Em primeiro lugar, uma advertência: este blogue não é financiado por nenhum político de qualquer que seja o partido.
Também não tenho procuração para defender Flavio Dino
(PCdoB), que é adulto e sabe se precaver.
Ocorre que a pré-campanha ao governo está atravessada
por um processo de despolitização da política, que carrega as tintas nos
aspectos subjetivos, perdendo de vista o debate objetivo sobre a realidade do
Maranhão.
Dino tem lá seus defeitos. É acusado de arrogante,
fruto da tradição stalinista do PCdoB e da carreira de juiz, mas os aspectos
subjetivos não podem ser elevados à quinta potência dos critérios de análise
para debater o Maranhão.
Flavio Dino é pré-candidato a governador pela oposição.
Nesta circunstância, cumpre o papel de criticar, cobrar e
propor.
É a regra dos embates político-eleitorais. Esse é o
ponto do interesse público: o debate sobre a realidade do
Maranhão.
Nesse contexto, cabe à oposição fiscalizar o governo,
apontando as falhas, os erros e as possibilidades de
mudança.
Não há nada de absurdo nisso. Exagero é desviar o foco
do debate objetivo sobre o Maranhão real e priorizar as questiúnculas sobre a
personalidade do líder da oposição.
Autoritário por autoritário, até o presidente de uma
associação de moradores pode ser. Imagine quem governa o Maranhão há 50
anos!
No jogo de palavras, o sistema midiático da oligarquia
Sarney joga uma nuvem de fumaça sobre as questões essenciais – os indicadores
sociais do Maranhão.
Objetivamente, o Maranhão é um estado miserável,
marcadamente corrupto, desmoralizado por todos os institutos de pesquisa que
sempre avaliam os indicadores sociais nos últimos
lugares.
Há cinco décadas a mesma família governa o Maranhão,
cada dia mais rica, enquanto a maioria da população não tem sequer água encanada
e tratamento de esgoto.
São esses indicadores da barbárie humana que a oposição
critica, típicos de uma elite perversa, bem como a corrupção – marca registrada
do Maranhão em fartas manchetes e inquéritos policiais.
Mas quando Flavio Dino assume o papel de porta-voz das
denúncias, logo é acusado de autoritário, “chefão do comunismo”, cínico e outros
epítetos impublicáveis.
Somam-se aos adjetivos as fotos espalhadas nos blogues,
formando um mosaico de imagens que compõem o conceito grotesco de um Flavio
fascista.
Ex-militante do movimento estudantil e advogado de
sindicatos, Dino virou um demônio autoritário, veja só!
Esse tipo de jornalismo despolitizado grassa nos
blogues alinhados ao Palácio dos Leões, diminuindo o debate essencial, qual
seja: a superação da injustiça, da perversidade, da corrupção e da miséria no
Maranhão.
Criou-se então uma patrulha reacionária que vigia e
pune qualquer possibilidade de pensamento que destoe da propaganda enganosa de
Roseana Sarney (PMDB).
Fincada no Palácio dos Leões há meio século, prometendo
“revolução na educação”, “revolução na saúde”, “geração de milhares de
empregos”, “grandes empreendimentos” etc, a oligarquia Sarney só conseguiu
subverter uma coisa – a verdade.
Assim sendo, tirano é aquele que nunca governou. Quem
está no poder há cinco décadas, com o Maranhão cada dia pior, é até capaz de ser
canonizado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário