Quadrilha do ex-bicheiro teria grampeado telefone e interceptado e-mails de um deputado federal.
A investigação da Polícia Federal descobriu indícios de que a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira interceptou e-mails de um deputado federal.
Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, preso na mesma operação policial que o bicheiro Carlinhos Cachoeira é suspeito de ter montado um esquema de interceptação ilegal de e-mails. A polícia afirma que ele seria especialista em conseguir informações sigilosas, trabalhava como um espião.
De acordo com a Polícia Federal, Dadá tinha a missão de descobrir, por exemplo, o dia de uma operação para fechar casas de jogos ilegais. Mas ao grampear Dadá, a polícia descobriu que ele também pode ter contratado um ex-policial para monitorar ilegalmente o e-mail de um deputado federal do PSDB.
Um relatório da PF mostra que às 18h10min do dia 31 de janeiro deste ano, o policial aposentado Joaquim Gomes Thomé Neto liga para Dadá e diz: "É a mesma quantidade de ontem. O negócio parece ser importante”.
Na análise de inteligência da PF, a mesma quantidade se refere à quantidade de correios eletrônicos interceptados ilegalmente. Às 18h45min, Dadá liga para Thomé e fala: "Já estou em um lugar mais seguro. Dá para a gente passar agora a ‘parada’?".
Oito minutos depois, a polícia registrou outra conversa. Thomé diz para Dadá pegar a outra mensagem de Francischini. E depois relata parte do texto: "Mensagem de Francischini para o nosso amigo: ‘eu gostaria de falar com aquele rapaz lá do meio ambiente’”.
A vítima da quebra de sigilo seria o deputado Fernando Francischini, que também é delegado da Polícia Federal. Ele reconhece a mensagem como dele mesmo. Diz que estava levantando informações sobre uma fazenda em Brasília, desocupada dias antes.
“Eu não tinha conhecimento, é um fato grave. Eu vou agora reforçar o requerimento de CPI do bicheiro Cachoeira para que a gente possa separar o joio do trigo, o político honesto do político bandido em Brasília”, disse o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR).
Fonte : g1
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