“Vamos ver se eles cumprem com a promessa. Eles podem eventualmente desistir dos recursos que ainda estão aguardando serem julgados. Se ele fizer isso a gente consegue adiantar bastante o processo e realizar o plenário do júri dele, quem sabe, ainda este ano”, disse Rodrigo Merli Antunes.
Mizael, escoltado por policiais, foi levado para um
presídio militar. (Foto: Reprodução / TV Globo)
Mizael se entregoupresídio militar. (Foto: Reprodução / TV Globo)
Mizael só se entregou nesta sexta, no fórum de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, depois que os advogados fizeram um acordo com o juiz Leandro Cano. Nem a polícia, nem a promotoria foram avisadas.
A principal exigência era que o acusado de matar a advogada Mércia Nakashima não fosse filmado por órgãos de imprensa. O acordo foi cumprido.
Mizael chegou em um carro comum, com vidros escuros, entrou pelo acesso exclusivo a juízes e promotores no fórum, e ficou por aproximadamente 15 minutos.
“Ele só cumpriu o que ele disse, que jamais fugiria, é inocente. Disse em todos os momentos que é inocente, disse que jamais se ausentaria de Guarulhos, como não se ausentou”, afirmou Ivon Ribeiro, advogado de Mizael.
Mizael esconde rosto com um paletó.
(Foto: Reprodução / TV Globo)
Crime(Foto: Reprodução / TV Globo)
O crime aconteceu em maio de 2010. Depois de 19 dias desaparecida, a advogada Mércia Nakashima foi encontrada morta em uma represa, em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. A polícia afirma que ela foi assassinada porque Mizael não aceitava o fim do relacionamento.
No começo da noite, Mizael chegou à Corregedoria da Polícia Militar (PM) em um comboio. Em seguida, foi fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). Usou o paletó para tentar se esconder e não falou com jornalistas.
Por ser advogado, Mizael tem direito a prisão especial e vai ficar no presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo, em uma cela isolada.
A polícia acredita que Mércia tenha morrido ainda no dia 23 de maio de 2010, quando desapareceu da casa dos avós em Guarulhos. Um pescador afirmou ter visto o carro da advogada entrar na represa em Nazaré Paulista no mesmo dia. Também contou à polícia ter visto um homem não identificado deixar o veículo e ter escutado gritos de mulher.
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O veículo foi localizado submerso em 10 de junho do mesmo ano. Um dia depois, os bombeiros encontraram o corpo de Mércia.Peritos identificaram que ela levou um tiro no rosto, provavelmente de raspão. Segundo o perito Renato Pattoli, Mércia foi agredida, baleada, desmaiou e morreu afogada, já que ela também não sabia nadar.
Mizael era procurado desde 7 de dezembro de 2010. Ex-namorado da vítima foi denunciado pelo Ministério Público (MP) de Guarulhos pelo assassinato da advogada. O outro acusado do crime é o vigia Evandro Bezerra da Silva, que ainda está foragido.
Pedido negado
O Supremo Tribunal Federal (STF) negou no dia 17 de fevereiro o pedido da defesa de Mizael para que o processo fosse suspenso até que a corte decida se o julgamento deve ser realizado em Guarulhos ou em Nazaré Paulista.
Com a decisão liminar (provisória) do ministro Ricardo Lewandowsky, o caso continuará correndo em Guarulhos, sem suspensão, até o julgamento do mérito pelo plenário do tribunal. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia negado pedido idêntico feito pelos advogados de Mizael e reconhecido a competência da Vara do Júri de Guarulhos para processar e julgar o réu.
Fonte: g1
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