terça-feira, 23 de outubro de 2012

SARNEY & CASTELO: MILITARES E MILÍCIAS NA POLÍTICA DO MARANHÃO




Ninguém melhor que José Sarney, apoiador e beneficiário da Ditadura Militar, entende de golpes e violência.

Os militares apoiados por ele prenderam, torturaram, mataram e até ocultaram cadáveres de centenas de jovens, pais ou mães de família, por 20 anos.

Ninguém melhor que João Castelo conhece as práticas de espancamento e uso da força contra os adversários. Castelo foi o governador que mandou dar porrada nos estudantes de São Luís, que reivindicavam a meia passagem, na greve de 1979.

Os compadres-coronéis José Sarney (PMDB) e João Castelo (PSDB) faziam parte da velha Arena (Aliança Renovadora Nacional), depois transformada em PDS, duas estruturas partidárias de sustentação à Ditadura Militar.

Agora eles estão consorciados nesta eleição com um objetivo central – derrotar Flávio Dino (PCdoB), padrinho da candidatura de Edivaldo Holanda Junior (PTC).

É preciso frear Flavio Dino agora em 2012 para que ele chegue fragilizado na eleição de governador, em 2014, evitando a alternância de poder no Maranhão.

Para atingir esse objetivo, Sarney & Castelo estão armados até os dentes, operando as velhas manobras aprendidas na escola da repressão - a Ditadura Militar - onde foram dedicados alunos e profissionais.

É o que justifica, por exemplo, a campanha sórdida desencadeada pelo prefeito João Castelo contra Edivaldo Holanda Junior.

O marketing viral de Castelo vem criando, semana após semana, uma série de factóides para confundir o eleitorado e baixar o nível da campanha.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com a divulgação de um vídeo fajuta que associa conceitos de violência à campanha de Edivaldo Holanda Junior.

Para fugir das questões essenciais – o debate sobre a cidade – Castelo agenda temas que mobilizam a atenção do eleitorado para fuxicos e mexericos.

Um dos principais expedientes dos marqueteiros de Castelo é a produção de boatos para “amarrar” Edivaldo a uma roda-viva de explicações.

Os boatos são plantados cientificamente e produzem um efeito avassalador na campanha porque mobilizam os sentidos da população.

O VÍDEO E A CIDADE

Nas teorias do Jornalismo chama atenção o conceito de Agenda Setting. As pessoas passam a inserir nas suas conversas pessoais aquilo que é disponibilizado no noticiário dos meios de comunicação.

A Agenda Setting pode ser operada artificialmente, a exemplo do vídeo miliciano dos marqueteiros de Castelo, exaustivamente repercutido na internet, nos jornais, na TV e nas emissoras de rádio.

Com essa estratégia, Castelo desvia o foco da campanha e agenda um tema de menor importância para a cidade.

Na lógica marqueteira de Castelo, não importa se as crianças perderam o ano letivo porque as escolas ficaram inviáveis. Não importa se a cidade foi tomada por buracos. Não importa se os hospitais municipais foram transformados em campos de concentração. Não importa se São Luís virou o caos.

O grande assunto, a mais importante agenda da campanha, o magnífico debate é um vídeo no qual um grupo de militares declara apoio a Edivaldo Holanda Junior, com frases de efeito que em nada vão alterar a administração da cidade.

VELHO FILME

A oligarquia Sarney entrou no circuito de duas formas: dando ampla repercussão ao vídeo no Sistema Mirante e mandando prender os militares que declararam apoio a Edivaldo Holanda Junior.

A prisão dos militares, no Brasil redemocratizado, é um atentado à liberdade de expressão e à livre manifestação do pensamento.

Ajudado pelo compadre-coronel José Sarney, Castelo tem todo apoio das forças coercitivas do Governo do Estado, sendo beneficiado pelo mesmo expediente da repressão de 1979, quando mandou espancar e prender os estudantes.

Castelo joga sujo e vai levando a campanha para o terreno onde ele luta melhor – o lixo e a lama.

Não existe maior violência do que privar o eleitor de conhecer as propostas dos candidatos e participar dos debates reais e mais importantes sobre a cidade.

Fruto da Ditadura Militar que o gerou, Castelo utiliza-se de um marketing miliciano para violentar o eleitor.

Uma lástima.
 

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