sábado, 22 de setembro de 2012

Tornozeleiras eletrônicas servem para impedir investigados de interferir

Prefeita de Paço do Lumiar e mais 13 investigados receberam equipamento.
Grupo é suspeito de desviar R$ 15 milhões em verbas federais.

Parece um relógio, é leve e tem um chip que envia dados à polícia via satélite, em tempo real. As tornozeleiras eletrônicas, como as que foram colocada na prefeita afastada de Paço do Lumiar, Bia Venâncio, e em outros 13 investigados pela Polícia Federal, até então eram usadas em presos em regime semi aberto e em liberdade condicional.
A colocação das tornozeleiras em suspeitos é um recurso novo utilizado pela polícia para substituir a prisão temporária durante as investigações. Só havia sido adotado uma vez até agora, no interior de Minas Gerais, na cidade de Montes Claros, onde três suspeitos receberam as tornozeleiras. O monitoramento eletrônico de um grupo grande, como este, do Maranhão, é uma experiência inédita.
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     A operação "Allien", desencadeada ontem (20), pela Polícia Federal, indiciou 19 pessoas ligadas à prefeitura de Paço do Lumiar, na Grande São Luís. O grupo é suspeito de desviar R$ 15 milhões em verbas federais, que seriam destinados à educação. Hoje (21), o JMTV foi até a cidade e encontrou uma escola sem aulas. Segundo pais de alunos, a escola estaria fechada por falta de estrutura. "Todo mundo aqui é prova de que os alunos vêm e voltam porque não está tendo aula mesmo devido a pagamentos atrasados", denunciou um dos pais.
A prefeita Bia Venâncio foi afastada. O vice-prefeito, Raimundo Filho, já tomou posse e hoje, encontrou vários setores da prefeitura, fechados. Entre as várias pessoas ligadas ao esquema de desvio de recursos públicos, estão três secretários municipais. Na sede da polícia, os agentes acompanham todos os passos deles, que não podem viajar, sair de casa à noite e nem entrar na prefeitura.
"Tem como verificar onde qualquer um deles se encontra. Se por acaso alguma deles quebrar a tornozeleira, o equipamento acusa e a equipe é acionada para se dirigir ao local", explicou o coordenador de investigação da Polícia Federal, Alexandre Almeida.
Os suspeitos vão usar o equipamento até o fim das investigações. "Uma prisão temporária ou mesmo preventiva, normalmente, se esgota muito rápido. O equipamento tem a vantagem de conseguir ser prorrogado por muito tempo ou pelo tempo necessário à instrução criminal ao mesmo tempo em que é uma medida muito menos danosa e invasiva que a prisão", comentou o delegado da Polícia Federal, Cristiano Barbosa.

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