sexta-feira, 11 de março de 2011

O salário do professor de ensino médio na escola pública do Maranhão

A situação do professor de escola pública no Brasil é triste, a despeito da importante e fundamental função que exerce, praticamente um sacerdócio, tal a dedicação que lhe é exigida, não há a contrapartida financeira e o reconhecimento pelo seu trabalho.

Um Professor de Ensino Médio no Brasil ganha menos que um Oficial de Justiça, menos que um Oficial da Policia Militar, muito menos , muito menos que um Analista Judiciário ( tanto de esfera estadual quanto federal), muito menos que um Delegado de Polícia, que um Promotor ,um Juiz, etc.

No Maranhão a situação não é diferente: um professor da rede estadual com 20 h , nível 19 ( o nível inicial), ganha aproximadamente $ 1500,00 líquido.

Com uma rotina extremamente sacrificada, quase uma penitência, comumente o professor é lotado longe de sua casa, isso porque não há uma preocupação da Secretaria de Educação em montar um banco de dados e um programa que possa fazer essa relação local de residência x local de lotação.


Esse detalhe já começa a influenciar negativamente na qualidade da aula que será ministrada. O professor - aquele que tem carro - enfrenta um engarrafamento enorme até chegar à escola, pois o trânsito em São Luís está um caos e com isso se gasta boa parte dos $1500,00 com gasolina.

O trânsito já o deixa a beira de colapso emocional. Chegando a escola não há nenhum recurso, só o quadro branco. Na maioria das escolas nem pincel é fornecido, o professor tem que comprar do seu mísero salário.

Algumas disciplinas não tem o livro didático, como: Sociologia e Filosofia, então o professor tem recorrer ao tradicional quadro e pincel ,se der pra comprar o pincel.

Para trabalhar com texto o professor tem que garantir do seu salário - mísero salário!

Os laboratórios de informática estão ultrapassados, sendo somente um para toda a escola é completamente inviável a sua utilização.

Não é incomum o professor ser devolvido como ''excedente'', sem receber nenhuma explicação, quando se posiciona contra esta situação precária.

Na sua carta de apresentação para lecionar em outra escola, consta a escola que o professor lecionou anteriormente, e a palavra "excedente". E assim vão sendo carimbados como "excedentes" "redistribuídos" etc.

Algo parecido com o que as empresas privadas fazem aos trabalhadores - uma rede de comunicação entre patrões - se o trabalhador recorrer a justiça ,fica "queimado"no mercado.

E tudo isso por aproximadamente $1.500,00 líquido, por 20 h de aula, 20h em tese, porque o professor gasta muito mais que isso para estudar ,corrigir provas ,trabalhos, elaborar atividades e ministrar a aula propriamente .

Aos leitores deste texto deixo uma tarefa: descobrir quanto ganham alguns profissionais da estrutura estatal que exercem funções tão importantes quanto a de Professor.

Um Delegado de Polícia, um Oficial da PM, um Oficial de Justiça, um Analista Judiciário ,um Promotor de Justiça, um Juiz de Direito.

Deixemos claro que estes profissionais merecem o que ganham, e conseguiram com lutas ,como agora lutam os professores.

A cada dia é maior o número de professores que deixam a profissão e buscam outros concursos, outra formação. Com um cenário desolador desses em pouco tempo não teremos mais professores qualificados, e isso já começa acontecer.
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O estado recorre ao contrato precário para compor o quadro de professores da rede estadual.

Este profissional ganha à metade do que ganha o professor do quadro e ministra várias disciplinas sem a devida qualificação . É o chamado professor "polivalente".

Existe um verdadeiro exército de reserva pronto para invadir as salas de aula. E assim a educação pública do Maranhão caminha para o caos total.


texto modificado no dia 11/03/2011 ás 954h, e publicado a pedidos

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