'Como é que ele (Joaquim Barbosa) vai coordenar o tribunal?', indagou.
Barbosa teve debate tenso com Lewandowski no julgamento do mensalão.
Um dia após relator e o revisor do processo do mensalão protagonizarem mais um debate acalorado no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Marco Aurélio Mello voltou a criticar o tom usado pelo ministro-relator Joaquim Barbosa para se contrapor ao voto do ministro-revisor Ricardo Lewandowski durante discussão na sessão de quarta (26).Marco Aurélio fez questionamentos nesta quinta-feira (27) sobre a futura gestão de Barbosa à frente do STF. O relator assumirá a presidência do Supremo em novembro, com a aposentadoria compulsória do atual chefe do Judiciário, Carlos Ayres Britto.
Na sessão desta quarta-feira (26), em meio a uma das discussões entre Barbosa e Lewandowski, Marco Aurélio interveio para defender o revisor e pediu para o relator : "Policie sua linguagem".
Em outro momento, depois de Barbosa insinuar que o revisor estaria fazendo “vistas grossas” sobre as provas que constam nos autos do processo, Marco Aurélio Mello apartou, mais uma vez, o relator.
"Estamos num colegiado de alto nível. Temos que respeitar os colegas. O senhor não está respeitando", afirmou.
Nesta quinta, pouco antes do início da sessão, Marco Aurélio fez nova manifestação de apoio ao revisor: “Justiça se faça, ele (Lewandowski) mergulhou no processo. Você pode não concordar, mas que é um trabalho a nível de Supremo, é”, disse.
Compra de votos
Assim como os demais ministros, Marco Aurélio Mello votará a partir desta quinta-feira sobre o item 6 da denúncia, que analisa os supostos crimes cometidos pela antiga cúpula do PT e por integrantes da base aliada do governo Lula (2003-2010).
Como o relator e o revisor do processo entenderam que parte dos réus cometeu o crime de corrupção passiva para votar matérias de interesse do governo, Marco Aurélio raciocina que a corte também deverá reconhecer que houve a corrupção ativa por parte de dirigentes do PT.
“Quem recebe, recebe alguma coisa de alguém. A tendência é esclarecer-se quem implementou a entrega. Quem implementou, comete o crime de corrupção ativa. As coisas estão interligadas. O dinheiro não caiu do céu”, observou o ministro.
Nesta quarta, Marco Aurélio disse “não acreditar em “altruísmo” entre partidos políticos. Ele destacou, na ocasião, que não é usual as legendas políticas financiarem campanhas eleitorais de outros partidos.
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