Cabo é um dos 11 acusados do crime de 2011; 4 haviam sido condenados.
Juíza foi morta com 21 tiros na porta de casa, em Niterói.
A Justiça do Rio condenou o cabo Carlos Adilio Maciel Santos a 19 anos e seis meses de prisão por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha, na noite desta terca-feira (16), em mais um julgamento do caso da morte da juíza Patricia Acioli. Carlos Adilio também foi condenado a pagar 50 salários mínimos e a perder o cargo público. A defesa recorreu da decisão.
Patrícia foi assassinada com 21 tiros na porta de casa em Niterói, na Região Metropolitana, em agosto de 2011. Na época do crime, ela tinha 47 anos, era titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, e atuava em diversos processos em que os réus eram PMs do município envolvidos em supostos autos de resistência.
Com sentença, já são cinco policiais militares do 7º BPM (São Gonçalo) condenados por envolvimento no crime. Outros seis ainda aguardam julgamento.
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Na sentença, lida às 21h40, o juiz do 3º Tribunal do Júri de Niterói, Peterson Barroso Simão, afirmou que o réu não participou da execução, mas teve participação moral e material no crime.
De acordo com o Ministério Público do Rio (MP-RJ), mesmo preso, Carlos Adilio participou da morte da juíza à medida que forneceu recursos financeiros para a emboscada, cedendo para o grupo sua parte do espólio de guerra — propina paga por criminosos para que os policiais do Grupo de Ações Táticas (GAT) para não reprimissem o tráfico de drogas na região.
"O réu tinha conhecimento de todas as tramas e nada fez para interromper o atentado", disse o juiz na sentença.
Parentes celebram
Ao final da leitura, a familia comemorou a condenação. "Saio satisfeita, com a sensação que a justiça foi feita, mas ainda faltam os outros réus", disse a irmã da magistrada, Simone Acioli, que esteve no tribunal ao lado da mãe Marli Acioli, do primo Humberto Nascimento e do o ex-marido de Patrícia, Wilson Chagas.
O resultado também foi o esperado pelo promotor Leandro Navega. "A tese do Ministério Publico foi novamente reconhecida e o réu foi condenado em tudo que a promotoria pediu.
Já o advogado de defesa, Robson Gomes Barcellos, discordou da sentença e recorreu da decisão. "Ele estava preso quando o crime aconteceu. Colocar participação em quadrilha para uma pessoa que estava presa há mais de 50 dias? Não podemos concordar. Respeitamos a decisão, mas continuamos acreditando que não houve participação dos 11 acusados", disse.
Réu alegou inocência
No interrogatório, que terminou por volta das 16h40, o réu já havia afirmado inocência. "Não participei de forma nenhuma. A morte dela [Patricia Acioli] só me trouxe prejuízo. Depois que ela foi assassinada e me ligaram a esse grupo executor só tive problema. Tenho certeza de que serei inocentado", disse. Antes, o juiz havia ouvido as testemunhas de defesa e acusação.
O cabo foi acusado ainda na Auditoria de Justiça Militar por desvio de munições do 7º BPM. Ao todo, segundo o Ministério Público do Rio (MP-RJ), ele responde a oito processos, sendo que em um deles já foi condenado, ainda cabendo recurso.
Réu começou a ser interrogado por volta das 15h30 (Foto: Priscilla Souza / G1)
Quinto condenadoQuatro PMs — Jefferson de Araújo Miranda, Jovanis Falcão, Júnior Cesar Medeiros e Sergio Costa Júnior — já haviam sido julgados e condenados por homicídio triplamente qualificado — motivo torpe, mediante emboscada e para ocultar crimes anteriores — e formação de quadrilha. Outros seis réus, incluindo o então comandante do 7º BPM na época, Cláudio Oliveira, apontado pelo MP-RJ como o mandante do crime, ainda aguardam julgamento.
Mãe e irmã da juíza Patrícia Acioli chegaram ao julgamento do PM Carlos Adílio Maciel Santos por volta de 8h15 (Foto: Isabela Marinho / G1)
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