21/02/2013 20h47 - Atualizado em 21/02/2013 20h47
Deputado e secretário são suspeitos em denúncia do Ministério Público.
Caso está no Tribunal de Justiça do Maranhão.
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Dona de casa Cilézia Melo, uma senhora de 70 anos que se diz vitima do esquema, conta que a terra pertencia à sua família desde 1912. Ela declarou ter vendido uma pequena área de 16 hectares para o deputado Raimundo Cutrim e o acusa de ter se apossado aos poucos do restante.
Ao saber da declaração da senhora, o secretário Alberto Franco se defende. "Essa pessoa é vítima? Pra mim, ela é integrante da quadrilha”, dispara. Já Raimundo Cutrim alega ter tomado conhecido da falsidade da escritura do terreno somente no ano passado.“Uma pessoa que me vendeu e deu a escritura. Agora se era falsa, eu só fui tomar conhecimento em 2012”, se defende.
Para conseguir a escritura, Cutrim diz ter comprado a área de um homem chamado Antonio Claudino da Silva, que teria assinado, em 2000, uma procuração para vender o imóvel. As inestigações, porém, descobriram que existe um atestado de óbito demonstrando que Antonio Claudino, o vendedor, teria falecido em 1997. Ele alega que também foi enganado e, pela primeira vez, admitiu que os documentos da terra que comprou eram falsos.
Já o secretário Alberto Franco nega que tenha ajudado a fraudar os documentos e acusa dona Cinézia de montar um plano para pegar as terras de volta porque se arrependeu de ter vendido, já que as terras teriam sido vendidas por R$ 28 mil e, hoje, valem R$ 6 milhões.
Denúncia
O caso está no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). A aceitação da denúncia da Procuradora Geral de Justiça do Maranhão (PGJ-MA), Regina Rocha, ainda está em fase de apreciação. O deputado e o secretário foram indiciados pela polícia e denunciados pelo Ministério Público como integrantes de uma quadrilha de grilagem de terras. As investigações apontam a participação deles na falsificação de documentos com o intuito de tomar posse de áreas sem a autorização dos donos.
De acordo com o inquérito policial, as testemunhas afrimaram terem sido expulsas das terras visadas pela quadrilha. Relatos contam que pessoas armadas e policiais, sob as ordens de Raimundo Cutrim e de um delegado de polícia chamado Sebastião Justino, eram responsáveis por expulsar os ocupantes.
A regularização das terras, que seriam ilegais, de acordo com a polícia, seria feita no cartório do 1º Ofício de São José de Ribamar, MA, com a participação de Alberto Franco, na época, interventor do cartório. Outras oito pessoas acabaram denunciadas também por formação de quadrilha e falsificação de documentos.
O delegado citado no processo, Sebastião Justino, disse que não iria gravar entrevista porque estava viajando, mas afirmou que vai provar sua inocência na Justiça.
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