"A própria diretora disse que eu merecia uma surra. Quem levou eles para a escola foi minha irmã porque eu não estou saindo na rua", contou, em entrevista ao G1, na casa onde mora há 41 anos no Vale do Ipê, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
"Estão dizendo que eu pratiquei sexo. Eu não pratiquei. Eu não sou esta pessoa que estão falando", disse a mulher, que foi levada, ao lado do homem que aparece no vídeo, identificado como Leonardo, de 27 anos, para a delegacia. Ela e o auxiliar de serviços gerais se conheceram horas antes de entrarem no mar.
Os dois foram autuados por atentado ao pudor e agora Wanderlea busca alguém que possa defendê-la no caso. "Tudo que eu queria agora era me defender. Não tenho dinheiro para pagar um advogado e a Defensoria Publica é difícil", afirmou. "Eu me arrependo amargamente. Se eu pudesse voltar atrás, nem lá eu teria ido. Um dia antes eu disse que não queria ir para essa viagem. Deus sempre me avisa quando uma coisa vai acontecer comigo."
'Humilhação'
A dona de casa disse ainda que os filhos estão estranhando o movimento na residência e ficam com medo de ela aparecer novamente nos jornais. Contou também que, desde a divulgação do vídeo, emagreceu 3 kg porque não tem vontade de comer e só consegue dormir sob efeito de remédios. "Quer saber? É muita humilhação. Muita humilhação. Não estou podendo sair mais na rua, já não como, não estou dormindo."
Vida de Wanderlea se transformou depois do vídeo de Rio das Ostras (Foto: Cristina Indio do Brasil/ G1)
O maior desejo dela, agora, é que terminem os comentários que têm sido divulgados na internet. "Me chamam de vagabunda. Usam palavrões. É muito pesado. Para quem está de fora, é facil. Para quem está passando, é muito difícil. Estou sendo julgada e condenada por um ato que tem os movimentos na água. Não vou dizer que foi uma carícia, mas praticar sexo, não pratiquei", explicou.A madrasta de Wanderlea, Marilia, de 57 anos, disse que também sofre com a situação. "Estou passando mal. Ela é como se fosse minha filha. Amo essas crianças. Tenho depressão e piorei com isso", disse. "Ela errou? Errou. Mas quem neste mundo nunca errou? Quem está sofrendo são as crianças", afirmou, chorando, e contando que o pai, Antônio, e a irmã, Maria do Socorro, também tiveram problemas de pressão devido ao episódio.
Vizinhança dividida
O caso divide a vizinhança. Enquanto na rua sem calçamento em que vive, segundo ela e madastra, alguns moradores condenam, em outras ruas próximas comerciantes disseram ao G1 que não se pode crucificar Wanderlea. "Ela não é a primeira e nem vai ser a última. São momentos de fraqueza. As pessoas que estão crucificando têm que entender que existe a família. Não devemos virar as costas para ela", disse uma comerciante que preferiu não se identificar.
Wanderlea afirmou que, embora a vida no Vale do Ipê esteja difícil, não pensa em se mudar. "Não adianta eu fugir daqui. Está tudo publicado na internet."
Hummm...não crucificaram a Daniela Cicarelli...o video dela foi pir q/ esse.
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