quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Menos que o mundo

http://oglobo.globo.com/economia/miriam/


O crescimento do PIB mundial este ano será o mais baixo desde 2009, segundo a OCDE, 2,7%. O Brasil deve crescer menos que isso em 2013 e nos próximos dois anos. O que deixa o quadro menos pior é que dos principais efeitos da crise só o baixo crescimento nos afeta. Desemprego alto, aumento da desigualdade e perda de confiança nas instituições não nos atingiram até agora. Todos os emergentes vão crescer menos.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou ontem suas projeções para a economia mundial. Os últimos números eram de maio e muita coisa mudou em seis meses. Os emergentes deram mais sinais de desaceleração, e os EUA provocaram duas turbulências no período. Uma, com o anúncio da retirada dos estímulos; outra, com os impasses no Congresso que levaram ao abismo fiscal. O desemprego continua sendo a pior consequência da crise, principalmente entre os jovens.

As estimativas para o Brasil reforçam o que muitos economistas vêm alertando. O país tem gargalos e está com menor capacidade de crescer. A OCDE cortou a projeção para o PIB de 2013 para 2,5%. Mas o pior ficou para 2014. A estimativa caiu de 3,5% para 2,2%, no terceiro maior corte entre os países analisados.

A combinação de déficit em conta corrente, inflação elevada e baixo crescimento deixa o país exposto à redução dos estímulos americanos. Quando o Fed diminuir a injeção de dólares, financiar o déficit será mais difícil para o Brasil. A consequência seria a desvalorização do real, mas isso aumentaria a inflação. Por isso, a OCDE acredita que o BC deve continuar subindo os juros, para combater a alta dos preços e atrair mais dólares. O problema são os efeitos sobre o PIB.

O mais importante no documento foi o recado sobre a política fiscal, que tem colocado o país em risco de ter a nota de crédito rebaixada. “A clareza das contas públicas deve ser preservada, evitando-se exceções para a definição do superávit primário e as operações parafiscais envolvendo bancos públicos.” Ou seja, que acabem as maquiagens dos números.

Tudo azul para os serviços

O terceiro trimestre foi bom para os serviços, como mostra a pesquisa do IBGE que será usada pela primeira vez no cálculo do PIB. Depois de ter subido 9,1% em julho e 6,6% em agosto, o setor teve crescimento nominal de 9,6% em setembro em relação ao mesmo mês de 2012. O resultado surpreendeu o economista Vinícius Botelho, do Ibre/FGV. Todas as atividades tiveram aumentos expressivos, inclusive os serviços prestados às famílias, mesmo tendo desacelerado de 11,6% para 9,5%. Por conta desse bom resultado, o Ibre pode revisar a sua previsão para o PIB do terceiro tri um pouco para cima: de -0,4% para até -0,2%. Em 12 meses, a receita dos serviços cresce 8,7%.

O que preocupa na inflação

A prévia da inflação acelerou menos do que se esperava este mês, o que é uma boa notícia. O IPCA-15 ficou em 0,57%; e, em 12 meses, subiu para 5,78%, ainda distante do centro da meta. A inflação de serviços voltou a acelerar em novembro e, em 12 meses, está na casa dos 8%. Pior é o índice de difusão, que mede a quantidade de preços que subiram, ter superado os 70%. A disparidade entre preços livres e administrados continua gigante: o primeiro tem alta de 7,3%; enquanto o segundo, de menos de 1%.




Receba este blog
Permalink .Envie .More Sharing ServicesCompartilhe Share on facebookShare on googleShare on twitter...Comente Ler comentários (3) .. .
--------------------------------------------------------------------------------
..Enviado por Míriam Leitão - 19.11.2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário