sexta-feira, 10 de maio de 2013

Antonio vieira e Flávio Dino



  Tive o prazer de desfrutar da amizade  do   Antônio Vieira   compositor  , intérprete  , e principalmente do homem  simples, tranquilo apaixonado pelas coisas do Maranhão.   Nossos  encontros sempre   ocorriam   á noite  na banca do Dácio, na praia grande, eram grandes amigos, o Dácio   e  ele, batiamos altos papos, sobre música, poesia,   familia, sobre a vida.

   uma  característica pouco conhecida das pessoas sobre  Vieira   era a sua preocupação  com a política, com a necessidade   , dizia ele, de renovar  a política do Maranhão,  foi nessa  batida que o convidei a   gravar um depoimento  em favor da candidatura de Flávio Dino   a prefeito de  S..Luís, o convite foi aceito de imediato,  e  aconteceu na Lagoa  em uma pizzaria  ,salvo engano, naquela época     as pessoas simples, ou  "qualquer um" como diz  uma das Kzarinas que rodeiam Flávio dino, podiam se aproxmar do candidato, tinham importância   no " projeto" .  

 A declaração de voto de Vieira foi muito importante naquela época  e  abriu uma série de apoios  na área da cultura.   Na noite marcada para nos encontrarmos, na banca do Dácio,  para    irmos  gravar   o  apoio,  o Mestre  Vieira  atrasou-se muito, fiquei em polvorosa, achando que ele não viria, a todo momento informava o amigo  Cristiano  Capovila,    que já nos  aguardava no local da gravação.  Finalmente  ele chegou, e rumamos para  o local combinado, lá chegando foi recebido  com festas  e reverência por  Flávio Dino  e  Marcio  Jerry,  é uma das boas lembranças   que trago  na memória  afetiva  .  Uma  noite maravilhosa,    marcada  pela esperança de que era possivel um Maranhão de todos nós, quando o mestre vieira morreu  eu não estava em São Luís mas  as minhas preces  o  aconpanham até hoje.  Abaixo  um pouco  do Mestre Vieira.






Olhar sorrateiro, sorrisos e conversa gesticulada, assim foi um dos maiores cantores do Maranhão, Mestre Antonio Vieira. Nascido em São Luís (MA) em 1920, cantor e compositor com mais de 60 anos de carreira e obra sólida.

Sério e desenvolto ele sempre compôs músicas de todos os tipos. Canções que expressam suas raízes, e os ritmos populares do Maranhão, como Bumba-meu-boi e o Tambor de Crioula, além da poesia do cotidiano com humor e delicadeza.

O cantor e compositor maranhense, Antonio Vieira dedicou sua vida à música. Começou a compor aos dezesseis anos, sendo a música Mulata bonita, sua primeira canção.

Porém, o mestre Antônio Vieira passou a se dedicar mais a música conforme ia se aposentando de suas profissões.

Vieira compôs mais de trezentas canções - entre sambas, valsas, boleros e ritmos regionais - como baralho e carimbó maranhense - seu trabalho permaneceu praticamente desconhecido do grande público, a exemplo de outros grandes artistas, que só tiveram suas obras reconhecidas tardiamente, e hoje fazem parte da história musical do país.

Antônio Vieira foi bem criado pela família rica de seu padrinho, o mesmo que lhe deu o nome em homenagem ao rebuscado e imortal Padre Antônio Vieira.

Se por um lado podia estudar, por outro conseguia escapar com outras crianças para se perder entre os pregões do Mercado Central de São Luís. O filho de dona Maria cresceu próximo ao Mercado Central, local de efervescências sociais e culturais, com seus muitos personagens. Era a gente do povo.

Naquela época, nem se sonhava com supermercados, a cidade borbulhava de vendedores típicos ambulantes, os chamados pregoeiros, que vendiam (ou compravam) de tudo de porta em porta, anunciando-se com seus pregões cantados e bem-humorados, que tanto fascinavam o menino. Tudo isso, e a paz de uma cidade ainda civilizada, ficou para sempre gravado na memória de Seu Vieira.

Antonio nunca teve medo do batente e fez um pouco de tudo. Foi inventariante de imóveis, sargento do Exército, comerciante, funcionário da Rádio Timbira, diretor administrativo de hospital e vendedor de telefones.

Ainda menino, prometeu à sua segunda mãe:"minha madrinha, quando eu souber escrever, eu vou fazer o poema para o azul, a cor que eu mais gosto". Mais tarde compôs o "Poema Para o Azul", cumprindo a promessa de menino.

Para compor, Vieira usa sua marca registrada, a simplicidade. Ao longo de sua extensa carreira, a sua principal fonte de inspiração tem sido a vida do homem comum, da gente das ruas, o amor e o sofrimento das pessoas simples.

Foi somente em 1942 que Antônio Vieira apareceu em público fazendo parte do quinteto Anjos do Samba.

Saiu do cenário da música e pouco mais de vinte anos depois, Vieira volta a aparecer conquistando o primeiro e o segundo lugares em um festival de música de São Luís. As músicas premiadas foram “Papagaio de Papel” e “Menino travesso”, ambas feitas em parceria com Pedro Giusti.

Somente aos 66 anos, portanto em 1986, foi que Vieira fez sua primeira gravação. A música “Na cabecinha da Dora” saiu em compacto duplo intitulado Velhos moleques, produzido por Chico Saldanha, Ubiratan Sousa e Giordano Mochel.

Na mesma época escreveu um livro a quatro mãos com o também cantor Lopes Bogéa em que se registrava os refrões dos pregoeiros de São Luís. O livro Pregões de São Luís deu origem a um LP.

Mas a virada na vida do Seu Vieira aconteceu mesmo em 1997 quando uma jovem conterrânea sua gravou duas músicas em seu disco de estréia. “Tem quem queira” e “Cocada” foram gravadas por Rita Ribeiro e tiveram uma ótima repercussão. Pronto, Seu Vieira começou a ser conhecido pelo Brasil. Aos 77 anos!

Antes, apenas o paraense Ary Lobo gravara uma composição do mestre maranhense, “Balaio de Guarimã”. Rita voltou a gravar Seu Vieira em seu segundo disco, Pérolas aos povos.

Outro jovem maranhense produziu a tão esperada estréia do já octogenário Antônio Vieira. "O samba é bom" foi gravado ao vivo no Teatro Arthur Azevedo em São Luís sob a produção de Zeca Baleiro e contou com a participação do próprio, de Elza Soares, Sivuca, Célia Maria e Rita Ribeiro.

O repertório do show/disco passeou elegantemente pelo samba, pela valsa, forrós e boleros e trouxe em 18 faixas, músicas como “Ingredientes do samba”, “Mocambo”, “Para quê recordar?” e as já citadas
“Cocada”, “Banho cheiroso” e “Mulata bonita”.

O CD "O Samba é Bom" do cantor e compositor Antônio Vieira é o primeiro disco solo de sua carreira. Aos 89 anos, Mestre Vieira foi representante de uma geração de músicos maranhenses da qual se tem pouco registro.

Gravado ao vivo nos dias 19 e 20 de janeiro de 2001 no Teatro Arthur Azevedo em São Luís, o disco tem participações de Elza Soares, Sivuca e Rita Ribeiro, além de seu produtor e idealizador Zeca Baleiro. A canção "Cocada", também gravada no cd "Rita Ribeiro" de 97, valeu ao autor uma indicação ao Prêmio Sharp na categoria "Melhor Canção".

Com um acervo de mais de trezentas composições - entre sambas, valsas, boleros e ritmos regionais, como baralho e carimbó maranhense - seu trabalho permaneceu praticamente desconhecido do grande público, a exemplo de outros grandes artistas brasileiros, como Cartola, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento, Clementina de Jesus e Batatinha, que só tiveram suas obras reconhecidas tardiamente, e hoje fazem parte da história musical do país.
Em 2002, o livro/LP Pregões de São Luís se transformou no CD Compositor popular (Eldorado). Produzido e arranjado por Ubiratan Sousa o disco trouxe músicas sobre personagens de uma cidade d’outro tempo, tais como “O carvoeiro”, “O amolador”, “O sorveteiro”, “O verdureiro”, “A doceira” e “O garrafeiro”.

Já o descreveram como um homem dado a sambas, farras, cachaça, futebol e mulher. Pelo que se vê em seus gostos e nas músicas que fez, Mestre Vieira foi, na verdade, dado à vida.

Não há dúvidas de que, Mestre Antonio Vieira, ao longo de sua vida, acumulou uma vasta sabedoria popular e se tornou um ícone da cultura maranhense, fazendo parte da história musical do país.

Em abril/2009 morre em São Luís, aos 88 anos, o cantor, compositor e poeta maranhense Antônio Vieira, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), no UDI hospital.

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