O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (12) que o atual sistema político "gera corrupção" e que é necessário "coragem" para mudar. Em cerimônia de posse da nova diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cardozo defendeu a necessidade de uma reforma política.
"Com absoluta sinceridade, digo que é imprescindível uma reforma política no Brasil. Temos um sistema arcaico, que gera corrupção, traz problema de governabilidade, e exige coragem de mudar", disse Cardozo em discurso a uma plateia formada por advogados.
Além de Cardozo, também participaram do evento o ministro Ricardo Lewandowski, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal; o procurador-geral da República, Roberto Gurgel; e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
No discurso em que representou a presidente Dilma Rousseff, Cardozo defendeu ainda o papel do advogado e afirmou que eles precisam impedir que julgamentos se transformem em "arenas romanas".
"Ser advogado é ter coragem de enfrentar o senso comum quando este quer transformar o julgamento em arenas romanas. É exigir o devido processo legal, exigir condenação com provas. Ser advogado é não ser subserviente e não pensar antes em seus interesses econômicos nem corporativos", disse o ministro.
José Eduardo Cardozo falou antes do novo presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coelho, que já havia tomado posse administrativa e tomou posse solene no cargo nesta terça.
Antes da posse, Furtado Coelho falou ao G1 e à TV Globo que a reforma política, especificamente o financiamento público de campanha, será um dos focos de sua gestão.
"Precisamos republicanizar o Brasil. No Supremo Tribunal Federal duas matérias são urgentes e necessárias. A primeira, a proibição de contribuição financeira de empresas em campanhas políticas. E a segunda, acabar com o limite da dedução para imposto de renda dos gastos com educação. Priorizar educação e ter um sistema político limpo, essas são as prioridades da OAB desta gestão", disse.
A OAB anunciou na segunda (11) que entrará no STF com ação sobre a dedução no imposto de renda.
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