terça-feira, 15 de novembro de 2011

A investigação continua sobre o assassinato do empresário Marggion

http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/urbano/2011/11/14/interna_urbano,100857/a-investigacao-continua-sobre-o-assassinato-do-empresario-marggion.
Publicação: 14/11/2011 09:58

O indiciamento corretor Elias Orlando Nunes Junior e o vereador de Paço do Lumiar, Edson Arouche Junior, o 'Junior Mojó', um dos suspeitos não deu fim ao caso, que, prossegue sendo investigado. A Superintendência de Polícia Civil da capital trabalha com uma equipe força-tarefa composta por quatro delegados, dois peritos e seis investigadores, além de um aparato em equipamentos e pessoal, com apoio da Corregedoria de Justiça, para concluir as investigações no que refere à compra e venda ilegal de terrenos na área do Araçagi; além das vistorias aos cartórios supostamente utilizados para a fraude: São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Raposa e Vitória do Mearim - este último, será fiscalizado pela polícia na próxima semana.

Elias e o vereador têm até o final da próxima semana para, por meio de seus advogados, apresentar suas defesas ao juiz Marcelo José Amado Libério, que responde interinamente pela 1ª Vara Cível e Criminal de São José de Ribamar, e deferiu o pedido de prisão preventiva. Após apresentada a defesa, o juiz marcará audiência de instrução e julgamento. Na mesma ocasião serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa; na mesma audiência os acusados também serão ouvidos. Nesta etapa os indiciados devem comparecer pessoalmente. Da audiência sairá outra decisão cuja sentença é enviada aos indiciados por um oficial de justiça. A este caberá designar ou não força policial para auxiliar no processo. A decisão, caso seja deferida a prisão, caberá recurso.

A polícia justificou o pedido pelo fato da conduta dos indiciados representar perigo que estes representam à ordem pública. Dois outros nomes constam como indiciados no inquérito: Francisco das Chagas Souza Lima (vendeu o terreno para o empresário) e sua secretária, Janice Oliveira Sousa, atuou como 'laranja' no negócio e segundo o delegado, dessa forma contribuíram para a execução do crime de forma indireta. "Como a morte está relacionada pelas revendas ilegais de terreno, eles dois causaram a motivação para o crime", explicou o superintendente de Polícia Civil da capital, Sebastião Uchôa.


SAIBA MAIS

No dia 26 de setembro, a polícia cumpriu quatro mandados de busca que resultaram na apreensão de uma vasta documentação e equipamentos nas residências que podem levar a outras ações da quadrilha. Na casa do corretor Elias Orlando a polícia apreendeu a quantia de R$ 2350 em dinheiro, uma CPU, uma placa com o nome da imobiliária Realize Consultoria e Negócios Imobiliários e uma pasta contendo vários documentos. Na residência do vereador 'Junior Mojó' foram apreendidos um rifle calibre 22 sem documentação, mais de R$ 9800 em dinheiro, uma CPU, um notebook, um netbook, cópia de um documento de identidade (que será apurado se tratar de vítima ou cúmplice), pasta contendo documentos, um cofre onde foram encontrados uma carteira com cheques e documentos a serem periciados; e um registro de terra falsificado com selo retirado de outro documento. Na casa do Diniz, que seria suposto escrivão do cartório de São José de Ribamar, foi apreendida uma bolsa com diversos documentos e computadores. Analisando parte da documentação encontrada na casa do vereador Junior Mojó, foi constatada falsificação de escrituras, procurações e documentos de impostos.


Segundo o relatório, a dupla está indiciada por homicídio triplamente qualificado: I - pela promessa de recompensa (Art. 121 §2º I); II - pela impossibilidade de defesa (Art. 121, §2º, IV); e para assegurar a vantagem de outro crime (Art. 121,§2, V), e praticado em concurso de pessoas previsto no Art. 29, do mesmo diploma legal pelos executores e mandantes do crime. O inquérito diz ainda que, a consumação do crime de ocultação de cadáver, prescrito no Art. 211 do CPB, também praticado em concurso de pessoas formado por mandantes e executores do crime. Já o tipo penal previsto no Art. 297 "caput", do CPB se adequa à conduta de Elias Orlando Nunes Filho, de falsificar documento público referente a imóvel vendido com documentação fraudulenta.



Margion Lanyere Andrade, 45 anos, foi encontrado morto em seu lote, no Araçagi, enterrado em uma cova rasa, no dia 15 de setembro. Após descobrir o assassinato, a polícia chegou ao caseiro Robert Sousa dos Santos, 19 anos, e um menor de 15 anos, que confessaram a participação e citaram o nome do ex-presidiário Alex Nascimento dos Santos, 23, cunhado de Roubert. Alex confessou em depoimento ter executado o empresário com um tiro na nuca. A arma que matou o empresário havia sido entregue por ele ao caseiro, para que este protegesse o lote. Além de matá-lo também roubaram cerca de R$ 500. Pelo crime, o grupo receberia R$ 12 mil. Em reconhecimento, Alex, Roubert e o menor apontaram Elias como mandante do crime.

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