sábado, 19 de novembro de 2011

Traficante Nem da Rocinha vai ter vizinhos perigosos em presidio em Campo grande

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O-chefe do tráfico de drogas da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes – conhecido como Nem - vai ter alguns vizinhos em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Ele vai ter a companhia de outros famosos líderes do tráfico de drogas do Rio de Janeiro.



A operação de transferência do traficante Nem contou com forte esquema de segurança na manhã deste sábado (19). Ao todo, 40 inspetores penitenciários do GSE (Grupamento de Serviço e Escolta) e 11 viaturas da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) escoltaram o criminosos que deixou o complexo penitenciário de Bangu, zona oeste do Rio, por volta de 6h15.

Veja as fotos da prisão do traficante

Nem e comparsas embarcam para Campo Grande

Depois de cair nas mãos da polícia, Nem ficou apenas nove dias no Rio de Janeiro, neste sábado (19) ele trocou a cela individual de Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó, zona oeste da capital fluminense, por uma cela de segurança máxima em Campo Grande. Ele será o preso 114 da unidade.

Segundo especialistas, manter o traficante longe do Estado é uma maneira de tentar evitar que ele continue comandando o crime de dentro dos portões da Justiça.

Para a ex-secretaria Nacional de Justiça, Elizabeth Sussekind, se Nem ficasse no Rio ele teria facilidade para dar recados e ordens para outros traficantes.

- É importante que eles estejam afastados de suas bases, que eles sejam isolados, o que impede ou reduz a influência que eles têm, embora presos, nas áreas onde eles trabalham.

Em Campo Grande, Nem vai ficar em uma cela individual e sairá sozinho para o banho de sol, sem contato com outros presos. Além disso, ele não terá TV nem rádio e viverá cercado de câmeras de segurança.

As principais lideranças do tráfico de drogas no Rio estão espalhadas pelos presídios federais brasileiros. Nem será vizinho de Elias Maluco, um dos assassinos de Tim Lopes, que também está em Campo Grande.

Além dele, Sandra Helena Gabriel, a Sandra Sapatão, do Jacarezinho. Zona norte da cidade, e o grupo de milicianos liderados por Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, estão no mesmo presídio.

Em Porto Velho, capital de Rondônia, estão os traficantes Polegar, ex-chefe do trafico na Mangueira e Marcinho VP, do Complexo do Alemão, Isaías do Boreu foi mandado para Catanduvas, no Paraná.

Fernandinho Beira-Mar já rodou por todos estes presídios e atualmente está em Mossoró, Rio Grande do Norte.

Ao todo, 413 pessoas estão espalhadas pelos presídios federais do Brasil, todas a milhares de quilômetros das suas cidades de origem.

Para Elizabeth Sussekind, isso ocorre por causa da incapacidade dos Estados em manter os seus presos isolados e longe do crime.

- Eles não conseguem isolar por conta da corrupção. O único benefício para a sociedade e para o sistema prisional é que há um maior isolamento, uma redução do contato dele com suas áreas de influência, onde comete delitos e onde gerencia seus negócios criminosos.

Assista ao vídeo:


Delação premiada

O procurador-geral do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Lopes, busca uma nova forma de tentar convencer Nem a colaborar com as investigações e contar à Justiça o que sabe da forma mais detalhada possível.

Para isso, Cláudio Lopes conversou com o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, informando-lhe que existe uma prerrogativa legal para que seja oferecida a delação premiada ao traficante. No entanto, para isso, é necessário reunir promotores e juízes que cuidarão dos processos contra Nem, pois são eles quem podem oferecer tal benefício.

- Eu conversei com o secretário Beltrame e lhe disse que a lei prevê essa possibilidade [de delação premiada], mas é um benefício que deve ser aplicado pelo juiz. O que eu propus é uma interlocução entre os promotores e os juízes que vierem a atuar nos casos para que eles discutam essa possibilidade, tendo em vista a possibilidade de ele prestar esclarecimentos objetivos à Justiça sobre os crimes que ele praticou e as pessoas envolvidas nesses crimes.

Para promotores, interessaria oferecer a Nem tal benefício se o traficante contasse, por exemplo, quem são os policiais envolvidos no esquema de corrupção que levava mensalmente metade de seu faturamento com a venda de drogas.

- Se houver um esclarecimento absoluto dos crimes praticados por ele e com base nas eventuais condenações, ele pode ter uma redução de pena, mas novamente, essa é uma decisão dos promotores que atuarem no caso e dos juízes.

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