sábado, 25 de fevereiro de 2012

Conheça Dryelly, travesti que ganhou direito de mudar de nome em SL


Em entrevista a O Imparcial, Dryelle fala como foi que ocorreu as iniciativas de trocar o nome, e as novas conquistas que pretende realizar a partir de agora, com a sua nova opção de vida.

O Imparcial bateu um papo com o travesti Antônio Carlos, que ganhou direito de mudar o nome no registro civil para Dryelly Serra após determinação da Justiça maranhense.

"Sou feliz acima de tudo, custe o que custar". Estas foram as palavras de Dryelly Carneiro Serra, de 21 anos, que recente conquistou o direito de ser chamada assim através da Justiça do Maranhão.

Autentica e determinada, Dryelly que nasceu com o sexo masculino e foi registrada como Antonio Carlos, e hoje comemora a determinação da Justiça que ocorreu após o pedido da Defensoria Pública do Estado pela troca legalizada de seu nome.

Em entrevista a O Imparcial, Dryelle fala como foi que ocorreu as iniciativas de trocar o nome, e as novas conquistas que pretende realizar a partir de agora, com a sua nova opção de vida.

O Imparcial - Dryelly, quando surgiu a necessidade de mudar de nome e por quê?

Dryelly - Foi após sofrer uma agressão verbal e física por ser travesti. Então procurei a Defensoria Publica para obter meus direitos. A promotora Ana Lourena foi quem me ajudou a mudar meu nome legalmente, e alguns meses depois consegui adquirir o nome Dryelly.

Porque escolher o nome Dryelle? Algum significado especial?

Não tem nenhum significado importante, um dia eu e minha amiga resolvemos escolher algum nome que combinasse comigo, então fizemos o sorteio. Dryelle foi o nome sorteado para me acompanhar.

Quando você sentiu a real necessidade de virar mulher?

Desde seis anos de idade eu já tinha um jeito "afeminado" e diferente dos outros meninos da minha idade. Aos 15 anos foi quando me vestir a primeira vez de mulher, e tive a certeza que nasci para ser uma.

Qual foi a reação da sua família ao descobrir sua opção? Eles apoiaram?

Sempre morei com meu avô e meu tio. No início eles colocaram alguns obstáculos, mais logo se acostumaram com a minha nova escolha de vida. Hoje vivemos em harmonia.

Como cabelereira sofreu algum preconceito em relação a sua profissão?

Não, pelo contrário. As pessoas sempre me apoiaram e incentivaram para que eu fosse algo melhor na vida. A agenda de atendimentos do meu salão sempre está cheia.

Como você conheceu seu atual noivo? Como é a relação atualmente?

O conheci no dia 8 de dezembro de 2011, em uma festinha de escola da minha amiga. Fomos apresentados, conversamos bastante e depois iniciamos o namoro. E logo veio a maior felicidade: "Estamos Noivos".

A sociedade tem preconceito com o casal?

No começo foi uma surpresa principalmente para vizinhança, que se assustava ao nos ver de mão dadas. Geralmente quando estamos em festas as pessoas não percebem tanto, devido a minha semelhança com uma mulher.

Você tem vontade de fazer a operação de mudança de sexo?

Com certeza, já não aguento ser uma mulher. Pretendo iniciar o tratamento logo e quando tiver com mais condições financeiras realizar a operação.

Qual seu maior sonho?

Meu grande sonho é ter a minha casa própria e não ter mais que pedir nada ninguém. Luto por isso todos os dias da minha vida.

Você é feliz por ter feito a escolha de ser travesti?

Sim, pois eu já nasci assim. Lembro-me quando era pequena eu já tirava fotos com a mão na cintura. "Sou muito feliz".

Frase: "Sou feliz acima de tudo, custe o que custar"

QUEM É DRYELLE
Nome: Antônio Carlos

Idade: 21 anos

Sexo: Masculino

Naturalidade: São Luís

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