segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Barra do Corda: advogados alegam perseguição de Nenzim e pedem transferência de júri de acusados de homicídio


Os advogados Pedro Jarbas e Berilo Freitas, que representam três acusados de homicídio em Barra do Corda, pediram, semana passada, mudança da comarca de julgamento dos réus.
O caso é um tanto complexo, mas resumidamente, o que se pode dizer é que os advogados sustentam que um dos acusados, o empresário Norman Sá, é adversário político do atual prefeito, Nenzim, e que o júri – formado teoricamente por sorteio – é composto, basicamente, por aliados do mandatário da cidade (veja lista completa abaixo, entregue pelos defensores à Justiça).
O crime, que deve ser julgado dia 15 de outubro, ocorreu em 2008. Na ocasião, o advogado Almir Silva Neto foi assassinado quando saía de um motel com Elaine Cirstina Lima. A moça está presa e é acusada de ter sido usada para atrair Almir para que ele fosse morto – o corpo foi encontrado carbonizado dentro do carro, próximo ao motel.
O executor foi José Vieira Cruz, o Mansidão, que também está preso. Norman Sá, o suposto mandante do crime, está foragido desde então. Dias antes da execução, a esposa de Almir, disseminava na cidade que o marido mantinha relacionamento extraconjugal com a mulher do empresário. À época, Almir Silva Neto advogava para as empresas de Norman Sá. Por conta disso, o inquérito apontou para crime passional.
Foragido desde então, Norman Sá ainda divulgou um vídeo através do YouTube (veja abaixo), no dia 3 de julho do ano passado. Na aparição, ele garante ser inocente. Sem revelar o local onde estava, o proprietário da maior rede de postos de combustíveis da região central do estado afirmou que teve seu nome envolvido no caso de forma estratégica, para que fosse obrigado a deixar a cidade, e desistir de uma candidatura a deputado em 2010.

A defesa do empresário alegou, na época, que o escândalo de traição teria sido disseminado pela própria esposa da vítima, uma semana depois de receber R$ 30 mil em conta.
No pedido encaminhado à Justiça, os advogados alegam que pretendem evitar julgamento político do caso. A Justiça ainda não se pronunciou sobre o pedido, o que deve ocorrer esta semana.
Essa não é a primeira vez que advogados pedem o desaforamento de julgamento de crime cometido em Barra do Corda. No mês de abril, exatamente no dia em que foi assassinado, o jornalista e blogueiro Décio Sá noticiou que a defesa dos pistoleiros Moises Alexandre Pereira e Raimundo Pereira, acusados de matar um líder comunitário em 1997, supostamente a mando do empresário Pedro Teles, ajuizaram pedido no Tribunal de Justiça do Maranhão solicitando a transferência do julgamento para São Luís.
Repare na lista do júri daquele caso (veja aqui) que há vários jurados listados também no caso Norman Sá.

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