terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Defesa de Gil Rugai quer apuração de ligação de traficantes com morte


19/02/2013 13h34 - Atualizado em 19/02/2013 13h58          
  • Vale do Paraíba e Região

  • Nesta terça-feira (19), julgamento está no segundo dia.
    Delegado que cuidou do caso é ouvido nesta tarde.

    Márcio Pinho e Kleber Tomaz Do G1 São Paulo



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    Os defensores de Gil Rugai afirmaram nesta terça-feira (19) que uma das possibilidades para explicar o assassinato do pai e da madrasta do réu é que o crime tenha sido cometido por traficantes. Eles descartam envolvimento do casal Luiz Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitino com o tráfico.

    Durante o depoimento da primeira testemunha do segundo dia, a defesa afirmou que o aeródromo de Itu é um dos principais pontos de entrada de droga no país, segundo o advogado Thiago Anastácio. O advogado lembrou que Luis, pai de Gil, estava fazendo filmagens de suas aulas de voo na região e que isso foi descoberto. Segundo ele, isso pode ter motivado que traficantes tenham agido contra o casal.
    O crime ocorreu em março de 2004. Durante as investigações, a polícia apontou apenas Gil Rugai como suspeito. Antes dos dois dias do julgamento, o réu negou ter sido o autor do duplo homicídio.
    O advogado de defesa Macelo Feller também reforçou a hipótese e pediu investigações. "Acredito que existem coisas importantes que aconteceram na época, como o próprio fato de ter tido aulas de voos em lugar bastante suspeito, um lugar que é citado pela CPI do Narcotráfico como um ponto de chegada e saída de drogas do Cartel de Cáli, o que causou espantos. Membros do Gaerco há anos tem essa informação", disse.
    Cronologia do caso Gil Rugai (Foto: Arte/G1)
    "A questão é que encontraram quase 400 gramas de drogas, mais especificamente maconha, dentro do forro do quarto de Luiz Rugai e Alessandra. Eles eram traficantes?. Muito provavelmente não. São vitimas, eles eram usuários e essa informação existe no processo desde sempre. Luis Rugai estava filmando suas aulas, ou seja, ele angariou imagens do que acontecia no aeródromo. Quando que souberam de suas imagens? Um dia antes de sua morte", afirmou Feller.

    O julgamento
    Desde segunda até a tarde desta terça-feira (19), foram ouvidas as cinco testemunhas de acusação. A previsão do juiz Adilson Paukoski Simoni é que o julgamento termine até sexta-feira (22).
    A primeira testemunha foi o homem que trabalhava como vigia na rua onde o crime ocorreu. Ele confirmou ter visto o réu saindo da casa junto com outra pessoa na noite de 28 de março de 2004.

    Na sequência, o perito Daniel Romero Munhoz, professor de medicina legal, confirmou que o réu tinha uma lesão no pé após o assassinato de seu pai e de sua madrasta. A testemunha, porém, evitou apontar o que causou tal machucado.
    O terceiro a depor foi o perito criminal Adriano Iassmu Yonamine. Ele disse que a perícia apontou “a presença inequívoca de Gil Rugai” no local do crime. O réu, segundo o perito, teria desferido um chute que arrombou a porta de uma sala de TV, na qual Luiz Carlos Rugai teria se refugiado para evitar ser morto. “Não resta dúvida que o chute foi desferido pelo réu.”

    O instrutor de voo Alberto Bazaia Neto foi ouvido por cerca de uma hora e quarenta minutos nesta terça-feira (19). Ele declarou que Luis Carlos Rugai, pai do réu, lhe falou dias antes de ser morto que o filho o havia "roubado" e era "perigoso".
    Nesta tarde é ouvido o delegado Rodolfo Chiarelli, que presidiu o inquérito que investigou o caso. Em seguida, estão previstas o depoimento de ao menos nove testemunhas da defesa e, por último, mais uma do juízo.

    Caberá a sete jurados – cinco homens e duas mulheres, escolhidos por sorteio - decidirem, a partir das provas da acusação e da defesa, se Gil Rugai matou ou não pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta Alessandra de Fátima Troitino. Além do homicídio, o réu também é acusado de estelionato. O processo tem 19 volumes, com 200 folhas cada um. Recentemente, a defesa acrescentou 1,8 mil folhas com provas que atestariam que o estudante não cometeu o crime.
    O réu, que atualmente tem 29 anos de idade, responde ao processo em liberdade, mas já chegou a ficar preso por dois anos.
    O acusado Gil Rugai chega ao Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, para o segundo dia de seu julgamento, e volta a declarar inocência. Ele é suspeito de ter matado em 2004 o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino. (Foto: Adriano Lima/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)Ao chegar ao fórum, Gil Rugai voltou a negar o
    crime. (Foto: Adriano Lima/Brazil Photo
    Press/Estadão Conteúdo)
    Crime
    O casal foi morto com 11 tiros na residência em que morava na Rua Atibaia, em Perdizes, na Zona Oeste da cidade. No mesmo processo pelo homicídio, Gil Rugai responde ainda a acusação de ter dado um desfalque de mais de R$ 25 mil, em valores da época, à empresa do pai. Razão pela qual havia sido expulso do imóvel cinco dias antes do crime. Ele cuidava da contabilidade da ‘Referência Filmes’.
    Contra o réu, a Promotoria diz ter como provas: a arma do crime, achada no prédio onde Gil Rugai mantinha um escritório e uma pegada na porta da casa das vítimas que foi arrombada pelo assassino. Quem acusa é o promotor do caso, Rogério Leão Zagallo.

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