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quinta-feira, 10 de novembro de 2011
O traficante Nem foi capturado na madrugada desta quinta-feira no Rio de Janeiro
Apesar da oferta de R$ 5 mil como recompensa por informações que ajudassem na captura de Nem, o traficante mais procurado nos últimos tempos pela polícia acabou sendo descoberto no porta-malas de um carro, durante uma possível tentativa de fuga, no começo da madrugada desta quinta-feira. Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto.
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Nem da Rocinha é um dos líderes mais importantes da facção Amigos dos Amigos, popularmente conhecida como ADA. Seu nome é Antônio Francisco Bonfim Lopes e ele nunca havia sido preso antes. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, "Nem é o dono da palavra final de tudo o que acontece dentro das comunidades, passando a imagem de benfeitor e escondendo os rastros de sangue e terror", segundo detalha o site de procurados pela polícia.
Ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Antes de assumir o comando da favela, segundo a polícia, ele era adepto da política assistencialista. Já à frente do tráfico, passou a ordenar mortes de moradores que se mostrassem contrários as suas ordens.
Ainda segundo a polícia, o 'exército' de Nem possui um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.
Em janeiro de 2010, Nem tentou forjar a própria morte, incluindo o enterro, a fim de escapar de vez da polícia, que acabou descobrindo toda a trama. Em agosto, com a ajuda de seus comparsas muito bem armados e com o treinamento tático, escapou de um confronto com policiais, quando saía de um baile no morro do Vidigal, invadindo um hotel de luxo, onde os comparsas mantiveram trinta e cinco reféns até que Nem estivesse em segurança.
No mesmo mês, porém, ele foi condenado à revelia a oito anos e quatro meses de prisão pelo juiz Luiz Márcio Alves Pereira, da 33ª Vara Criminal da capital. O processo que resultou na condenação de Nem se baseou em um inquérito aberto pela Polícia Civil em 2006 após denúncia contra 14 suspeitos de integrar o tráfico na Favela da Rocinha, todos comparsas de Nem.
'Tribunal do tráfico'
Ainda recai sobre Nem o desaparecimento de duas jovens, que saíram de casa no dia 9 de maio em direção à favela da Rocinha e nunca mais voltaram. Segundo o delegado da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, Felipe Ettore, declarou em junho, o sumiço de uma carga de haxixe no valor de R$ 30 mil teria motivado o desaparecimento da modelo Luana Rodrigues, 20 anos, e da amiga Andressa Rodrigues, 25.
Ainda segundo Ettore, ambas foram julgadas e condenadas à morte pelo chamado "tribunal do tráfico", chefiado por Nem.
Com informações do JBOnline.
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