sábado, 30 de novembro de 2013

SP: quase metade dos professores estaduais já foi agredida na escola


São casos de agressões física, verbal e bullying, relatos de furto e assaltos.
Pesquisa mostra que 44% dos alunos não se sentem seguros na escola.


Uma pesquisa sobre a segurança nas escolas mostrou que quase a metade dos professores e um terço dos alunos da rede estadual de São Paulo já sofreram algum tipo de violência. E o perigo está dentro da escola.

São casos de agressões física, verbal e bullying, e também há relatos de furto e assaltos. Ao todo, 44% dos alunos entrevistados disseram que não se sentem seguros na escola e 20% deles admitiram que já cometeram algum tipo de violência.

A pesquisa também mostra que muitos pais não se preocupam em saber o que acontece dentro dos colégios.

Alguns pais não abrem mão de buscar os filhos na escola, não importa a idade. “Eu já falei para minha filha: ela vai ficar velha e eu andando atrás dela na porta da escola. Eu não vou deixar, porque já vi muitas coisa ruins acontecerem”, conta a doméstica Maria do Socorro Bezerra.

“Todo dia venho trazer meu filho e buscar, eu sou pai e mãe. Então eu trago ele na escola, levo ele de volta, todo dia é isso”, afirma o protético Wagner Villa.

Um medo que se justifica, segundo uma pesquisa encomendada pela Associação dos Professores do Estado de São Paulo. Ao todo, 28% dos alunos entrevistados disseram que já foram vítimas de algum tipo de violência. Entre os professores, o índice sobe para 44%.

Os casos mais comuns são agressões física, verbal e bullying, mas também há relatos de furto e assaltos. O levantamento também trás um dado que preocupa os especialistas em educação: os pais estão muito distantes da realidade das escolas.

“A grande maioria dos pais não participa das assembleias dentro das escolas. Só 30% dos pais conhecem outros pais e com isso eles acabam não enxergando a violência que acontece dentro da sala de aula, que acontece dentro dos portões do colégio”, afirma Renato Meirelles, presidente do Data Popular.

A pesquisa não mostrou só o que acontece de ruim nas escolas. Revelou, por exemplo, que a violência diminui onde temas como tráfico de drogas são discutidos abertamente com pais e alunos. E também é menor nas escolas que abrem as portas nos fins de semana e viram um lugar de lazer para os moradores do bairro.

Para Priscila Cruz, diretora executiva do movimento ‘Todos pela Educação’, essa iniciativa mostra que quando família e comunidade ocupam a escola, todos se tornam responsáveis pela busca de soluções.

“Eu acho que essa formação integral da criança, que não é só a escola, que não é só o professor, também é família, é comunidade, é toda a sociedade”, diz Priscilla.

A Secretaria Estadual de Educação diz que trabalha permanentemente com os pais dos mais de quatro milhões de alunos da rede de ensino e que faz reuniões bimestrais nas cinco mil escolas. Também disse que o número de professores-mediadores, que atuam em situações de conflito, dobrou.

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