Na madrugada de ontem, num caso inédito na história do Rio de Janeiro, cinco policiais acusados de tortura na 10ª DP (Botafogo) foram soltos e saíram do presídio em Bangu. Nunca vi na vida alvará de soltura ser entregue num presídio de madrugada e imediatamente ocorrer a liberação dos detidos. A vítima de tortura até agora não recebeu proteção policial. Vocês vão cair para trás com a desculpa da delegada Martha Rocha. Ela admite que o deputado Marcelo Freixo pediu proteção para a vítima / testemunha, mas está aguardando uma solicitação por escrito. Por falta de um papel a vítima corre sério risco de vida.
Na véspera do feriado 40 presos da Operação Guilhotina também foram colocados em liberdade. As denúncias graves de corrupção contra o delegado Cláudio Ferraz, promovido à cúpula da secretaria de Segurança Pública, que foram feitas por ninguém menos do que o então Chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, por ordem do secretário Beltrame nem estão sendo apuradas.
Hoje, o jornal O Globo denuncia que o programa de proteção às testemunhas, no Rio de Janeiro, gerido pela Polícia Civil na prática não existe. As vítimas chegam a ser obrigadas a assinar recibos de verba de alimentação mais alta do que recebem, sofrem humilhações no abrigo e há até denuncia de assédio sexual.
Na semana passada quando foi preso o miliciano sargento Falcon, querido por muitos políticos, foi encontrado no seu carro a cópia de um depoimento prestado à Polícia Civil por uma testemunha que lhe faz acusações, inclusive com o endereço. Policiais acusados de crimes têm acesso aos depoimentos de testemunhas contra eles, inclusive seus endereços, isso virou rotina. Ninguém é punido pela corregedoria.
Em compensação casos que deviam ser apurados com todo o rigor, como o atentado contra o blogueiro Ricardo Gama (mais tarde vou falar sobre esse caso) nem são investigados. Vão pra gaveta. É a mesma situação do assassinato do jornalista e religioso cubano Rafael Zamora Diaz, que segundo o inquérito, era ameaçado por um amigo e assessor direto de Cabral, o tal Arizinho. Zamora era amante da mulher de Arizinho que lhe contou como o marido enriqueceu ilicitamente trabalhando com Cabral.
Isso sem contar que continua em pleno vigor, o acordo entre o traficante Nem e policiais influentes que o avisam de todas as operações na Rocinha. Na semana passada mais uma vez isso aconteceu.
O Rio está virando um território sem lei, como nos tempos do faroeste. E como a mídia não cobra posturas das autoridades e das instituições, e a sociedade está adormecida e calada, não tenham dúvidas de que daqui pra frente assistiremos coisas muito piores. O clima é de impunidade geral, a corrupção está se alastrando como um vírus. Que Deus nos proteja!
Fonte: http://www.blogdogarotinho.com.br/
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