segunda-feira, 12 de março de 2012

Eliel Teixeira, filho de maranhense, é xerife nos EUA

http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/urbano/2012/03/11/interna_urbano,110621/eliel-teixeira-filho-de-maranhense-e-xerife-nos-eua.shtml

Augusto do Nascimento
Uma série de idas e vindas levou o brasiliense Eliel Teixeira, de 28 anos, a tornar-se o primeiro brasileiro a ocupar o cargo de delegado-xerife nos Estados Unidos. Até a adolescência, ele sonhava em seguir uma carreira que o pusesse em contato com outros países, como diplomacia, comércio exterior ou relações internacionais. Em seguida, na faculdade, chegou a cursar economia e ciências políticas, antes de finalmente formar-se em administração pública, pela Union Institute and Univesity, no estado da Califórnia.

Em 2006, trabalhando como gerente de projetos pela empresa americana de telefonia AT&T, o jovem brasileiro participou da implementação do sistema de telefonia nos órgãos e instituições de segurança da região metropolitana de Los Angeles, segundo aglomerado urbano dos Estados Unidos. Em contato com o mundo dos fóruns criminais, delegacias e cadeias, Eliel começou a cogitar que seu futuro seria na polícia. A certeza da escolha viria depois do convite de um xerife de alta patente da cidade, para que ele acompanhasse o plantão de uma das viaturas policiais.

“Logo no primeiro dia eu pensei: é isso aqui o que eu quero”, recorda Eliel, que rápido deixou de associar a figura do xerife das imagens que tinha visto nos filmes americanos de faroeste, com os chapéus de aba larga e bigode, montado em um cavalo e pronto para atirar “o gatilho mais rápido do oeste”. Os xerifes que o brasileiro conheceu dirigiam carros modernos e eram apoiados por uma equipe qualificada de investigadores e agentes.

Treinamento árduo
No dia seguinte, Eliel se inscreveu para participar da concorrida seleção para a função de xerife do condado de Los Angeles. Com 52 mil inscritos, a escolha seguiu critérios rigorosos, que incluíam uma avaliação escrita de conhecimentos gerais, sabatinas por uma banca de entrevistadores, testes físicos e psicológicos.
Um dos pontos da seleção destacados por Eliel foi uma minunciosa investigação sobre a vida pessoal para atestar a idoneidade dos candidatos, pela qual se procuravam as pessoas com quem conviviam socialmente: vizinhos, pessoas dos círculos de trabalho e escola, e até ex-namoradas. Além disso, os aspirantes a xerife tinham que fornecer senhas para o rastreamento de correspondência eletrônica, e concordar com a checagem de movimentações bancárias e conversas telefônicas, se tinham honrado as transações comerciais com credores.

Os 120 classificados para ingressar na academia de segurança pública iniciaram um treinamento que, segundo Eliel, se baseia nos princípios de formação dos fuzileiros navais americanos. O dia da equipe começava à 4h e costumava encerrar-se somente às 22h. Depois desse horário, o brasileiro ainda reservava algumas horas à revisão do que tinha estudado durante o dia, e aos cuidados pessoais. “Era praticamente uma escola de gladiadores”, disse Eliel, informando que 20 pessoas chegaram a desistir de continuar nas primeiras seis horas de treinamento.

Apoio familiar

Eliel Teixeira atribui o sucesso de um brasileiro na função de xerife de uma cidade americana à formação que recebeu da família. Maranhense natural de Pedreiras, o pai dele mudou-se para o Distrito Federal em razão das pequenas perspectivas na terra natal. Quando estudava teologia, ele acabou conhecendo e casando com uma cidadã coreana que fazia o mesmo curso. Em 2000, o casal foi realizar o doutorado nos Estados Unidos, levando a família.

A possibilidade de ter habilitação para dirigir com 15 anos contou muito para Eliel Teixeira permanecer naquele país. “Foi uma proposta irrecusável”, disse ele, que à época ponderou a vantagem de ficar e concluir o equivalente ao ensino médio, já que no Brasil ainda teria de esperar três anos para sentar-se legalmente ao volante de um carro.





Publicação: 11/03/2012 16:36 Atualização: 11/03/2012 16:39

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