CARACAS, 8 Out (Reuters) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, garantiu um mandato de mais 6 anos, que estenderá seu período no poder para 20 anos, ao conquistar a reeleição com a promessa de levar a revolução socialista a um ponto "sem volta".
Desde que assumiu as rédeas do país membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em 1999, o militar da reserva fez uma curva acentuada à esquerda na política e na economia, ao nacionalizar empresas, atribuir ao Estado atividades essenciais, mudar a Constituição, o nome do país, a bandeira e até o fuso horário.
Veja abaixo alguns dos acontecimentos mais importantes dos primeiros 13 anos de Chávez no poder:
POLÍTICA:
* Chávez assumiu o poder em fevereiro de 1999 como o 47o presidente da Venezuela, jurando sobre uma Constituição que ele afirmou estar "moribunda".
Ao final daquele ano, conseguiu seu objetivo de mudar a carta magna e iniciar a "Revolução Bolivariana".
Entre suas primeiras decisões, proibiu o Departamento Antidrogas dos EUA de fazer sobrevoos no país e anos mais tarde, em 2008, expulsou o embaixador norte-americano.
* Escapou dos momentos mais difíceis no poder, quando, após vários dias de greves nacionais, em 11 abril de 2002, sofreu um Golpe de Estado que o tirou do poder por quase 48 horas.
* Mais tarde, naquele mesmo ano, uma greve liderada por trabalhadores, empregadores e contratados da estatal de petróleo de Venezuela paralisou a indústria vital para o país. A greve prolongou-se até fevereiro de 2003 e derrubou a produção petrolífera, impactando com força a economia.
* Em um novo mandato, que começou em 2007, declarou a transformação do país em um Estado socialista.
* Seus adversários acusam-no de querer suprimir a liberdade de expressão e de exercer o poder absoluto. Em 2007, o governo não renovou a concessão da emissora privada de Televisão RCTV, de tendência opositora.
* Nesse mesmo ano, com uma população desencantada pela escassez de alimentos, Chávez apresentou uma nova proposta para a reforma da Constituição, que ampliava os poderes do Estado e permitia a reeleição presidencial ilimitada, mas perdeu por 120 mil votos, seu único revés nas urnas.
* A política externa foi marcada por críticas contra o "imperialismo" dos Estados Unidos, país que ele acusa de ser responsável por questões que vão desde a mudança climática até uma suposta tentativa de assassiná-lo.
Paralelamente, reforçou a cooperação com seus aliados de esquerda como Bolívia, Equador, Nicarágua e, especialmente, Cuba, onde foi submetido a três cirurgias e recebeu tratamento contra um câncer. Também se aproximou do Irã e da Síria.
* Entre as principais reclamações dos venezuelanos sobre sua gestão, estão o déficit habitacional, uma das taxas mais altas de criminalidade da região e a inflação descontrolada.
ECONOMIA
* Em 2003, com os efeitos da greve no setor de petróleo, ele decretou o controle cambial que afirmou que "veio para ficar". Junto com essa medida, impôs um controle de preços sobre uma longa lista de produtos de consumo.
* Chávez passou grande parte dos recursos das exportações de petróleo para os gastos sociais e para ajudar os países aliados, levando a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) a reduzir seus lucros e investimentos e aumentar seu endividamento.
* Uma das marcas do governo de Chávez tem sido a extensa onda de desapropriações. O Estado se apropriou em pouco mais de uma década de vários ativos, que vão desde empresas petrolíferas, financeiras, de telecomunicações, elétricas, até empresas menores como produtoras de vasos sanitários, tubos e embalagens de papel.
* A Venezuela conseguiu deixou para trás uma recessão de quase dois anos, depois que os preços do petróleo recuperaram-se em 2010.
* O país luta contra uma angustiante inflação de dois dígitos desde 1986, a dependência das importações e uma indústria desgastada pelas nacionalizações e pela falta de divisas.
(Reportagem de Eyanir Chinea)
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