quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Plano de Cardozo para o Maranhão é uma espécie de intervenção branca

por Gerson Camarotti |


Com a disposição concreta do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de pedir intervenção federal no Maranhão por causa da situação nos presídios, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou um plano contra a crise no estado, que na prática funciona como uma espécie de intervenção branca. Cardozo e Janot têm conversado nos últimos dias sobre a situação no Maranhão.

Hoje à noite, o procurador já sinalizou que se o plano não reverter a onda de violência nos presídios, ele será obrigado a pedir a intervenção ao Supremo Tribunal Federal. Foi com esse alerta que Cardozo conseguiu assegurar, com Roseana Sarney, o anúncio do plano.

No Planalto, existe forte incômodo com a demora do governo do Maranhão em entregar a lista com os nomes dos líderes das facções criminosas que serão removidos para presídios federais. A constatação é que não há informação segura no Maranhão sobre quem são os principais líderes dessa onda de violência.

“Pelo jeito, as autoridades de Segurança Pública no Maranhão não sabem o que fazer. Eles estão perdidos. E não adianta transferir os presos errados, pois a violência vai continuar”, explicou ao Blog uma autoridade que está acompanhando de perto os desdobramentos da onda de violência em São Luís.

Ao mesmo tempo, houve cuidado do ministro Cardozo para evitar um desgaste político da governadora Roseana Sarney. Foi anunciada a criação de um comitê gestor, mas que será coordenado pela própria Roseana.

Esse comitê será supervisionado pelo governo federal, que prevê ações integradas entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Foi uma forma de tentar manter a autoridade da governadora, considerada uma aliada preferencial do Palácio do Planalto, mas sem que o Ministério da Justiça perca o controle das ações.

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