terça-feira, 13 de dezembro de 2011

BRASIL: LÍDER INDÍGENA EXECUTADO

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Cerca de 100 índios Guarani-Kaiowá estão acampados em suas terras ancestrais. Em 18 de novembro, 40 pistoleiros invadiram o acampamento, matando um líder indígena e sequestrando três crianças. O grupo indígena jurou permanecer em suas terras ancestrais.




Por volta das 6h30 do dia 18 de novembro, 40 homens armados, muitos dos quais encapuzados, chegaram em cerca de uma dúzia de caminhões ao acampamento Guaiviry, um assentamento montado em fazendas no Mato Grosso do Sul. O grupo atacou a comunidade, ferindo várias pessoas. O líder indígena Nísio Gomes foi dominado e alvejado repetidamente. Seu neto tentou intervir, mas foi espancado pelos atiradores. 

Segundo testemunhas, o corpo de Gomes foi arrastado pelo chão e jogado em um dos caminhões. Três crianças, um menino de 12 anos e duas meninas com idades entre cinco e 12 anos, foram capturadas pelo grupo e levadas no caminhão, não sendo vistas desde então. O corpo de Nísio Gomes ainda não foi encontrado e há temores de que ele possa ter sido levado para o outro lado da fronteira com o Paraguai, tornando o rastreio difícil. A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a FUNAI estão investigando os ataques. 

A comunidade indígena, que acampava na beira da rodovia MS-386 em condições extremamente precárias, havia reocupado suas terras ancestrais em 1º de novembro, montando um acampamento nas fazendas que haviam sido destinadas à demarcação desde novembro de 2008. A pesquisa antropológica foi concluída, mas as terras não podem ser oficialmente identificadas antes que os relatórios antropológicos tenham sido publicados. Antes do ataque 18 de novembro, o acampamento havia sido repetidamente ameaçado por homens armados. Dois dias antes, eles ameaçaram matar Nísio Gomes.  

Apesar dos graves riscos, a comunidade prometeu permanecer em suas terras ancestrais. "O povo continua no acampamento, nós vamos morrer tudo aqui mesmo. Não vamos sair do nosso tekoha (terra ancestral)", disse um membro da comunidade a um representante do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) em 18 de Novembro. A comunidade está pedindo às autoridades para redobrar os esforços na busca pelo corpo de Nísio Gomes e procura das crianças desaparecidas.

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