Jacqueline Heluy
Agência Assembleia
O deputado Carlinhos Amorim (PDT) e a deputada Eliziane Gama (PPS) apresentaram um breve balanço sobre a ida da Comissão de Direitos Humanos aos municípios de Campestre e Porto Franco para colher informações acerca da morte da jovem Tamires Pereira Vargas, ocorrida dentro de uma delegacia por suposto enforcamento.
Elizane Gama, que preside a Comissão, disse que ficou clara a quantidade exorbitante de contradições nos depoimentos dos quatro policiais militares, dos delegados, familiares, presos e do carcereiro que recebeu Tamires na noite da sua morte. Todos os deputados presentes são testemunhas de tais contradições.
Caberá à deputada Gardênia Castelo (PSDB) fazer o relatório da visita. Também participaram da tomada dos depoimentos os deputados Antônio Pereira, Léo Cunha e Valéria Macedo. Eliziane informou que a ida dos parlamentares a Porto Franco e Campestre também serviu para constatar a precariedade no sistema de segurança pública no Maranhão.
A deputada Eliziane ressaltou que foram várias as manifestações de revolta da comunidade pela forma abusiva e arbitrária que a polícia militar utilizou ao tentar conter a manifestação de centenas de pessoas contra a morte da jovem. A polícia negou que tenha sido utilizada arma letal, mas um vereador da cidade entregou à comissão de parlamentares dois projéteis de fuzil calibre 762 que teriam sido utilizados pelos policiais durante a manifestação.
MAIS MORTES
Outra informação importante obtida pela comissão é que a jovem teria sido a terceira pessoa a, supostamente, cometer suicídio dentro de delegacia de Campestre. “É algo que esta virando até rotina naquela cidade”, disse Eliziane.
A Comissão de Direitos Humanos vai solicitar ao Conselho Regional de Medicina que ratifique ou não os laudos expedidos até o presente momento pelo Instituto Medico Legal em relação à morte da Tamires, que apresenta uma característica de suicídio.
O deputado Carlinhos Amorim acrescentou que a comissão realizou visita à cela na qual Tamires foi encontrada morte, além de reunião na igreja onde os parlamentares puderam ouvir uma multidão sensibilizada com tudo o que ocorreu. “A população teve oportunidade de se manifestar, externando a sua indignação com o fato, algo extremamente nebuloso que, sem dúvidas, chocou. Causa surpresa a direção que está sendo dada ao inquérito que apura este caso”, afirmou o parlamentar.
Para Carlinhos Amorim, ficou evidente a truculência da Polícia Militar contra os moradores que saíram pelas ruas da cidade apenas para manifestar a sua indignação e prestar solidariedade aos familiares da Tamires.
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