domingo, 18 de dezembro de 2011

Coronel explica o motivo da resistência à aposentadoria

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Sou o coronel da PMMA Adécio Luís Vieira, 56 anos, cinco cursos superiores e atual corregedor da PM, além de ser também o secretário-executivo do Gabinete de Gestão Integrada - GGI, da SSP/MA. Fui promovido ao posto de coronel PM em 25 de dezembro de 2003, juntamente com meus companheiros, hoje também coronéis, Pinheiro Filho, Uchoa, Saldanha e Linhares.


Venho te assegurar que também já entrei com pedido de liminar para permanecer no serviço ativo da PM, apesar das conseqüências que por certo virão, mas que não foram nós que as criamos.


O que ocorre é que aos 56 anos de idade e com plenas condições de saúde física e mental, e no auge da motivação e da percepção e difusão do conhecimento, quero continuar trabalhando. Mas não é só por isso; é preciso que você saiba de um detalhe, ou seja, qual o verdadeiro motivo de nossa decisão coletiva de permanecer.


E como eu já tenho dito para muitos interlocutores repito aqui para você:
1. Há alguns atrás, quando um coronel se transferia para a reserva remunerada, ele recebia 20% a mais em seu soldo e esse resultado ainda seria majorado em até 35% de adicional de inatividade, dependendo de seu tempo de serviço;
2. Anos depois esse adicional foi extinto, permanecendo apenas os 20% a mais.
3. Em seguida, por força de uma emenda constitucional que mudou inclusive os vencimentos nas FFAA, esse acréscimo de 20% também caiu e passou-se a ganhar na reserva o mesmo que na ativa. Até aí tudo bem; ainda era suportável.
4. O tempo passou e hoje, para nós cinco que deveríamos sair no próximo dia 25/12/2011, os vencimentos na reserva diminuirão SUBSTANCIALMENTE, ou seja, no momento mais importante de nossas carreiras, seremos penalizados e não reconhecidos, pois o que levamos de fato para a reserva é o quanto ganhamos no nosso contracheque, para poder viver dignamente e prover bem nossas famílias. E essa história de conseguir fora da PM algo para fazer que recupere as perdas é balela. Se existissem esses empregos, com o tamanho do desemprego que grassa em todo o país, já deveriam estar ocupados. Temos mesmo é que sair sem perdas.


E se o amigo quiser confirmar o que digo, sugiro que faça uma simples pesquisa: veja quanto ganhava um coronel maranhense que se aposentava em 1994 e compare com o que ganharia qualquer um de nós se saísse agora e você terá a resposta para a nossa tentativa de permanência. Por tudo isso, concluímos que a decisão do meticuloso desembargador Rachid está completamente revestida de justiça e coerência.


E por que essa situação chegou a esse ponto?


Simples. Porque os últimos comandantes da PM deixaram de pensar a corporação para pensar pequeno, para pensar em grupos e não no todo. Os interesses pessoais tomaram o lugar do interesse coletivo, do pensamento estratégico da corporação. Cada comandante de uns tempos para cá parece ser pior do que o antecessor. É preciso que alguém mostre isso para a nossa Governadora ou estaremos a caminho da extinção pura e simples. Isso não mudará com a nossa saída pura e simples.


Mas como esse problema é de fato um problema de governo, somente o governo poderá resolver. O certo é que um coronel não poderá mais ir para a reserva, compulsoriamente, só porque completou 8 anos no posto. Que se mude a legislação, que, aliás, já está bastante desatrelada da CF.


Por fim, não sei se você sabe, mas para o seu próprio espanto, saiba que um coronel que esteja trabalhando na ATIVIDADE-FIM da corporação, naquilo que de fato interessa ao estado, como as diretorias, grandes comandos, comandos de áreas e outros, ao completar 8 anos no posto e 30 anos de serviço terá que se aposentar, nem que não queira, e ainda que só tenha pouco mais de 50 anos. No entanto, se esse mesmo coronel estiver, por exemplo, na Assembléia Legislativa (Pinheiro Filho) ou, pasme, no Tribunal de Justiça do Estado, cargos de forte influencia política e alheios à finalidade da instituição, ele permanecerá ali por toda a vida, enquanto for útil ao presidente. Isso a sociedade devia chamar de excrescência. Mas ninguém fala nem discute, porque todos sonham em ocupar esses lugares.


Por tudo isso é que queremos e deveríamos permanecer no serviço ativo até que a legislação seja depurada e mofdificada.


Um forte abraço do coronel ADECIO LUÍS VIEIRA – CORREGEDOR DA POLÍCIA MILITAR.

Um comentário:

  1. boâ noite! quero deixar meu comentario, aproveitando a deixa do coronel com todo o respeito presidenta! ele so disse a verdade, onde estão os empregos para os homems com mais de 50 anos! ja tenho 57 e 37 de contribuiçaõ, se naõ trab. por conta propria ja teria me matado pois esse tal de fator que vcs naõ aceitava, agora e prato cheio do pt, votei na senhora e naõ me arrependo mas pense bem sobre esse tal de fator q. o snr. fernando criou para roubar aqueles q. estão para se aposentar. um abraço coronel o brasil precisa de homems sincero como foi o senhor.

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