segunda-feira, 16 de julho de 2012

Veja imagens de Elize Mastunaga tomando banho de sol em presídio

 Elize, Ana Carolina Jatobá e Suzane Richthofen marcaram a história policial com crimes que chocaram o país. Elas deixaram pra trás uma vida confortável e se encontraram, em uma rotina bem mais dura.


Uma rotina tranquila, de bom convívio com as outras mulheres e ajuda nos trabalhos de limpeza. É assim a nova vida de Elize Mastunaga, de 30 anos, quase dois meses depois de ter matado e esquartejado o marido, o diretor-executivo da indústria de alimentos Yoki, Marcos Matsunaga, de 41 anos.

Desde o dia 20 de junho, ela vive na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, onde também estão Suzane Richthofen, condenada por matar os pais, e Anna Carolina Jatobá, que cumpre pena pelo assassinato da enteada, Isabella Nardoni.

Elize ficou isolada nos primeiros 15 dias. Mas agora já convive com outras presas. Imagens gravadas de fora do presídio mostram o primeiro banho de sol dela, no pátio com as outras mulheres. Elize usa o uniforme: calça cáqui e blusa amarela. Ela conversa com alguém que não aparece nas imagens, e depois desce as escadas sozinha. Depois, entra no pavilhão das celas e fala com uma das funcionárias.

O presídio ocupa o prédio de um antigo convento, bem no centro da cidade. São cinco mil metros quadrados com espaço previsto para receber cem mulheres. As celas se dividem em três pavilhões. O espaço tem ainda duas fábricas, uma capela e um pátio, onde as mulheres podem tomar sol.

Atrás de um muro, na penitenciária de Tremembé, vivem 153 mulheres. A maioria cometeu crimes que são repudiados até dentro das cadeias. Assim como Elize, Suzane e Anna Carolina, elas mataram filhos, maridos, pais. E poderiam correr risco se dividissem o mesmo espaço com presas comuns. No local, elas convivem com 20 outras mulheres presas por tráfico de drogas.

“Há uma regra interna entre os presos e presas onde eles estabelecem quais crimes são admissíveis e quais crimes não o são. Por isso que as pessoas nessa unidade prisional se aceitam e se toleram. Porque na verdade todas elas, as presas, cometeram crimes muito graves”, explica o promotor Paulo José de Palma.

O clima no lugar é tranquilo. Nunca houve rebeliões e não há registro de problemas de convivência. A maioria das presas trabalha. Suzane e Anna Carolina, por exemplo, fazem parte de uma oficina de costura.

Por cada três dias trabalhados, elas podem reduzir um dia na pena que têm que cumprir: 39 anos para Suzane e 26 anos, no caso de Anna Carolina. Nas imagens, elas aparecem no pátio de convivência com o uniforme usado pelas presas que trabalham.

Suzane, que agora é pastora evangélica, usa os cabelos longos e mais escuros do que na época do crime, em 2002. Segundo relato de funcionários, tem bom relacionamento com as outras detentas e com as carcereiras. Em uma das imagens ela conversa com uma delas, parece ver imagens numa câmera fotográfica. Suzane ri e desce as escadas correndo.

“Ela tem uma personalidade muito forte, ela sabe o que quer, sabe se relacionar com as pessoas que a cercam, e isso dentro da unidade prisional também ocorre”, diz o promotor.

Suzane já fez outro tipo de trabalho em Tremembé: deu aulas de inglês para as presas. Mas o projeto foi suspenso.

Anna Carolina também tem bom comportamento. E agora usa óculos. Como ainda espera o julgamento, Elize Matsunaga não trabalha para reduzir sua futura pena, mas ela costuma ajudar as funcionárias nas tarefas de limpeza e divide a cela com outras cinco detentas, que dormem em beliches de aço e têm um banheiro.

Elize Matsunaga vai responder por homicídio triplamente qualificado e pode pegar até 30 anos de prisão. Ela pode receber visitas, inclusive da filha pequena, mas isso não aconteceu ainda.

As três jovens marcaram a história policial com crimes que chocaram o país. Elas deixaram pra trás uma vida confortável e se encontraram, em uma rotina bem mais dura, atrás desses muros.

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