Desde a colônia e por quase todo o período imperial o universo social predominante foi a escravidão e suas práticas desumanas.
O Trabalho compulsório só foi extinto oficialmente em 1888, com a asssinatura da Lei áurea.
Essa conquista resultou de um longo processo de movimentos abolicionistas,da resistência dos escravos, e de interresse econômicos ligados a produção cafeeira, que viam o tabalho escravo como retrógrado e almejavam a sua substituição pelo trabalho livre se possível exercido por imigrantes europeus.
Nesse quadro não pode- se esquecer os interesses ingleses na extinção da escravidão ansiosos por novos mercados consumidores para seus produtos.
Em breve síntese, o o trabalho compulsório era contraditório com o avanço do sistema capitalista, que se consolidava na Inglaterra da revolução industrial.
Durante todo o período Imperial a tortura, os maus tratos, a degradação humana era usada contra os escravos negros. Em um mundo de maus tratos a fuga e a formação de quilombos pareciam inevitáveis.
O suicídio, o assasinato de senhores, e capatazes, o aborto e a embriagueez, também sucediam como alternativas.
Nesse contexto surgiam também práticas de acomodação na qual os escravos negociavam com seus senhores mediante alguma rebelião melhores condições.
A escravidão deixou seu DNA em toda a sociedade Brasileira, as nossas instituições são herdeiras das práticas daquela época, o quadro que sintetizou o universo social daquela época guarda semelhanças com o atual sistema penitenciário brasileiro e maranhense.
Maus tratos, torturas , degradação humana, como consequências , as fugas, assassinatos, motins , e negociações por melhores condições de vida nas prisões, as senzalas de ontem, as celas de hoje, os capatazes e feitores na casa grande, os diretores, os chefes de segurança e de plantão nas prisões.
Ontem ,como hoje , choro e ranger de dentes, acoites e torturas. Abolicionistas ridicularizados, perseguidos, hoje defensores do cumprimento da pena com dignidade,perseguidos, levados a justiça, mortos.
Os donos de escravos de outrora com controle sobre o aparelho judicial, os desumanizadores de hoje usam o Judiciário para se protegerem e atacarem aqueles que clamam por justiça.
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