A prisão vale por 30 dias, afirmou seu advogado Gabor Horvath.
Csatary foi detido na madrugada desta quarta-feira e "disse não ser culpado", argumentando que "estava cumprindo ordens", informou o procurador de Budapeste, Tibor Ibolya.
O advogado não quis dar o endereço do local onde Csatary ficará em prisão domiciliar, limitando-se a afirmar à imprensa que se tratava de um dos dois apartamentos da capital húngara já conhecidos pelos jornalistas.
Na saída do Tribunal Militar de Budapeste, vestido com um casaco cinza e com um saco plástico nas mãos, Laszlo Csatary parecia em forma e aparentava ser muito mais jovem que seus 97 anos. Foi embora em um carro com duas pessoas que foram buscá-lo no tribunal.
O criminoso de guerra Laszlo Csatary deixa o prédio da procuradoria da Hungria nesta quarta-feira (18) em Budapeste (Foto: AFP)
Devido ao fato de a acusação ser de "crimes de guerra", Laszlo Csatary foi interrogado por um juiz militar que poderia acusá-lo ao término da audiência, informou o procurador durante uma coletiva de imprensa."Levando-se em conta a gravidade dos fatos, mas também diante da necessidade de respeitar a presunção de inocência e, devido a sua idade, de vigiar sua saúde", o procurador Tibor Ibolya considerou que, no caso do suspeito, "a prisão domiciliar era o apropriado".
"Essa medida implica que a polícia detenha seu passaporte", acrescentou.
"O suspeito encontra-se em bom estado de saúde física e mental. É cooperativo. Estava surpreso, mas supunha que seria interrogado", acrescentou o procurador.
Por sua vez, Tibor Ibolya indicou que "a procuradoria não tinha informação sobre uma eventual rede que teria ajudado o suspeito".
No domingo, o Centro Wiesenthal, um grupo de defesa de direitos humanos especializado em assuntos relacionados ao Holocausto, havia noticiado que Csatary tinha sido encontrado.
Csatary era o chefe da polícia do gueto judeu da cidade eslovaca de Kosice, no qual cerca de 15.700 judeus foram assassinados ou dali levados ao campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, durante a ocupação pela Alemanha nazista deste país que era até então a Tchecoslováquia.
"Há 10 meses, um informante nos deu elementos que nos permitiram localizar Laszlo Csatary em Budapeste. Este informante recebeu US$ 25 mil que prometemos em troca de informações que permitam encontrar criminosos nazistas", disse Zuroff.
O criminoso de guerra Laszlo Csatary deixa o prédio da procuradoria da Hungria nesta quarta-feira (18) em Budapeste (Foto: Reuters)
CondenadoEm abril, o Centro Wiesenthal colocou Csatary no topo da lista dos criminosos de guerra mais procurados do mundo.
Csatary foi condenado à morte à revelia em 1948, por um tribunal tcheco, mas desapareceu misteriosamente após se esconder nas cidades canadenses de Montreal e Toronto. Posteriormente, com uma identidade falsa, dedicou-se a comercializar objetos de arte.
Há cerca de 15 anos, autoridades canadenses descobriram a verdadeira identidade de Csatary, e, por isso, ele voltou a desaparecer, desta vez escondendo-se na Hungria, segundo Zuroff.
Fonte:www.g1
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