quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mulher presencia execução feita por PMs e liga para polícia em são paulo

A coragem de uma testemunha levou à prisão de dois policiais militares, em São Paulo. A mulher enfrentou os executores com o telefone celular na mão, em contato com a própria Polícia Militar.


- Espero que eles não me matem também. A placa é DJL-0451. O prefixo é 29411, M29411.
A mulher com medo acaba de testemunhar um crime cometido por dois policiais militares.



A vítima é Dileone Lacerda de Aquino, que segundo a polícia, tinha roubado um carro na zona leste de São Paulo. Houve perseguição e troca de tiros. Ferido na perna, o homem conseguiu fugir a pé, mas logo foi encontrado pelos policiais militares.



A versão dos policiais não inclui uma passagem por um cemitério no caminho do pronto- socorro. Testemunhas contam que eles tiraram o bandido do carro e o executaram com um tiro. Uma mulher que visitava o túmulo do pai viu tudo, ligou na mesma hora para a polícia.



-Testemunha: Olha, eu estou aqui no cemitério das Palmeiras, em Ferraz de Vasconcelos, e a Polícia Militar acabou de entrar com uma viatura aqui dentro do cemitério com uma pessoa dentro do carro, tirou essa pessoa do carro e deu um tiro.

Enquanto fala com a central da PM, a testemunha vê o carro dos policiais saírem do cemitério:



-Testemunha: Espera só um pouquinho que eles vão passar por mim agora.
-Policial: tudo bem.

Um dos policiais suspeitos se aproxima dela:



-Testemunha: Eu não sei por que ele está vindo agora. Tem um PM vindo na nossa direção.



Mas a mulher não se intimida e enfrenta o policial.



-Testemunha: Oi, desculpa senhor. O senhor que estava naquela viatura ali? O senhor que efetuou o disparo? É o senhor que tirou a pessoa de dentro ali atrás de onde nós estávamos? Eu estou falando com a Polícia Militar.



-PM suspeito: Não, não. Eu estava socorrendo o rapaz.
-Testemunha: Socorrendo? Meu senhor olha bem para minha cara.
-PM suspeito: Calma, senhora. A senhora não sabe o que o rapaz fez.
-Testemunha: Ele falou que estava socorrendo, mentira. É mentira senhor, é mentira. Eu não quero conversar com o senhor. O senhor paga o que o senhor faz. O senhor tem a consciência do senhor.

A mulher que ligou para a polícia está num programa de proteção a testemunhas. Os policiais envolvidos na execução do assaltante foram presos em flagrante. São dois soldados: Ailton Vital, 18 anos de profissão e Felipe Damel, cinco anos de polícia.
“É inconcebível esse tipo de atitude de um policial militar que foi formado pra preservar vidas. Afinal de contas isso é o que a gente apregoa todos os dias”, declara o tenente-coronel, Roberto Fernandes.
Fonte :http://www.jornalfloripa.com.br

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