domingo, 22 de julho de 2012

Agiotas agem livrementes em Macaé- RJ

Um negócio lucrativo e completamente ilegal. Depois de denunciar vários casos na Região Metropolitana, nesta sexta-feira (20), o Bom Dia Rio mostrou que agiotas atuam livremente também em Macaé, no Norte Fluminense. Pelas ruas, a oferta de dinheiro fácil faz parte do cenário de um dia movimentado na cidade. Quem cai na tentação acaba perdendo o sossego e a paz.
Em pleno calçadão da Avenida Rui Barbosa, um dos pontos mais movimentados do Centro de Macaé, a abordagem é livre e sem constrangimento. Entregadores distribuem panfletos oferecendo dinheiro fácil e sem consulta ao Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) ou Serasa.
Com uma câmera escondida, a equipe da Intertv, afiliada da TV Globo, confirmou a prática ilegal, num diálogo com uma mulher que informa que o agiota dá prazo de um mês para que a pessoa pague o empréstimo. “Ele dá prazo de um mês. Aí, no caso, se você pega R$ 200 você paga R$ 280”, explica a mulher.
AmeçasUma vítima que caiu na tentação de obter dinheiro rápido conta que teve de assinar uma nota promissória e fez um cadastro para uma financeira do Rio. O agiota ainda pediu cinco números de telefone de referência e quando a vítima atrasou o pagamento, passaram a fazer ameaças, ligando para um dos telefones cadastrados.
 
“Quando atrasei (o pagamento) porque fui fazer perícia médica em Casimiro de Abreu, eles ligaram para uma amiga minha, que eu tinha usado como referência, e começaram a ameaçar minha colega”, contou um homem que pegou empréstimo de R$ 300 com um agiota.
A diferença entre o empréstimo legal e a agiotagem está no valor cobrado pelas taxas de juros e na forma da cobrança. O delegado da cidade informou que o valor médio dos juros cobrados na cidade é de 40% ao mês e as cobranças vêm acompanhadas de ameaças à família e aos indicados com o telefone de referência.
De acordo com o delegado de Macaé, as vítimas de agiotagem e extorsão não denunciam os crimes por medo. Nos três primeiros meses deste ano, cerca de três ocorrências por semana foram registradas na delegacia. Mas de abril para cá, apenas quatro vítimas por mês denunciaram o caso.
Segundo o delegado, a panfletagem não configura crime. Os papéis distribuídos ajudam a polícia a encontrar os verdadeiros infratores.
A Polícia Civil de Macaé disse que o trabalho de investigação é difícil por conta da rotatividade dos agiotas. E que as vítimas de ameaçadas devem imediatamente registrar ocorrência. Informações sobre as quadrilhas também podem ser passadas ao Disque Denúncia pelo número 2253-1177.

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