O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou ao Brasil às 7h31 deste sábado após partir da Base Aérea Andrews e aterrissar na Base Aérea de Brasília para uma visita de dois dias ao País. Em solo brasileiro, ele anunciou uma ofensiva militar contra a Líbia e quebrou o protocolo ao ir a pé do avião presidencial americano até um helicóptero e bater uma foto com o filho do prefeito do Rio de Janeiro.
O 44° presidente dos Estados Unidos foi o 10° chefe de Estado americano a visitar o Brasil, segundo dados do Itamaraty. Além de se reunir com Dilma Rousseff (PT), Obama conversou com empresários do Brasil e EUA.
O avião presidencial decolou às 22h46 local de sexta-feira (23h46 Brasília), ao final de uma jornada na qual Obama ameaçou com ações militares o líder líbio, Muammar Kadafi, e dirigiu a resposta dos Estados Unidos ao desastre no Japão. Ele veio acompanhado da primeira-dama, Michelle, e das filhas Malia, 10 anos, e Sasha, 7 anos. Eles foram recebidos por diplomatas americanos e por representantes do governo brasileiro.
Em reuniões privadas e ampliadas com Dilma, o mandatário americano discutiu, entre outros pontos, a importância de futuros investimentos dos Estados Unidos no petróleo encontrado na camada do pré-sal, a intensificação do comércio e de parcerias e a abertura de vagas nas universidades americanas.
"O Brasil é um de nossos principais parceiros comerciais, mas ainda há muito que possamos fazer. Vamos discutir hoje no que podemos avançar, quais são as etapas que vão se expandir em nossas relações econômicas. Queremos colaborar na área de ciência e tecnologia, na Copa e nas Olimpíadas. As empresas americanas podem ter papel nos projetos de infraestrutura necessários", afirmou Obama.
Ofensiva contra a Líbia
O presidente dos Estados Unidos anunciou no Brasil o início da operação aliada "Odisseia do amanhecer", que tem como objetivo atacar as defesas antiaéreas líbias e permitir o estabelecimento da zona de exclusão aérea sobre o país norte-africano. "Não é algo que os Estados Unidos ou nossos aliados tenhamos buscado, mas o comportamento de Muammar Kadafi, que continua com seus ataques contra Benghazi, não deixou outra opção. Não podemos ficar quietos quando um tirano diz a seu povo que não terá piedade", afirmou ele.
Reforma no Conselho de Segurança da ONU
Ainda que não tenha manifestado publicamente um apoio formal ao pleito do Brasil por um assento permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Obama afirmou, ao lado de Dilma Rousseff, que a Casa Branca pretende trabalhar por reformas no órgão.
"Disse à presidente Dilma que continuaremos trabalhando para que as reformas permitam transformar o Conselho de Segurança em um órgão mais eficiente e mais eficaz", comentou Obama, que antes havia ouvido da própria presidente do País que a negociação brasileira por uma presença permanente no Conselho de Segurança não refletia "um interesse menor de preocupação burocrática por espaços de representação".
Imprensa americana critica viagem
Os principais veículos de comunicação dos Estados Unidos avaliaram neste sábado como inoportuna a visita do presidente Barack Obama ao Brasil. Um dos argumentos usados foi a abstenção do Brasil na votação, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, sobre a resolução que cria uma zona de exclusão aérea na Líbia e permite uma intervenção contra as tropas de Muammar Kadafi - posição contrária à dos norte-americanos.
Na avaliação dos meios de comunicação norte-americanos, a viagem de Obama é como um ajuste nas relações com a América Latina. São muitos os motivos para melhorar as ligações com o Brasil, segundo os jornais, apesar de Obama não atender aos dois grandes desejos dos brasileiros: um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e a retirada de taxas à importação do etanol.
Domingo no Rio de Janeiro
Obama pousou na pista do Aeoroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, às 20h18 de sábado. O prefeito da cidade, Eduardo Paes, e o governador do Estado, Sérgio Cabral, esperavam o chefe de Estado americano na pista. O líder dos EUA e sua família embarcaram no helicóptero Marine 1, que seguiu para o campo do Flamengo, na Gávea. De lá, o presidente americano foi de carro até o hotel onde está hospedado na capital fluminense sob forte esquema de segurança.
Obama, sua mulher, Michelle, e as filhas Malia e Sasha deverão visitar neste domingo a Cidade de Deus, uma das 17 comunidades carentes onde foram instaladas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). O consulado norte-americano no Rio não confirmou, mas também não descartou um retorno de Obama ao Clube do Flamengo às 10h30.
No início da tarde, o presidente fará um discurso no Theatro Municiapl para uma plateia selecionada, enquanto Michelle, Malia e Sasha cumprirão agenda reservada que, provavelmente, incluirá uma visita ao barracão da escola de samba Unidos da Tijuca e ao Jardim Botânico. Na segunda-feira, Obama e a família seguirão para o Chile, dando continuidade à visita à América do Sul.
Fonte JB oline
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