiz. O resto é com a Justiça.
Fantástico: Por que você resolveu denunciar todo o esquema e colaborar com o Ministério Público.
Luís Alexandre: No momento em que eu fui preso eu estava com muito medo de perder a guarda do meu filho. Eu entendi que a minha melhor participação nisso era assumir a parte que me cabe. Na verdade, eu revelei como a gente operava.

O auditor revela: as empresas envolvidas no esquema conheciam a fraude e sabiam até quem seria o subsecretário de Finanças antes mesmo que o nome fosse anunciado pela prefeitura.

Fantástico: As empresas não são vítimas?
Luís Alexandre: Não. Quem queria participar já procurava a gente. A construção civil sabia quem ia ser o chefe do setor antes mesmo da nomeação.
Fantástico: E quando elas chegavam, como era essa conversa?
Luís Alexandre: Tinha obra que devia muito. Então, eles sugeriam já, eles já sabiam como funcionava, já sugeria participar daquela situação.

Luís Alexandre explica que as construtoras, muitas vezes, chegavam a pagar apenas a metade do que deviam aos cofres públicos. E dessa metade, só uma pequena parte era recolhida como imposto. O resto virava propina.

Fantástico: O dinheiro da fraude era dividido em partes iguais ou não?
Luís Alexandre: O que sobrava dividia em quatro.
Fantástico: Em média, quanto cada um recebia?
Luís Alexandre: O Ministério Público insistiu nessa pergunta. Às vezes, era R$ 70 mil. Às vezes, era R$ 30 mil. Às vezes, R$ 40 mil.
Fantástico: Por semana?
Luís Alexandre: Por semana.

E, segundo ele, tudo em dinheiro vivo.

Fantástico: No seu depoimento, você fala que chegou a levar dinheiro na própria prefeitura, no 11º andar. Isso acontecia?
Luís Alexandre: Aconteceu, porque a gente trabalhava em um prédio e o subsecretário fica em outro prédio.

Na época, o auditor Ronílson Bezerra era o subsecretário de Finanças. Ele era o mais ansioso na hora de receber a propina, diz Luís Alexandre.

Luís Alexandre: Ele queria na hora; Aconteceu uma situação de manhã, até a tarde tinha que estar com ele. Uma aflição absurda.
Fantástico: Como era feito esse transporte?
Luís Alexandre: Em pacote, uma sacola.

Questionado sobre o envolvimento de políticos no esquema e o financiamento de campanhas, Luís Alexandre desconversou.

Luís Alexandre: Não sei te falar. Eu vou até aonde vai a minha participação. Não sei e nunca ouvi falar sobre isso.
Fantástico: A sua participação...
Luís Alexandre: Era até o subsecretário.

De acordo com Luís Alexandre, só Ronílson tinha contato com políticos.

Luís Alexandre: Não tinha nem contato no dia a dia com o subsecretário para saber com quem ele falava, com quem ele se relacionava, qual era o nível da conversa. Eu nunca participei.
Fantástico: Para quem você deu dinheiro durante todo esse tempo?
Luís Alexandre: Para o Lallo, para o Barcellos e para o Ronílson.

O advogado de Ronílson Bezerra não quis comentar as declarações de Luís Alexandre. O de Carlos Augusto di Lallo disse que o cliente dele não recebeu propina. Já o advogado de Eduardo Barcellos confirmou que o auditor recebeu dinheiro de construtoras.

E onde foi parar o patrimônio de Luís Alexandre? Ele chegou a falar com uma funcionária de um banco em Miami, nos Estados Unidos, como mostra esta escuta telefônica.

Luís Alexandre: Qual é o assunto que a senhora quer tratar comigo, dona Vera?
Dona Vera: Eu estou falando a respeito da conta “Concentração”.

Fantástico: Você tem conta em Miami?
Luís Alexandre: Não.
Fantástico: E o seu patrimônio? Você comprou com dinheiro da corrupção, da fraude?
Luís Alexandre: Eu gastei muito dinheiro na noite.
Fantástico: Com o quê? Saía à noite?
Luís Alexandre: É. Cada um teve a sua compulsão. Eu tive uma. Eu comecei a ficar compulsivo por sexo. Eu frequentava alguns locais que eram frequentados por garotas de programa e, às vezes, eu chegava às 16h e saía às 6h, ia em casa, tomava um banho e ia trabalhar.
Fantástico: Gastava quanto em uma noite?
Luís Alexandre: Eu nunca tomei vinho de R$ 4 mil, mas já paguei para algumas pessoas que já saíram em capas de revistas R$ 5 mil para mulher.

Com o dinheiro da propina, Luís Alexandre levava uma vida luxuosa: viajava para Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, em avião particular, sempre com garotas de programa.

Luís Alexandre: Ficava sábado e domingo em alto mar. Voltava, às vezes, segunda de manhã. Fiz isso algumas vezes. Não com as mesmas meninas. Levava uma. Aí, em outra viagem, levava duas.

O avião que Luís Alexandre costumava alugar era um bimotor com capacidade para até seis pessoas. Hoje, ida e volta para Angra dos Reis sai por cerca de R$ 6 mil e o auditor fiscal fazia pelo menos duas viagens por mês. Tudo pago com o dinheiro da fraude.

Fantástico: Você tem uma lancha lá também?
Luís Alexandre: Tenho.
Fantástico: Passeava também com as garotas nessa lancha?
Luís Alexandre faz que sim com a cabeça.

A lancha de Luís Alexandre custa, hoje, no mercado, R$ 500 mil.

Fantástico: Se fosse só o dinheiro do seu salário, você não gastaria isso?
Luís Alexandre: Não. Nem dava para fazer isso. Você não gasta com isso o dinheiro fruto do seu sacrifício. Gastava porque entrava. Eu quis viver.
Fantástico: E viveu?
Luís Alexandre: Vivi.

Luís Alexandre conta que foi em uma dessas aventuras que conheceu Vanessa Alcântara, a ex-namorada que aparece em escutas telefônicas com o auditor, ameaçando denunciar o esquema. Eles têm um filho de nove meses. “Vou contar que ‘tu’ contava dinheiro no tapete da minha sala. A gente contava R$ 200 mil. Lembra disso?”, perguntou Vanessa em gravação.

Fantástico: Como você conheceu Vanessa?
Luís Alexandre: Eu conheci em 2011, em uma casa frequentada por garota de programa.
Fantástico: Você contava dinheiro assim, no apartamento?
Luís Alexandre: Eu nunca contei dinheiro com ela no tapete, porque, se eu contasse, ela pegaria pelo menos a metade.

Vanessa diz que Luís Alexandre está mentindo. “Eu já cheguei a contar até R$ 400 mil, mas existiam valores menores: R$ 40 mil, R$ 80 mil. Ele usou de ‘a Vanessa é esquizofrênica, bipolar, garota de programa’, disso tudo para tentar me denegrir”, diz ela.

Luís Alexandre acusa Vanessa de usar o filho do casal para tirar dinheiro dele.

Segundo o auditor, em uma escuta telefônica em poder do Ministério Público, Vanessa agride a criança. “Eu não bati. Eu botava a chupeta, ele calava. Eu tirava a chupeta e ele estava quase dormindo, mas não foi um tapa”, conta Vanessa.

Luís Alexandre conseguiu a guarda da criança na Justiça.

Vanessa pode ver o menino uma vez por semana, só no fórum e na presença de uma assistente social. No vídeo do último encontro, na segunda-feira (18), Vanessa agride Luís Alexandre. “Como é que você vai sustentar o teu filho, Luís?”, pergunta ela, antes de acertar um soco na nuca dele.

“Começou a dar risada de canto de boca para mim. Eu fui para cima dele no impulso de mãe, muito nervosa, e dei um tapa na cabeça dele. Pode passar o tempo que for, ele vai para a cadeia. Ele vai perder tudo”, afirma Vanessa.

Hoje, Luís Alexandre mora com o filho e a nova namorada. O auditor pode ser condenado a 25 anos de cadeia.



Fantástico: Você não se arrepende de ser corrupto?
Luís Alexandre: Essa pergunta, eu ainda não sei te responder. A ficha não caiu.
Fantástico: Quem é o Alexandre corrupto?
Luís Alexandre: O Alexandre corrupto foi o que aceitou fazer parte dessa situação.
Fantástico: Se você tivesse condições de devolver esse dinheiro, você devolveria?
Luís Alexandre: É, não dá para fazer isso, né? Como é que eu vou fazer?
Fantástico: Nem teria como?
Luís Alexandre: Não teria como. Só se eu bater na porta de um monte de moça por aí e tentar devolver e tal. Não tem como

domingo, 24 de novembro de 2013

Histórias dos nomes das Ruas e Praças de São Luís------Parte III

Largo da Forca Velha



No centro da Praça ostentava uma forca, onde eram executados os condenados. Foi por ordem do Ouvidor Geral do Crime, desembargador José Francisco Leal, em 1815. Já em 1849, passou a ser chamada de Praça da Alegria com certeza para tentar apagar o estigma do passado.

Hoje a praça é um centro de vendas de flores e um belo recanto para passar as tardes sentado em seus bancos para ler um livro ou mesmo passear sob sua frondosa arborização.

Localiza-se bem no centro da cidade com acesso fácil ao comércio da rua Grande e adjacências.

Largo do Carmo
Nesta praça aconteceu um dos mais importantes fatos históricos maranhenses, a batalha entre holandeses e portugueses, em 1643.

Este também foi o logradouro com grande movimentação social e eclético da cidade por muitos anos. Por ele passaram todos os movimentos políticos e sociais da cidade. Ladeada pela Igreja do Carmo, com suas escadas e fonte, e o Grêmio Lítero Recreativo Português, tendo ao seu centro o coreto de bares que viram a madrugada.

Seu nome foi dado em função do Convento e Igreja do Carmo, mas foi também chamada de Praça João Lisboa como homenagem ao mestre do jornalismo, João Francisco Lisboa, considerado um dos mais corretos escritores de nossa língua, e possui numa de suas alas a estátua francesa do escritor







http://nossomaranhao.wordpress.com/2010/01/22/historias-dos-nomes-das-ruas-e-pracas-de-sao-
luis/

Uma bomba de R$ 150 bilhões


http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/134669_UMA+BOMBA+DE+R+150+BILHOES


STF julga indenização das perdas na poupança nos planos econômicos dos anos 1980. Decisão pode custar R$ 150 bilhões aos bancos e reduzir o crédito em R$ 900 bilhões


Nos últimos dois meses, a agenda do procurador-geral do Banco Central, Isaac Ferreira, denuncia o assunto que mais tem tomado a atenção do advogado maranhense. Ele visitou pessoalmente cada um dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Não se trata de cortesia aos colegas do Judiciário. Ferreira queria mostrar aos magistrados o impacto econômico potencial de um assunto que deverá ser apreciado pelo plenário na quarta-feira, 27. Nessa data, os ministros vão julgar a validade de quatro recursos extraordinários com repercussão geral reconhecida e uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 165)




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Esse jargão jurídico mascara o potencial explosivo de uma decisão que será tomada com mais de 25 anos de atraso. As petições tratam da mesma coisa: os expurgos monetários dos planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II. Colocados em prática entre 1986 e 1991, todos tentaram acabar com a inflação, que superava 4.000% ao ano, manipulando os índices de correção monetária dos contratos e das aplicações financeiras. Apenas no caso do Plano Verão, decretado pelo ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega em janeiro de 1989, a diferença contra os investidores foi de 20,37%.

Na ponta do lápis, a perda para os poupadores pode superar R$ 40 bilhões, diz um advogado paulista com larga experiência em defender os bancos. A maior perda foi no Plano Collor 1, em 1990, quando a rentabilidade das cadernetas de poupança foi tungada em 44,8%. A conta foi simples. O governo agiu sempre para quebrar a espinha dorsal da indexação da economia: os índices de inflação. Ao manipular artificialmente os índices, reduzia-se a inércia de preços. Um efeito colateral benéfico para o governo era diminuir o valor nominal de suas próprias dívidas.

Como os bancos também eram credores dos investidores, eles acabavam sendo beneficiados por tabela, o que causou a impressão incorreta de que o sistema financeiro lucrou com os planos. Tamanhas perdas motivaram uma multidão de investidores lesados a procurar seus direitos na Justiça. Os processados foram os bancos, com base no argumento jurídico de que, como guardiões do dinheiro dos poupadores, eles agiram contra os interesses dos clientes ao aplicar os expurgos nas cadernetas de poupança.


Expurgo nos índices: Plano Verão, criado por Maílson da Nóbrega (à dir.) no último ano
do governo Sarney, reduziu a correção da poupança em 20,37%


Não se tem notícia, no entanto, de processos de devedores dos bancos em linhas de crédito imobiliário, que foram corrigidas pelos mesmos índices expurgados da poupança - quem iria pedir aos bancos para cobrar mais? No final, ativos (créditos) e passivos (poupança) ficaram equilibrados, sem ganho financeiro para os bancos. Mesmo assim, milhares de ações sobre o assunto tramitam nos tribunais de todo o País. A decisão do Supremo, proveniente de uma ação pedida pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), uniformizaria as decisões. Se o STF der ganho de causa aos poupadores, os bancos serão obrigados a indenizá-los.

Pelas contas da Fazenda, a conta pode superar R$ 149 bilhões. Se esse cálculo estiver correto, os bancos perderão quase um terço de seu patrimônio. Isso vai provocar um impacto devastador no crédito. Os bancos podem conceder empréstimos na proporção do seu patrimônio líquido. Os R$ 420 bilhões atuais no sistema permitem que os banqueiros concedam R$ 2,5 trilhões em crédito. A redução patrimonial obrigaria os bancos a diminuir o volume de empréstimos, e o mercado de crédito poderia perder até R$ 900 bilhões em financiamentos que simplesmente não seriam renovados. O Idec tem outros números.

“O gasto máximo dos bancos será de R$ 18 bilhões”, diz Flavio Siqueira Júnior, advogado do Idec de São Paulo. A devastação no crédito é a base da defesa do governo. E Ferreira é apenas a ponta mais visível de uma ação que mobilizou dezenas de técnicos do Ministério da Fazenda, além de advogados da Advocacia-Geral da União (AGU), que ajudaram a organizar os argumentos jurídicos. Isso, sem contar inúmeras reuniões entre os advogados dos bancos e os dirigentes da Febraban em São Paulo e em Brasília. O assunto foi discutido pelos ministros com a presidenta Dilma Rousseff, que pediu empenho total do governo para evitar a derrota dos bancos.



Decisão difícil: o ministro Dias Toffoli diz que o STF tem um caso complexo pela frente
e avalia que a decisão será "meramente técnica"


Afinal, eles apenas cumpriram a lei. No entanto, essa argumentação não deverá comover o Supremo. “A explicação é simples: se o STF fizer um julgamento jurídico, os bancos perdem. Se o julgamento for político, os bancos ganham”, diz o advogado Joaquim Rolim Ferraz, do escritório paulista Juveniz Jr Rolim Ferraz. No STF, porém, os argumentos econômicos terão que ceder espaço ao embasamento jurídico. O Banco Central vai argumentar que os planos econômicos, bem ou mal-sucedidos, cumpriam sua função constitucional de defender a preservação do poder de compra da moeda.

O BC é um dos sete “amicus curae”, partes com interesse no assunto, escalados para opinar durante o julgamento. Outros 13 vão argumentar que o expurgo foi ilegal. Com 20 advogados apenas dando suas opiniões sobre o assunto, o julgamento promete ser longo. “Temos um caso complexo pela frente”, diz à DINHEIRO o ministro Dias Toffoli, relator de dois dos cinco processos. Toffoli não quis adiantar o teor de sua decisão e diz que não se impressiona com os números apresentados pelo governo. “Nossa decisão será meramente técnica”, diz ele. Mas o ministro reconhece a enorme importância da sentença para o sistema financeiro.




“A decisão terá repercussão em milhares de ações espalhadas em varias instâncias”, diz Toffoli. Além do governo, os banqueiros se mobilizam, discretamente como de hábito, para influenciar a decisão do STF. As reuniões em Brasília têm sido tensas, com cada banco procurando avaliar o tamanho do prejuízo. O mais certo é que Caixa Econômica Federal e, com menor ênfase, Banco do Brasil, sofrerão as piores perdas, por serem, à época, líderes na captação da poupança. No entanto, apesar do impacto sobre o crédito, os especialistas em leis avaliam que não há risco de uma quebradeira sistêmica.


“Como todos esses planos foram decretados há mais de 20 anos, não é possível entrar com novas ações agora”, diz Leonardo Augusto Andrade, sócio do escritório paulista Velloza e Girotto. “O impacto será grande, mas a decisão vai valer apenas para os processos que já estão tramitando.” Ou seja, mesmo que o Supremo condene os bancos a indenizar os poupadores, não adianta mais procurar os papéis velhos da década de 1980. “Teoricamente, apenas decisões do Plano Real, que foi decretado em 1994, poderiam ser contestadas na Justiça”, diz Andrade. “Mesmo assim, o Real foi um plano que praticamente não afetou os contratos, e por isso não gerou muitas brigas.”





As promessas x Realidade em São Luis


As promessas feitas no vídeo acima , extraído do blog de cesar Bello ,não deixam dúvidas, houve um grande estelionato político em São Luís. O prefeito e seus tutores prometem trabalhar desde o primeiro dia.Criticam a falta de planejamento dos governantes anteriores e prometem fazer diferente, prometem trabalhar desde o primeiro dia, com tansparência, mas o que se vê é um prénuncio desanimador do que poderá ser a administraçãao do estado , caso o rupo que apóia o prefeito EDH venha a governar o Maranhão

A realidade da administração de São Luis é desanimadora, denuncias de excesso de dispensa de licitações, em várias secretárias, denúncias graves na secretária de saúde,onde dizem haver 26 folhas de pagamento, uma equipe mediocre, não funciona educação, transporte,a saúde tá um caos, a tão propalada transparência não existe, suspeitas de caixa dois para eleição pairam sobre a administração da prefeitura de São Luis, a administração não consegue fazer nem o básico, quanto mais a melhor administração do Brasil.

Histórias dos nomes das Ruas de São Luis II

Beco da Pacotilha
Denominada originalmente como Beco da Pacotilha, Quebra Costa e/ou Quebra Bunda. Rua estreita e irregular, próximo ao Largo do Carmo, foi chamada também de Rua João Vital de Matos.
O nome Pacotilha vem da existência de um jornal de repercussão na época: A Pacotilha, que funcionou num prédio de azulejos verdes de propriedade do Barão de Coroatá.

Beco da Prensa
Esta rua é a continuação da 14 de julho, que também recebeu o nome de Rua da Relação. Ficou assim conhecido, porque lá existiu uma prensa de algodão.


Ladeira da Calçada – Beco Catarina Mina
Também conhecida como Beco Catarina Mina. Essa foi a forma de homenagear Catarina Rosa Ferreira de Jesus, comerciante negra que viveu no local.

Ladeira da Montanha Russa
Próximo ao prédio da Prefeitura, na Praça Dom Pedro II, dá acesso à Beira Mar.

Assim conhecida em virtude do declive acentuado que possui. Recebeu outras denominações como Beco da Cadeia, por fazer lembrar uma antiga cadeia pública. Situada atrás da antiga capela São Luis Rei de França, facilitava aos presos assistirem às missas. Outros nomes se seguiram como Travessa da Intendência, Travessa da Prefeitura, Rua Zenóbio da Costa e Rua Newton Prad


http://nossomaranhao.wordpress.com/2010/01/22/historias-dos-nomes-das-ruas-e-pracas-de-sao-luis/

Quadrilha explode caixas eletrônicos e atira em viaturas em Anapurus e Mata Roma





Uma ação criminosa ousada causou pânico e terror em moradores dos municípios de Mata Roma e Anapurus, neste sábado (23/11). Por volta das 3h da madrugada, uma quadrilha arrombaram caixas eletrônicos em Mata Roma, e em Anapurus, além de destruirem o terminal bancário, ainda atiraram contra viaturas da polícia.

Os moradores dos municípios foram despertados pelos tiros e muita confusão logo nas primeiras horas do dia. A primeira ação foi em Mata Roma, onde os bandidos arrombaram o caixa eletrônico do Banco do Brasil e ainda fizeram o vigilante de refém, enquanto assaltavam a agência e atiravam contra a viatura.



Já em Anapurus, além de arrombarem o caixa eletrônico, os bandidos ainda atiraram em uma viatura da polícia
Em Anapurus, segundo o sargento Alcinésio da Companhia Militar de Anapurus, os assaltantes explodiram o caixa eletrônico e levaram o dinheiro, de valor ainda não informado. Os assaltantes não conformados, dirigiram-se até a delegacia, que fica a cerca de 30 metros da agência, e dispararam diversos tiros conta a viatura e a delegacia. O caixa eletrônico fica nas dependências do hospital da região Madalena Monteles, o que causou muito pânico entre funcionários.






Em contato com a Superintendência de polícia Civil do Interior (SPCI), a reportagem de O Imparcial foi informada que a quadrilha era composta por 14 homens fortemente armados, que estavam em dois veículos Toyota Hylux, de cor prata. As equipes da SPCI e da Seic já foram encaminhadas para o local para tomar as devidas providências.

sábado, 23 de novembro de 2013

São Luís quatrocentos anos: a Praça mais antiga da cidade

http://blog.jornalpequeno.com.br/dinacycorrea/2012/08/sao-luis-quatrocentos-anos-a-praca-mais-antiga-da-cidade/



PRAÇA JOÃO LISBOA – Largo do Carmo, em sua denominação popular mais antiga, seguindo-se Carmo Novo – “o Coração da Cidade”, na acepção de Domingos Vieira Filho (1924-81) e Mário Martins Meirelles (1915-2003). Um dos primeiros logradouros públicos de São Luís, a arquivar, na extensão do seu percurso diacrônico, a memória dos notáveis acontecimentos que fazem a nossa história e enriquecem a nossa tradição; a encerrar, na sua própria cronologia, o itinerário da evolução urbana e cultural da cidade…

É este largo que, na evocação de Claude d’Abbeville (e no entender do professor José Ribeiro do Amaral[2]–1853-1927), emerge do passado, em sua remotíssima, primordial, paisagem como “praça cômoda e bonita, junto ao Forte, dotada de boas fontes e regatos e bem servida de paus, pedras, barro e outros materiais para edificação sem muito dispêndio”.
Largo do Carmo, pois: ali, na esplanada da primitiva colina de Santa Bárbara, onde outrora erguia-se a capelinha homônima, foi construído (1627), pelos frades carmelitas (aqui aportados em 1615), em terreno doado por Alexandre de Moura, o Convento de Nossa Senhora do Monte Carmelo – hoje conhecido por Convento do Carmo, ainda com sua famosa escadaria a rimar com as pedras de cantaria de sua construção…

Outrora Carmo Novo, em oposição a Carmo Velho – evocado e mencionado à Rua do Egito, no local em que hoje está situada a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretinhos, onde se reúne a secular Irmandade de São Benedito, que realiza, anualmente, na primeira quinzena do mês de agosto, precisamente no segundo domingo do mês (dia dos pais) o festejo/novenário em honra ao santo negro, tão popular e querido do povo maranhense. Ali (naquele mesmo local), num distante passado, situou-se o primitivo Convento do Carmo – posteriormente transferido para onde até hoje se encontra. E eis a justificativa para as duas denominações populares, ambas já em desuso: Carmo Novo e Carmo Velho.

E não se poderia rememorar o antigo Largo do Carmo sem apontar o famoso Pelourinho do Carmo, “bela coluna de pedra mármore”, erigida em belos traços manuelinos, “símbolo da autonomia municipal”, na assertiva do pesquisador/historiador César Marques[3](1826-1900). E que Dunsche de Abranches[4](1867-1941), por sua vez, descreve como sendo

uma coluna de mármore, alta, de uns doze metros, trabalhada em feixes espiralados e partidos, de base quadrilonga até o capitel. Sobre este, o aparelho primitivo onde era exposto o paciente e que poderia girar sobre um fulcro que melhor fosse exibido aos transeuntes tão degradante espetáculo!.

A obra que, segundo a tradição oral, teria desempenhado uma função muito mais decorativa, do que a específica de sua utilidade, foi inaugurada em 30 de novembro de 1815, quando dois negros, trazidos da Cadeia Pública, já marcados nas costas com sinais de açoite, foram novamente ali surrados. A propósito, como ainda informa Dunsche de Abranches, os escravos, a serem punidos, eram atados, em pés e mãos, à coluna – cenas deprimentes confirmadas ainda por César Marque[5], do qual nos vem o acréscimo: esses negros eram ali amarrados “de bunda de fora”… Donde, o tão conhecido toponímico Beco do Quebra Bunda, a designar uma das mais antigas vias públicas do nosso Centro Histórico, naquelas imediações…

Para Antonio Henriques Leal[6] (1828-1885), foi esse pelourinho (no supliciamento de um jovem escravo), o mote inspirador do primeiro soneto do nosso helenista Odorico Mendes (1799-1864), quando ainda adolescente (aos 16 anos). Vejamo-lo a seguir:

Despido, em praça pública, amarrado/ Jaz o mísero escravo delinqüente:/ Negro gigante de ânimo inclemente/ Na mão tem o azorrague levantado.// A rir em torno, um bando encarniçado/ Ao verdugo promete um bom presente,/ Se com o braço mais duro ao padecente/ Rasgando for o corpo ensangüentado.// Homens, não vos assiste a menor pena/ Dos sentidos seus ais, d’angústia sua?/ Rides, perversos, desta horrível cena!…// A sua obrigação, oh gente crua,/ Faz o reto juiz quando condena;/ Tu, deplorando o réu, cumpres a tua.

Desconhecida a data em que foi construído, no Largo do Carmo, há notícias sobre o momento histórico em que foi destruído esse pelourinho. Precisamente na tarde do dia 1º. de novembro de 1889, quando dos albores da República, proclamada aos 15 dias desse mesmo mês e ano, pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Destruído a golpes de machado, pelo povo desta Ilha Rebelde e sob os estímulos da oratória vibrante do grande tribuno que foi Paula Duarte, ignorada permanece toda e qualquer noção do local onde os mutiladores teriam lançado tais destroços…
Foi neste pequeno largo que se travou (1643) a memorável batalha entre os invasores holandeses de Anderson e a tropa do bravo português Antônio Teixeira de Melo (com a vitória para este último).

Da remotíssima “praça cômoda e bonita”, recordada por d’Abeville, ao logradouro “careca e enfeiado” do século 20, próximo passado (no dizer de Domingos Vieira Filho)[7], este largo tem passado por sucessivas reformas, que lhe têm conferido as várias e variadas expressões paisagísticas assumidas ao longo dos anos… Vejamos:

1886 – administração do Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira: o Largo é nivelado e terraplenado, verificando-se a abertura de ruas longitudinais e transversais, com passeios laterais;

1897 – concretizando-se a proposta de arborização do Largo, por parte da Intendência, novas mangueiras são ali plantadas, pela municipalidade, desta vez com a proteção de grades triangulares de madeira[8];

1901 – por conta da resolução nº. 14, de 28 de julho, em tributo e em memória do grande maranhense, o emérito jornalista que foi João Lisboa, o velho Largo ganha a denominação de Praça João Lisboa;

1903 – por iniciativa do Intendente Nuno Álvares de Pinho, o logradouro transmuda-se em “belíssima praça” – com canteiros ingleses de um gramado finíssimo e verdejante e árvores simetricamente dispostas, oferecendo, aos transeuntes, sombra amena e acolhedora[9];

1912 – verifica-se, na praça, o estabelecimento de quiosques, para a venda de gelo, pela Companhia Fabril Maranhense;

1917 – administração de Antônio Brício de Araújo: providências são tomadas, visando à montagem da estátua de João Lisboa, no centro da praça, em frente à Igreja do Carmo;

1918 – inauguração solene do monumento, a 1º. de janeiro.

E aqui, um breve hiato, nesta sequência cronológica, à guisa de uma panoramização da praça, onde teve lugar a primeira feira livre ou mercado da cidade – que se foi formando aos poucos, num processo gradativo e natural, provavelmente a partir de 1912, com a instalação dos já referidos quiosques.

A essas alturas, a João Lisboa (primitiva feira livre, primeiro abrigo da cidade, originando-se, este, do telheiro construído sob as ordens do almotacel Agostinho Inácio Rodrigues Torres, no intuito de “abrigar da chuva e da canícula”, as verdureiras ali circunstantes) já transformada em movimentado centro comercial de doces, frutas e verduras, vai-se toucando de uma paisagem humana, agora mais dinâmica e ativa, distanciando-se, portanto, daquela anterior passividade, meramente recreativa e loquaz.

A praça, agora, ostentando um outro visual, nela se verifica, também, um novo tipo de comportamento social, assumido por seus frequentadores, para os quais a João Lisboa não mais representava, tão somente, uma oportunidade de lazer, mas também de labor… com a feira livre ganhando dimensão de continuidade, movimento e progresso. Tanto, que chegou a incomodar os transeuntes e a despertar a opinião pública. Assim…

1925 – a imprensa vem a protestar, veementemente, contra esse comércio de doces, frutas e demais guloseimas na praça, como serve de exemplo, a manchete de A Pacotilha[10], a seguir que, ilustrando o fato, vem a projetar, no presente, uma imagem do largo do passado…

No passeio, junto do dito cinema, as pretas velhas, com os taboleiros de doces à frente, sentadas em tamboretes baixinhos e com o clássico pano vermelho a enxotar moscas, fazem filas, ou antes, fazem do logradouro principal da cidade uma autêntica feira-livre. E se fossem só as doceiras… Qual nada! Há de tudo. Até o mingau de milho fervendo na lata de querosene, espalhando no ambiente um apetitoso cheiro que faz bem aos “barrigas vazias” que lá perambulam. Laranjas, canas, sorvete, doces, arroz de cuchá e tantas coisas anti-higiênicas são vendidas, todas as noites, na Praça João Lisboa.

1935 – por ordem do prefeito Antônio Bayma e à guisa de facilitação do tráfego, são abatidas algumas árvores, iniciando-se, assim, o processo de desarborização progressiva do logradouro;

1941 – administração Paulo Ramos (o qual, em 1937, dera início a um programa de renovação urbana, visando à criação de uma infra-estrutura apta ao surgimento de uma capital moderna, assim promovendo a demolição de expressiva massa de casario colonial, em prol da abertura da Av. Magalhães de Almeida), que a reforma, com total extermínio do verde exuberante e acolhedor que embelezava a praça. Ato revoltante, a merecer o protesto de muitos maranhenses, zelosos do seu patrimônio paisagístico, dentre estes, Domingos Vieira Filho[11], em toda a sua indignação, como se pode ver a seguir:

[...] Criminosamente, as árvores de sombra, acolhedoras, amenas, testemunhas de muitos eventos, foram cortadas, numa razi dendrofóbica. O pretexto pueril ou cretino se assim quiserem: a sombra, coisa edificante, atentava contra a segurança do Estado nestas paragens, porque sob essas árvores reunia-se todas as tardes para comentar a vida da cidade, em gossips inocentes. O medo de surgir dessas pacíficas reuniões algum carbonário, teria levado a administração – foi a versão oficial – a arrasar o arvoredo do largo e substituí-lo por acácias raquíticas, frágeis, enfezadas, que nunca disseram a que vieram.

E o Largo do Carmo, a Praça João Lisboa dos anos 40, como a ressurgir, na descrição do imortal pesquisador maranhense[12]…

Povoado de sombra espessa, dadivosa, aprazível, com bancos, cujos encostos laterais terminavam em forma de cabeça de carneiro modeladas em cimento e gesso, a Praça João Lisboa era o coração, a alma, o centro nervoso da cidade onde funcionava um poderoso mecanismo social, cadinho mágico, infalível, que urgia destruir para melhor afirmar, pela intimidação, o estatismo getuliano, garantindo aqui, como em outras áreas do Brasil, por um ostensivo aparato policial que deixava longe os esbirros de Pina Monique.

Nesse mesmo ano (1941), enfim, uma nova planta da praça, como parte integrante do relatório de atividades do Interventor Paulo Ramos, onde se lê[13]:

Comporta a planta da nova praça três seções centrais de canteiros em planos salientes, dispostos intervaladamente ao longo da maior dimensão do quadrilátero ali formado e onde abrigam os jardins e demais detalhes de ornamentação, incluindo o piso, todo ele trabalhado em cantaria especial, negra e branca, formando caprichosos desenhos. O restante do espaço é ocupado por amplas superfícies de rolamento, pavimentação e concreto e pelos passeios laterais.

Nenhum banco comportava a nova planta e como tal foi reformada a praça, até que…

1964 – a praça vem a dotar-se dos omitidos bancos, na reforma anterior, além de um sistema de iluminação a vapor de mercúrio. Os bancos, em madeira, são colocados, lembrando os que ali existiram, primordialmente.

1970 – novas modificações, de somenos importância, se vão operando, no logradouro, por todo o transcurso dessa década, quando, na administração municipal do prefeito Haroldo Tavares (e agora por determinação oficial), volta a denominar-se Largo do Carmo.

Sempre, tradicionalmente, lembrado como ponto de encontro favorito das rodinhas maledicentes, ali reunidas à boca da noite, este velho largo já sediou, em seu entorno, instituições sociais, valendo citar, dentre estas: o Clube Euterpes (famoso clube social); A Pacotilha (respeitável matutino local); “as rodas do engraxate Lauleta, italiano palrador, vivo, querido de todos, com a alegria sadia e loquacidade típica de sua gente”… O Sistema (grupo de intelectuais que se reunia, à noite na praça, para discutir literatura); o Liceu Maranhense (criado em 1838, no governo de Vicente Tomás Pires de Figueiredo, tendo Francisco Sotero dos Reis – 1800-71 – como seu primeiro diretor), alocado no térreo do Convento do Carmo; a Movelaria Guanabara (memorável ponto de encontro de poetas e escritores maranhenses, aos quais se deve a introdução do modernismo na nossa literatura); o Café Richi (de Lino Moreira, no térreo d’A Pacotilha); a Farmácia Garrido (no prédio onde funciona a Caixa Econômica Federal); o Armazém Sul-América (morada inteira, em estilo colonial, onde hoje ainda funciona a matriz dos Correios e Telégrafos)…

E tantos(as) outros(as) órgãos e instituições, naquelas proximidades, como o Jornal O Imparcial (no tradicional prédio historicamente conhecido como Palacete do Comendador Leite), A Ferro de Engomar (entrada da Magalhães de Almeida), os Bancos Nacional e Econômico (entrada da Rua Grande), a Casa do Maranhão, o Foto Center… sem esquecer o ancestral abrigo que permanece até nossos dias, ainda como ponto de venda de comidas, lanches e guloseimas…

Este largo, que já integrou a rota dos transportes coletivos que fazem o trajeto centro periferia nesta cidade, por ali já tendo circulado bondes, ônibus… praça a reunir, em sua volta, edifícios de indiscutível mérito arquitetônico e onde ocorriam, anualmente, com muita solenidade, devoção e brilhantismo, os festejos em honra a Santa Filomena, residiu, por muitos, João Lisboa (1812-1863). Levantar os dados históricos deste logradouro é crescer no amor por esta luminosa São Luís “de marés, luares e telhados”…

DA ESTÁTUA DE JOÃO LISBOA – Esculpida em bronze, em Paris, obra do marmorista e escultor francês Jean Magrou, o monumento homenageia e perpetua a memória do maranhense, insigne jornalista e historiador que foi João Lisboa (1812-1863): autodidata, patrono da cadeira de nº. 18 da Academia Brasileira de Letras.

A ideia de ereção de uma estátua a Lisboa articulou-se no governo de Luís Domingues (1910-14), com o projeto de lei do escritor Viriato Corrêa (1884-1967), então deputado estadual, tendo sido a cobertura do crédito, necessário ao empreendimento, autorizada pela Lei nº. 502, de 24 de abril de 1911. A inauguração do feito, todavia, só aconteceu em 1918, justo a 1º. de janeiro, após ter sofrido, a escultura, quatro anos de esquecimento nos porões do palácio do governo. O evento, todavia, concretizou-se, e com muita solenidade, contando mesmo com a entusiástica oratória do professor Ribeiro do Amaral, do Intendente Clodomir Cardoso, dos acadêmicos Alfredo de Assis e Domigos Barbosa e do cônsul português Fran Paxeco.

Originariamente, instalado na segunda seção da praça, fronteiriço à Igreja do Carmo, sobre um pedestal traçado pelo engenheiro Haroldo Figueiredo, o monumento desagradou, deveras, os maranhenses, que o consideraram, à época, “inestético e pesado”. Após um ano de sua inauguração, sua contextura rachava e a imprensa, através de A Pacotilha[14], não deixou passar em branco…

Está rachando na parte fronteira à Farmácia do Norte, o pedestal da estátua de João Lisboa. Quando foi da inauguração do monumento, ninguém, mas absolutamente ninguém, engoliu essa obra de arte indígena, que despertou um geral desagrado pela sua absoluta falta de estética. Aquilo podia servir de prateleira para leilões nas festas de Santa Filomena, mas de pedestal de estátua, nunca. Os três caixotes sobrepostos, atracados nos cantos por contrafortes, pareciam ter saído da cabeça de um carregador da capatazia.

O tempo tem se encarregado de mostrar que sobre inestética a obra era de fancaria, não tendo o material a resistência precisa para suportar o peso do bronze. Por outro lado, aqueles abundantes letreiros com que foram “marcadas” as faces dos caixões, estão largando o ouro ordinário e maculando o mármore.

Pobre João Lisboa! Dormiu nos corredores do palácio quatro anos, para ser emperiquitado numa droga daquelas! Que sina!

No governo de Magalhães de Almeida, a estátua ganha um novo pedestal; na administração de Paulo Ramos, um outro, desta vez, mudando mesmo de lugar, indo fixar-se na primeira seção da praça, onde permanece até hoje…

REFERÊNCIAS

____________. Praça João Lisboa. In: Vaga-Lume – Suplemento de Cultura do Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado-Sioge. Ano III, Nº. 07-jan./fev. 1990.

DUNSCHE DE ABRANCHES. O Cativeiro (memórias), 2ª. ed. – col. documentos maranhenses, dirigida pela AML. São Luís-Ma.: Alumar, 1992.

LEAL, Antonio Henriques. Pantheon Maranhense. Rio de Janeiro: Alhambra, 1987.

MARQUES, César Augusto. História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e suas circunvizinhanças, pelo padre Claudio d’Abbeville. Maranhão. Typografia Frias, 1874.

____________________. Dicionário Histórico e Geográfico da Província do Maranhão. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Cia. Ed. Fon-Fon e Seleta, 1970.

MEDEIROS, João Freire de. A Praça do Pantheon. In: Jornal O Imparcial. São Luís-Ma. 14 de outubro de 1986.

MEIRELLES, Mário Martins. Dez estudos históricos (col. doc. Maranhenses). São Luís: Alumar, 1994.

____________________. História do Maranhão (col. maranhão sempre). 3ª. ed. Sâo Paulo: Siciliano, 2001.

REVISTA ELEGANTE. Suplemento Nº. 95. São Luís, 20 de maio de 1900.

SANTOS NETO, Manoel. Universo das ruas e praças de São Luís IV. In: Suplemento Cultural & Literário JP Guesa Errante. Anuário. São Luís. Nº. 04, 2006.

VIEIRA FILHO, Domingos. Breve história das ruas e praças de São Luís. Maranhão: Gráfica Oficial do Estado, 1962

____________________. Breve história das ruas e praças de São Luís. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Gráfica Olympica Editora Ltda., 1971.

VIVEIROS, Jerônimo de. In: Jornal O Imparcial. São Luís-Ma. 15 de junho de 1953.

___________________. Quadros da vida maranhense. São Luís: Fundação Cultural do Maranhão, 1978.

[1] – Professora da Uema (Cecen-Letras) – mestre em Letras (Ciência da Literatura)-UFRJ.

[2] – Fundação Cultural do Maranhão. São Luís: Imprensa Oficial, 1911(apud. Vieira Filho, 1962, p.68).

[3] – História da Missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e suas circunvizinhanças pelo padre Claudio d’Abbeville. Maranhão: Tipografia do Frias, 1874.

[4] – In: O Cativeiro (memórias). 2ª. ed. São Luís-Ma.: Alumar, 1992, p. 37.

[5] - id. ibid.

[6] – Leal (1873)- Pantheon Maranhense vol. 01 (in: biografia de Odorico Mendes). Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1873.

[7] – id. ibid. p. 71.

[8] – informado no Diário do Maranhão (ed. 20.07.1897).

[9] – informado na Revista do Norte. São Luís-Ma. ed. de 16.07.1903.

[10] - apud CORRÊA FEITOSA Dinacy Mendonça (1990, p. 03). Praça João Lisboa. Jornal Vaga-lume – Suplemento de Cultura do Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado-Sioge. Ano III, nº. 07-Jan./fev. 1990.

[11] - ibid. p. 71

[12] - id. ibid. p. 71.

[13] – apud. CORRÊA FEITOSA (1990, p. 03)

[14] - apud.Vieira Filho (1962, p.71).

Buraco na Rua do Passeio



Uma das ruas mais antigas e e tradicionais de São Luis a Rua do Passeio com buraco próximo a assembléia de Deus. onde á o Dinheiro ED d H?

Histórias dos nomes das Ruas e Praças de São Luís - Parte I

Que tal um passeio pelas ruas, becos e ladeiras do Centro Antigo de São Luis num fim de tarde! A opção é uma maneira gostosa de conhecer pequenas historias que se tornaram curiosidades e fatos engraçados ao longo do tempo; de imediato, descobre-se uma variedade ruas que foram batizadas à vários séculos atrás com nomes curiosos





Beco da Alfandega
A concentração dos primeiros armazéns alfandegários da ilha, originou o nome do logradouro pelo qual, até hoje, ainda é chamado.

O beco passou a ser chamado de Travessa Marcelino Almeida por determinação de uma Lei Municipal de 1924, em homenagem a um comerciante que se destacou pelo pioneirismo na exportação de amêndoas de babaçu.

Beco da Bosta
Também conhecido como Beco do Zé Coxo, da Baronesa, dos excrementos ou ainda, 28 de setembro. Entretanto, o nome original do Beco da Bosta é ainda o mais usado entre os ludovicenses.

Explicam os historiadores que o Beco ficou assim conhecido, porque era passagem dos negros quando iam jogar na maré as vasilhas com os excrementos das casas onde trabalhavam. A designação 28 de setembro foi uma homenagem à data em que foi sancionada a Lei do Ventre Livre. Uma Lei Municipal mudou, então, o nome para o Beco dos Excrementos e, mais tarde, com a construção de um sobradão a mando da Baronesa de São Bento, o local também ficou conhecido como o Beco da Baronesa.

Beco da Caela



Passou a ser Rua Maranhão Sobrinho em 1924 por determinação de Lei municipal para homenagear o poeta maranhense. Mas, o nome Beco do Caela tem uma historia engraçada. Pesquisadores narram que nessa rua vivia um português que gostava muito de uma criança, filha da vizinha. E este sempre dizia “Dê cá ela” e virou entre os populares “Caela









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Dona Ana Joaquina Jansen Pereira e seu nascimento



28 de janeiro de 2012

João Dias Rezende Filho*
Dona Ana Joaquina Jansen Pereira, Ana Jansen, Don’Ana Jansen, Nhá Jansen, Nhá Jansa ou, simplesmente, Donana era filha do senhor Vicente Gomes de Lemos Albuquerque e de Dona Rosa Maria Jansen Moller (ou Müller, como mais tarde veio a grafar-se o nome). Bisneta materna de Henrique Jansen Moller, descendente de antigas famílias holandesas, portuguesas e italianas e neta do Mestre de Campo Theodoro Jansen Moller, Dona Ana Jansen não nasceu, ao que parece, em uma “boa fase” nas finanças de sua família, entretanto, a sorte iria sorrir-lhe.

Um relacionamento amoroso com o abastado fazendeiro, o Coronel Isidoro Rodrigues Pereira, que era casado, mas que mais tarde, já viúvo, veio a casar-se com a jovem Ana Jansen, deu-lhe, novamente, o status que, por infortúnios comerciais, tinham perdido os Jansen. Tornou-se, Donana Jansen, economicamente poderosa e politicamente muito influente, fato raro na sociedade da época em que as mulheres não eram relevantes em assuntos econômicos e, menos ainda, políticos. Cedo enviuvando do Cel. Isidoro Pereira, torna-se senhora de todo patrimônio herdado do marido e uma das cabeças do partido liberal, os chamados Bem-te-vis.

Ana Jansen foi, assim, uma figura polêmica que criava dissabores para muitos políticos, sobretudo para os conservadores, como seu arqui-rival, o ilustrado gramático, latinista e professor do Liceu, Francisco Sotero dos Reis. Misto de lenda e realidade, a vida de Donana Jansen, até hoje, desperta grande interesse. Deve-se ter o cuidado de não julgá-la fora de sua época, utilizando medidas e parâmetros alheios ao sitz im leben, isto é, ao contexto vital em que a personagem viveu e atuou. Muitas das atrocidades imputadas à personagem resultam da difamação dos seus opositores políticos ou, quando verdadeiras, do que não se duvida, não diferia, substancialmente, do comportamento dos demais senhores e senhoras de escravos (vide o exemplo do célebre crime cometido pela futura baronesa de Grajaú que, tresloucadamente, assassina dois escravinhos seus a garfadas).

Diante de tão fascinante personagem, fonte de tantas paixões e debates acalourados, resolvi, incentivado pelo genealogista Roberto Menezes de Moraes, iniciar uma pesquisa sobre Ana Jansen, sua família e sua história. Nada melhor para começar que pelo nascimento de Donana.

Não há um dia, mês e ano precisos para o nascimento de Ana Jansen. Somente o ano 1787 é tido como o ano em que a ilustre personagem veio ao mundo. A data abonada por muitos pesquisadores, como, por exemplo, o acadêmico Jomar Moraes em Ana Jansen, Rainha do Maranhão que, no início da obra, no capítulo ironicamente intitulado “A rainha que não chegou a baronesa” fazendo referência ao tão almejado baronato que nunca lhe foi concedido, apesar das inúmeras tentativas de Ana Jansen em convencer o Imperador, desde as simples adulações até as centenas de arrobas de mantimentos e provisões (arroz, feijão etc.) enviadas para os soldados brasileiros em campanha no Paraguai, pois bem, como dizia, neste capítulo, à página 13, diz-nos Jomar Moraes que Ana Jansen “nasceu em São Luís, no ano de 1787, e faleceu na mesma cidade, a 11 de abril de 1869, contando 82 anos de idade”. O ano de 1787 é repetido, anteriormente, em obras do eminente historiador Jerônimo de Viveiros e, igualmente, pelo pesquisador Waldemar Santos em sua obra Perfil de Ana Jansen. Esta data, porém, nos cria uma série de dificuldades, para não dizer aporias. Partindo da data de falecimento, contida no Jornal O Publicador Maranhense, de 12 de abril de 1889, em que Ana Jansen teria falecido aos 82 anos de vida no dia 11 de abril de 1869, ela teria nascido em 1787. A data de falecimento está correta, mas a de nascimento, como já disse, cria-nos embaraços, senão, vejamos: seu último filho, nascido entre a viuvez do primeiro matrimônio, com o Coronel Isidoro Pereira e o seu segundo matrimônio com o Comerciante Antônio Xavier da Silva Leite, fruto de seu relacionamento com o desembargador Francisco Carneiro Pinto Vieira de Mello, foi batizado na Freguesia de Nossa Senhora da Vitória (Sé), em São Luís no dia 28 de julho de 1838, tendo nascido, segundo consta no texto do próprio assento, em 15 de maio daquele mesmo ano de 1838. Considerando que Ana Jansen tivesse nascido, realmente, em 1787, teria àquela altura a improvável idade de 51 anos, isto é, um pouco idosa, para conceber, visto que, em geral, aos 51 anos as mulheres já não estão em período fértil, além do que, a medicina da época não permitia, ao nosso ver, um adiamento da menopausa ou, na hipótese de uma menopausa naturalmente tardia, uma gravidez de risco chegada a termo com mãe e filho sãos e salvos não era algo factível. Outra dificuldade que se coloca diz respeito à data de casamento dos pais de Ana Jansen que se uniram em São Luís, em 27 de julho de 1792. Parece-nos pouco provável que, Ana Joaquina tivesse nascido antes do matrimônio de seus pais.

O verdadeiro ano de nascimento de Ana Jansen pode ser deduzido a partir de um documento encontrado no acervo da Arquidiocese de São Luís, sob a guarda do Arquivo Público do Estado do Maranhão. Ana Jansen nasceu, segundo seu próprio testemunho, em 1798, isto porque em um processo de justificação de batismo datado de 1832 de um sobrinho da matrona, o senhor José Jansen do Paço, Ana Joaquina Jansen Pereira é arrolada como testemunha e, em seu depoimento, ela diz ter a idade de 34 anos. Basta-nos, pois, um simples cálculo e teremos como resultado o ano de 1798 (1832-34=1798).

Alguém poderia objetar que Ana Jansen Pereira poderia ter mentido ou alterado sua idade. Parece muito pouco provável esta hipótese, senão impossível, visto que, naquela época um processo de justificação de batismo era algo muito sério e meticuloso, além do que, toda oitiva de testemunhas, mormente em um processo de natureza eclesiástico-canônica, era tomada sob juramento diante dos livros dos Santos Evangelhos, o que impunha muito temor às pessoas de cometerem não somente o crime de perjúrio, mas de, mentindo diante do próprio Deus, ser condenadas às penas infernais. Assim, pelos motivos expostos e pelas provas documentais, fica esclarecido o ano exato do nascimento da matrona maranhense e, com esta pequena descoberta, que se quis logo tornar pública, corrige-se um equívoco histórico cometido por historiadores e intelectuais maranhenses que, no que pesem a qualidade de seus trabalhos, não tiveram acesso às fontes primárias que se teve e ressentem-se deste senão. Quanto ao restante da data, isto é, o dia e o mês exatos do nascimento, mesmo compulsando-se boa parte dos livros de batismos do período de 1798, ainda não foi possível encontrar-se o assento de batismo de Ana Jansen, que preencheria, definitivamente, a lacuna.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Fontes Primárias:

Processo de Justificação de Batismo de José Jansen do Paço de 11 de agosto de 1832. Lista nominal 24 de Documentos avulsos do acervo da Arquidiocese de São Luís do Maranhão sob a guarda do Arquivo Público do Maranhão.

Assento de Batismo de Luís Venâncio no Livro de Batismo da Freguesia de Nossa Senhora da Vitória (Sé) Livro 121 do acervo Arquidiocese de São Luís do Maranhão sob a guarda do Arquivo Público do Maranhão.

Assento de casamento de Vicente Gomes de Lemos Albuquerque e Rosa Maria Jansen Moller- Livro de casamento 88 do acervo Arquidiocese de São Luís do Maranhão sob a guarda do Arquivo Público do Maranhão.

Livros:

ABRANCHES, Dunshee de. O Cativeiro. 2 ed. São Luís: Edições AML , Série Documentos Maranhenses, 1992.

MORAES, Jomar. Ana Jansen, Rainha do Maranhão, 2 ed. São Luís: Edições AML, Série Documentos Maranhenses vol.18, 1999.

SANTOS, Waldemar. Perfil de Ana Jansen. São Luís: Sioge, 1978.

VIVEIROS, Jerônimo de. A Rainha do Maranhão. São Luís: Departamento de Cultura do Estado, 1965.

Todos os direitos reservados ao autor João Dias Rezende Filho.

*JOÃO DIAS REZENDE FILHO nasceu em 31 de julho de 1981, em São Luís do Maranhão. Filho do economista João Dias Rezende e da design de moda Rita de Cássia Barbosa Pecegueiro Anchieta. É bacharel em direito pelo Centro Universitário do Maranhão (UNICEUMA), em 2003. Cursou, também, Filosofia. Atualmente, é acadêmico do quarto ano de Teologia pelo Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA) e seminarista da Arquidiocese de São Luís do Maranhão. É membro-conselheiro do Instituto Cultural D. Isabel I a Redentora e seu vice-representante em São Luís. Membro Efetivo da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia (ASBRAP) sediada em São Paulo. Sócio Colaborador do Colégio Brasileiro de Genealogia (CBG) sediado no Rio de Janeiro. Sócio da Confraria dos Bibliófilos do Brasil sediada em Brasília. Colabora mensalmente na coluna “Você sabia?” com textos de curiosidades sobre a História da Igreja maranhense no “Jornal do Maranhão” da Arquidiocese de São Luís. Publicou alguns artigos em revistas de circulação nacional como “O Comerciante Joaquim Júlio Corrêa” na Revista da ASBRAP nº 16, em 2010 e “Subsídios Genealógicos sobre os Pecegueiros” na Revista da ASBRAP nº 17, em 2011.


http://www.guesaerrante.com.br/2012/9/26/dona-ana-joaquina-jansen-pereira-e-seu-nascimento-3336.htm

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Faroeste à brasileira - O Cinema Nacional & O Ciclo do Cangaço


http://www.guesaerrante.com.br/2013/4/30/faroeste-a-brasileira---o-cinema-nacional--o-ciclo-do-cangaco-4439.htm



Por Sergio Brandão*




A história do Brasil tem no Ciclo do Cangaço suas mais épicas, bárbaras e sangrentas passagens, com a luta de homens e mulheres, saqueadores, assaltantes, desassistidos em geral, bandos famosos, perseguições entre personagens imortais e as autoridades constituídas pelos coronéis, todos se digladiando pela sobrevivência, em meio à caatinga, seca e miséria extrema da região nordestina, entre os fins do século XIX e meados dos anos 40, do século XX.

O Cinema Brasileiro encontrou nas histórias, advindas da mitologia do cangaço, rico material, para contar, estilizar e criar personagens e situações que colocam os filmes sobre cangaceiros e o Nordeste, em geral, como um subgênero, à parte, na nossa historiografia fílmica. Esse subgênero, guardadas as devidas proporções e comparações, se mescla, ecoa momentos e vislumbra aparências com o Faroeste norte-americano e seu mundo mítico. O mencionado vislumbre, com o gênero clássico do cinema narrativo estadunidense, por aqui foi chamado em diversos artigos de estudiosos de nossa filmografia de: “Nordestern”, numa alusão ao formato clássico do fazer cinema americano. Mas, em verdade, nosso gênero, que versa sobre o cangaço, traz originalidades e filmes muito particulares, que dialogam com um novo formato de fazer cinema. Ainda mais, colocam uma nova maneira de pensar o fazer cinematográfico e, nos legou a presença de um dos nossos maiores pensadores-cineastas, Glauber Rocha, o próprio, um expert em montar o subgênero do “nordestern” e subvertê-lo em prol do seu modus operandi de fazer cinema, o já famoso “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão”, compondo o cinema de guerrilha, a prática da produção cinética terceiro mundista, além de ser esse tipo narrativo, desconstruído de um gênero formador da história das cinematografias, o possível legado do Brasil e dos países da periferia ao cinema muito além dos seus gêneros clássicos constituídos “made in hollywood”.

Na nossa filmografia, podemos destacar a presença de uma obra, O Cangaceiro, de Lima Barreto, produzida em 1953, nos estúdios da Vera Cruz (a experiência de cinema feita por aqui, nos moldes da indústria hollywoodiana, que fracassaria logo depois) ainda envolta na forma e caracterização do cinema de gênero, porém revolucionária, na época, ao trazer a mitologia do mundo do cangaço, perpassada por uma história de amor, que dialogava com todos os públicos. Bateu recordes de bilheteria e levou o cinema nacional a obter um prêmio especial, em Cannes, como melhor filme de aventura, uma Palma de Ouro honorária, naquele ano de 1953. O Cangaceiro foi o detonador de todo o gênero do “nordestern”, no Brasil. Não foi o primeiro filme sobre o cangaço, entretanto nasceu histórico e colocou o cinema de nosso país no mapa internacional, provocando um encantamento, uma curiosidade dentre os estrangeiros, os quais se perguntavam que terra era aquela de tipos rudes, violentos, foras da lei, no entanto, românticos, musicais, líricos, trágicos e miseráveis. Ainda hoje o tema musical da Mulher Rendeira e a trilha sonora são arrebatadores.

Não se passou muito tempo e o ciclo do cinema sobre o cangaço estava aberto e, entre fins dos anos 50 e até a metade dos anos 60, muitos filmes sobre os personagens do bmeio foram feitos. Alguns enfocavam a vida dura dos cangaceiros, outros a caçada das “volantes”, como eram chamadas as patrulhas do governo especializadas em ir atrás dos bandos de cangaceiros. Depois os temas principais se fixaram em Lampião, seu bando, seu amor por Maria Bonita e seus companheiros em fuga. Desse enfoque em Lampião, nasceram clássicos como: Lampião, o rei do Cangaço, de Carlos Coimbra; As Aventuras de Corisco e Deus e o Diabo na Terra do sol, de Glauber Rocha. Tais filmes consolidaram o “nordestern” e capturaram as imagens da região do Nordeste para o mundo em sua mística religiosa, sua ilusão de poder, sua miserabilidade constante e sua sangrenta história de confrontos pela sobrevivência.

Em especial, notamos que em Deus e o Diabo na Terra do Sol, 1963, Glauber Rocha realizou uma obra imortal, presente no que os críticos daquele momento histórico chamaram de “trilogia do sertão”, a qual cimentou a primeira fase do movimento cinemanovista, brasileiro, no início dos anos 60. A trilogia do sertão narrava em filmes como: Vidas Secas, de 1963, dirigido por Nelson Pereira dos Santos; Os Fuzis, de 1963, bdirigido por Rui Guerra, e Deus e o Diabo, de Glauber, a dura vida do sertanejo nordestino em suas várias facetas, na seca, na fome e miséria, na luta social, na religiosidade, na violência entre seus pares, no coronelismo e na vingança do cangaceiro. Esses filmes e o ano de 1963 podem ser considerados como essenciais na formação do cinema novo e no alcance mundial, em relevância, da cinematografia brasileira. Glauber Rocha seria premiado em Cannes por Deus e o Diabo, Nelson Pereira dos Santos foi premiado em Cannes por Vidas Secas e Os fuzis levou prêmio no festival de Berlim.

Especificamente nos detendo um pouco mais em Deus e o Diabo na terra do Sol, Glauber Rocha nos lega um filme primoroso na narrativa entrecortada, misturando o mito religioso do sebastianismo, a caçada ao cangaceiro Corisco e sua luta, social, com ecos de aula marxista a nossa volta. Mas, também, um romance clássico é devidamente proposto dentre o cangaceiro e sua amante, com direito a cenas inesquecíveis ao som da trilha sonora de Villa Lobos e suas Bachianas (o beijo demorado em travelling circular entre os personagens de Othon Bastos e Yoná Magalhães emoldura esse romance). Ainda mais, temos a presença de uma linguagem moderna, até aquele ponto, em matéria de estrutura cinematográfica demonstrada, o que é exemplificado nos jump cuts (cortes de cenas bruscamente), narrativa entrecortada, desconstrução de um gênero clássico, trilha sonora moderna, temas sinfônicos, musicas regionais e a junção de uma montagem errática, proposital, nos garantindo a subversão completa pretendida por Glauber Rocha. O cinema de cangaço alcançava nesse instante, com Glauber, um grau maior em sua concepção e juntava os mitos dos guerreiros cangaceiros, a caçada a eles, o extremo da religiosidade, a crítica social mais virulenta feita ao período histórico e o desvario de criar cinema em torno do caos. Tudo isso em conjunto realça o que era a energia cinematográfica do diretor Glauber Rocha.

Ainda nos anos 60, Rocha voltaria ao tema do cangaço, da violência no Nordeste e da caçada em O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de 1969. Nessa película, o personagem de Antônio das Mortes, já visto no filme Deus e o Diabo, volta como um demônio perseguidor de todos os ditos fora da lei no nordeste místico pintado por Glauber. O Ator Maurício do Valle personifica a perfeição Antônio das Mortes e carrega consigo a força do aparelho repressor de uma sociedade que mutila e destrói todos os elementos considerados subversivos ou ofensivos à ordem miserável estabelecida nas terras secas nordestinas, e acima disso, o Dragão da Maldade se identifica ainda mais com o gênero do faroeste, pois tiros e balas são disparados em profusão nesse filme.

Voando no tempo e espaço da imagem e do som, temos, nos anos 90, na época do cinema da Retomada brasileira, exemplos maravilhosos de películas feitas dentro da narrativa sobre o cangaço. Podemos destacar os filmes O Baile Perfumado, de 1996, da dupla, Lírio Ferreira e Paulo Caldas e Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariri.

Em O Baile Perfumado o que nos é mostrado é um Nordeste pop, um filme autêntico, com uma originalidade presente na trilha sonora mesclada de arranjos modernos, a cargo de Chico Science, mais ritmos tradicionais, com um verniz pós-moderno, nas rabecas da banda Mestre Ambrósio, tudo em conjunção, a fim de contar uma história mais próxima da verdade histórica sobre os últimos momentos de Lampião, Maria Bonita e seu bando, quando foram fotografados e desmistificados no seu dia a dia por um fotógrafo de ascendência libanesa, enquanto fugiam caçados por volantes virulentas nas campinas e caatingas de um Nordeste com aparências renovadoras por mais contraditório que as imagens apareçam.

O Baile Perfumado é um filme lírico, porém é, acima de tudo, um retrato original e carregado de nordestinidade e modernidade pernambucana (pois feito a cargo do então ascendente cinema regional de Pernambuco) sobre Lampião e sua influência até os dias de hoje, sua eterna figura contraditória que passeia entre o heroico e o banditismo mais voraz.

Rosemberg Cariri nos conta uma história mais comum, narrada em tom de realismo duro, que coloca o ponto de vista feminino mais acentuado na construção do ideário cangaceiro da região. A vida de Dadá e seu romance, forçado de início, com Corisco é o engajamento da história e depois as fugas, a sanguinolência do mundo do cangaço e a sobrevivência de heroina Dadá é o material maior praticado pelo filme. Em Corisco e Dadá, a idealização do cangaceiro passa longe e o diretor se atém mais à realidade crua dos fatos, o que não deixa o filme mais obscuro, pois é mais um filme “ardente” e colorido sobre o Nordeste e suas personagens, do ponto de vista estilístico pretendido pelo autor-diretor.

Aqui, cabe uma lembrança, até mesmo na seara dos filmes pastelão, da trupe dos Trapalhões, o subgênero do “nordestern” encontrou abrigo. Em 1983, foi feito o O Cangaceiro Trapalhão, filme onde Didi e seus companheiros satirizam o cangaço e Lampião, em clima de aventura, tendo os clássicos O Cangaceiro e a minissérie global do ano anterior, Lampião e Maria Bonita, como inspiradores fundamentais para a comicidade pastelã que detona todos os tipos e figuras de um Nordeste místico, paspalhão, aventuresco, mitológico e, por que não dizer, religioso, ao apelar ao Padre Cícero e ao tom de romantizar a participação de Lampião na película dando matiz de herói ao mito.

Vale ressaltar que as produções nacionais sobre o cangaço se seguiram às dezenas, durante os anos 60, 70 e 80, do século passado. E, inclusive, ao tempo das ditas pornochanchadas foi feito um pastiche erótico de mau gosto intitulado As Cangaceiras Eróticas, de 1974. Tudo para explorar as possibilidades do subgênero e rebaixá-lo. Por conta disso, podemos lembrar, também, do remake, ridículo, feito de O Cangaceiro, no início do século XXI, dirigido por Aníbal Massaíni Neto, descendente do produtor do original, que pareceu beber na fonte das pornochanchadas e criou um terrível engano cinematográfico, desleixado, cheio de nudez apelativa, cenas sem nexo e sem ação com nenhum propósito, a não ser o de colocar em cena a maior quantidade de atores famosos (Paulo Gorgulho e Luísa Thomé, por exemplo) nus e se relacionando num nordeste longe da realidade e sequer perto de aparentar ser um filme do estilo “nordestern”, enfim um desserviço completo ao cinema nacional.

Esse gênero, genuinamente brasileiro, criado na inspiração, entretanto muito mais profundo na construção e linguagem cinematográfica pretendida, do faroeste comercial hollywoodiano norte-americano, se notabilizou em mostrar a região Nordeste ao mundo, suas dificuldades, sua valentia, suas histórias violentas e perseguições e seus personagens mitológicos, comparáveis aos mitos fundadores da nação estadunidense, pois se lá eles têm um Jesse James e um Wyatt Earp, por aqui temos Lampião e Maria Bonita, Corisco, o diabo loiro, por sinal título de outro filme do ciclo do cangaço nos anos 60, e toda uma infinidade de personagens reais e imaginados, os quais contam nossa miséria, nossa história, nossa nacionalidade, nossa identidade nacional e regional, nossa fibra e nossa covardia.

*Sérgio Brandão é cineasta e professor de História do Cinema