segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Exército cerca Assembleia Legislativa da Bahia, onde PMs acampam

 http://g1.globo.com//noticia/2012/02/exercito-cerca-assembleia-legislativa-da-bahia-onde-pms-acampam.html

Os policiais em greve ocupam desde a terça-feira passada (31) a Assembleia Legislativa do estado. Houve mais mortes, saques e tumultos.



A semana começa com clima tenso na Bahia. O Exército está na manhã desta segunda-feira (6) cercando a Assembleia Legislativa, em Salvador, onde policiais militares em greve estão acampados há sete dias. O presidente da Assembleia chegou a pedir ajuda ao Exército para retirar as centenas de homens do local. No domingo (5), o governo do estado chegou a fazer uma oferta aos grevistas, mas não houve acordo. O impasse persiste.
Os 600 homens do Exército fortemente armados cercaram o prédio da Assembleia, onde estão os manifestantes. Eles estão na Assembleia para que policiais federais cumpram os 11 mandados de prisão dos líderes grevistas, que estão acampados no prédio desde a terça-feira da semana passada.
O clima é de tensão também, porque os grevistas estão com parentes, mulheres e crianças na manifestação, e eles dizem que não vão desocupar o prédio. Escolas particulares de Salvador receberam a orientação do sindicato para não retomarem as aulas hoje. As faculdades também não retomam as aulas. Um milhão de alunos da rede pública vão estudar hoje. O Exército tenta tranquilizar a população de Salvador e cidades do interior do estado com a greve da Polícia Militar.
Novos saques a mercados e lojas foram registrados. No domingo (5), mais 250 homens das Forças Armadas desembarcaram em Salvador para reforçar a segurança. Agora são quase três mil militares vigiando pontos turísticos da orla e em diversos bairros da capital baiana. “Tem bastante, não são poucos. É uma boa quantidade. Acredito que tenha um pouquinho mais de segurança”, opina uma jovem.
Os policiais em greve ocupam desde a terça-feira passada (31) a Assembleia Legislativa do estado. Muitos trouxeram mulheres e filhos. Os PMs reivindicam um aumento da gratificação e querem também anistia para os que aderiram ao movimento.
A tensão aumentou ainda mais no fim da tarde com a notícia de que forças federais estariam vindo para forçar a desocupação da Assembleia Legislativa. “A decisão nossa aqui é que nós vamos resistir. Ninguém vai sacar arma”, declarou um grevista.
Foi o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, que pediu ao Exército que retirasse os grevistas da sede do Poder Legislativo. “Eu acho que greve é um direito adquirido do trabalhador. Agora greve de pessoas armadas dentro do Poder Legislativo é uma coisa constrangedora, preocupante e que eu diria absurda”, afirmou Marcelo Nilo.
O comando da 6ª Região Militar não se manifestou sobre o pedido. No fim da tarde, helicópteros do Exército sobrevoaram a Assembleia durante 15 minutos.
O ambiente ficou tenso também com a informação de que 40 homens de um grupo de elite da Polícia Federal iriam até lá para cumprir mandados de prisão contra 12 PMs em greve. Um deles é o presidente da associação que convocou a paralisação. Marco Prisco, expulso da Polícia Militar em 2001, disse que o cumprimento dos mandados poderia gerar confronto.
Dos 12 mandados de prisão, apenas um foi cumprido até agora: o do policial Alvim Dias, do Batalhão Ambiental. Nos seis dias de greve, houve um aumento significativo no número de homicídios em Salvador e na região metropolitana. Da noite do dia 31 de janeiro até as 23h de domingo (5), 89 pessoas foram assassinadas. É a metade do que foi registrado em todo o mês de fevereiro do ano passado, quando 171 pessoas morreram.

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