terça-feira, 24 de julho de 2012

O Brasil tem potencial para chegar a ser o segundo ou o terceiro maior produtor de urânio do mundo

O Brasil tem potencial para chegar a ser o segundo ou o terceiro maior produtor de urânio do mundo, defendeu nesta segunda-feira (23), em São Luís (MA), o pesquisador Nilson Dias Vieira Junior, superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), na 64ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBPC.
“O Brasil tem um 'pré-sal' de urânio debaixo de nossos pés”, comparou o especialista, durante a mesa-redonda “Pesquisa em energia para o Brasil”. O metal é um importante combustível para usinas nucleares.
Atualmente, o país ocupa a sexta posição no ranking mundial de reservas de urânio, com aproximadamente 309 mil  toneladas, localizadas principalmente em Caetité (BA) e Santa Quitéria (CE). No entanto, apenas 25% do território nacional foi objeto de prospecção. “Pela característica geológica que possuímos, e se houver melhor investimento na área, poderemos chegar a este patamar, sendo referência na produção de energia nuclear”, disse o especialista.
 
Superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Nilson Dias Vieira defendeu a produção de energia nuclear como uma das alternativas para que aconteça em escala global a diminuição nas chamadas emissões de gases do efeito estufa (EFE), embora boa parte da população ainda tenha receio quanto a utilização desse tipo de energia. “Com a tecnologia hoje disponível no mundo, a energia nuclear é absolutamente segura. O que aconteceu ano passado em Fukushima [no Japão] foi provocado por um desastre natural, um terremoto que ocasionou um tsunami e provocou o incidente na usina”, explicou. “Mas a tecnologia em si da produção de energia nuclear se pode controlar”, defendeu.
Tratamento de resíduos
Apesar de ser considerada pelo especialista como uma "fonte limpa", a energia nuclear ainda precisa tratar o problema dos resíduos por ela por ela produzidos. Embora quantitativamente eles sejam pequenos, são altamente radioativos. “O que se tenta hoje é utilizar esses resíduos como combustíveis. (...) Isso é uma tendência mundial, embora precise de uma estrutura gigante”, admitiu.


Fonte: G1

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