domingo, 17 de abril de 2011

PRESOS DE PEDRINHAS EM GREVE DE FOME

 


Os presos da penitenciária de Pedrinhas estão há nove meses sem receber o pagamento do Fundo Penitenciário Nacional-FUNPEN, recurso financeiro destinado a pagamento dos presos que exercem atividade profissional para ressocialização, dentro ou fora dos presídios.

Acontece, que a SEJAP, a nova secretaria de administração penitenciária, até agora não disse para que veio, sem recursos e sem coragem para denunciar a falta de condições para tocar a complexa secretaria, a situação piora a cada dia. No dia de ontem, o Inspetor Penitenciário Raimundo Martins, denunciou na Rádio Educadora a situação caótica do presídio, dizia: “aqui tudo está imundo, os presos em greve não estão fazendo a limpeza; e não temos rádio portátil de comunicação entre as galerias”; Ligava do próprio plantão.

Por não receberem o que o Estado lhes deve, resolveram grevar! 24 horas sem ingerir alimentos, isto é um prenuncio de uma possível rebelião. Será que os mesmos fizeram alguma assembléia geral? Registraram em ata? Confeccionaram coletes com a inscrição: Presos em luta; deixando de lado a brincadeira, a coisa tá feia no sistema prisional e o silêncio incomoda.

O Superintendente de reintegração social da SEJAP, Bruno Polary, saiu com uma pérola: o problema se instalou antes da atual gestão assumir, assumimos em março. Depois foi além: hoje (ontem) vamos apresentar a documentação aos presos, para acalmá-los e depois pagaremos os meses, 04 meses, ficando 05 meses, e isso ele não disse.

Não importa se assumiu em março ou dezembro, o que vale é que está na direção e tem que haver uma solução imediata, tanto para os internos como para os funcionários. Pagaram somente dois meses para as internas do presídio feminino, quando os internos do presídio masculino souberam, a situação piorou, a gritaria foi grande e com justa razão.

A direção da SEJAP disse que iria solucionar nos próximos dias a situação, e que a secretaria cuidará para que eles (os presos) tenham acesso a ressocialização. Palavras bonitas e vãs, depois das rebeliões as únicas mudanças foram de diretores, trocando 06 por meia dúzia, quando as estruturas das unidades estão comprometidas e destrocadas há muito tempo, trabalhadores desmotivados e sem esperança, internos, agentes e inspetores reféns do próprio medo, querendo acreditar em um amanhã repleto de angustia e sofrimento. Essa categoria merece dignidade e respeito.

O exercício do direito de reivindicar junto a autoridade competente do reconhecimento daquilo que seja justo, é direito e dever de todo cidadão.

Feliz páscoa a quem gosta de feijão e se compraz nos grãos sobrados em prato alheio; a vida é dádiva, contração do útero, desejo ereto, leite derramado do seio da mulher mais cobiçada, amor que amanhece, perdão que não se vende, que não se arrasta no chão contaminado da repulsa, são os teus dedos no toque sublime do meu orgulho, espírito fabuloso insaciado de Deus.

Amon Jessen
Presidente do SINPOL-MA
Investigador de Polícia Civil
Data: 16.04.2011

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