terça-feira, 6 de setembro de 2011
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DA VICE-GOVERNADORIA DO PT
A postagem deste blogue, intitulada PT SEM EIRA NEM BEIRA NO GOVERNO ROSEANA, do dia 3/9 (sábado), gerou uma reação de Berenice Gomes da Silva, assessora de Relações Institucionais do vice-governador Washington Oliveira (PT).
O texto dela está no Blogue do Eri Castro: http://erisantoscastro.blogspot.com
Berenice começa por um erro grave. Vejamos: “sobre a aliança de 2010 não vou me aprofundar, pois trata-se de uma posição política que foi derrotada e o blogueiro e uma parcela do PT não aceitam, portanto, qualquer tentativa de argumentação será inócua.”
O Maranhão inteiro sabe o que aconteceu no Encontro de Tática Eleitoral, no SESC Olho d’Água, no dia 26 de março de 2010. Por 87 votos contra 85, os delegados decidiram coligar com o PC do B, cujo candidato a governador era Flavio Dino.
Derrotado e inconformado, dias depois o grupo de Washington Oliveira forjou um manifesto apócrifo, vestiu a camisa do PT em Roseana e entregou o partido à oligarquia Sarney.
Em suma, Oliveira e sua turma anularam o resultado do encontro, rasgaram as regras da democracia interna do PT e entraram para a História como entreguistas e traidores do povo do Maranhão.
Os derrotados nesse processo têm nome, endereço e impressões digitais.
Na seqüência de suas observações, Berenice lista os espaços ocupados pelo PT no governo Roseana Sarney (PMDB): duas pastas como titular e três secretarias adjuntas.
Das duas “titular”, uma não conta. A Secretaria do Trabalho e Economia Solidária, entregue a Zé Antônio Heluy, é fruto dos acordos pessoais entre o secretário e a governadora.
Na ponta do lápis, o PT só tem a Secretaria de Relações Institucionais, encabeçada por Rodrigo Comerciário, e as três adjuntas.
Uma “ocupação” insignificante se verificarmos o site do governo do Maranhão (www.ma.gov.br/governo), onde estão listadas 34 secretarias. O PT só tem uma. Essa é a conta.
Mas a quantidade nem é o mais importante. Fato real e concreto é que essas secretarias e seus adjuntos todos somados não têm peso político no governo.
Estão à margem da política real. Não fazem parte do núcleo estratégico e decisório das ações governamentais. São excluídas da verdadeira agenda institucional, aquela que conduz e dá direção.
Para gerenciar os interesses da oligarquia Sarney, que estão acima das necessidades do povo do Maranhão, Roseana despacha com outras pessoas do núcleo dirigente.
A aliança PT-Sarney só serviu para emprestar o tempo de propaganda eleitoral a Roseana, atrasar a oposição do campo democrático-popular e degenerar o conceito do partido.
O PT até agora só protagonizou escândalos, quando foi banido da Secretaria de Educação, acusado de corrupção pelo próprio Sistema Mirante.
Ou quando expôs a vexames um quadro histórico como Fernando Magalhães, beneficiário de bolsas da Fapema, contaminado toda a imagem do partido.
Para compensar os desgastes, Berenice tenta exaltar as vicissitudes do vice-governador. Listou uma agenda de atividades e viagens de Oliveira representando Roseana.
O vice, segundo a assessora, “passou a ter um papel de protagonista”, comparado até ao ex-vice presidencial José de Alencar, que “divergia e criticava pontualmente o seu próprio Governo.”
Imagine, caro(a) leitor(a), em uma reunião no Palácio dos Leões, o vice Washington Oliveira divergindo de Roseana, desde criança acostumada a dar ordens e ser obedecida!!
Adiante, Berenice coloca o vice como “responsável pela coordenação da Agenda Social do Governo do Estado que inclui o diálogo com os movimentos sociais, dentro dele as pautas de negociação, os conselhos e a coordenação das conferências no âmbito do Governo.”
Esperta, Roseana jogou o PT na cova dos leões. Designou seus subalternos para operar a agenda social inexistente e desprezada ao longo de décadas pelos sucessivos governos Sarney no Maranhão.
Foi esse tipo de tarefa que provocou outro vexame petista no governo, desta feita envolvendo três ministras do governo Dilma, que vieram ao Maranhão administrar a primeira ocupação do Incra pelos quilombolas, em junho de 2011.
Se o PT fosse protagonista no governo estadual teria assumido a negociação. Mas as ministras chegaram ao Maranhão e passaram direto ao Incra. Só depois foram a palácio conversar com Roseana e seus subordinados petistas.
Que tipo de mediação com o governo federal os petistas de Sarney fazem no Maranhão, se nem a agenda das ministras foi administrada pela vice-governadoria?
Os petistas de Sarney partem de uma crença capaz de impressionar até o pastor Silas Malafaia, repetindo o velho bordão de que as políticas sociais do governo federal vão desenvolver o Maranhão.
As políticas sociais de Lula/Dilma têm uma importância fundamental, mas só acham sentido se acopladas aos planos regionais e locais de desenvolvimento.
Eis a questão central. Enquanto o governo Dilma amplia a inclusão social, a geração de empregos e o crescimento econômico, o Maranhão caminha inverso.
Aqui só crescem a fortuna e os negócios da família Sarney, a corrupção, a miséria e a degradação ambiental, o latifúndio e a violência.
Basta olhar para a grande favela São Luís e tudo depois do Estreito dos Mosquitos. O Maranhão está destruído, com o apoio do PT de Sarney.
Berenice acrescenta ainda uma itinerância desenfreada do vice, em viagens mirabolantes para eventos mil, sem qualquer resultado prático para o desenvolvimento do Maranhão.
A assessora do vice tem miragens quando fala de “aliança programática” com a oligarquia Sarney ou quando cita o PT na coordenação de siglas intragáveis por Roseana como ODM (Objetivos do Milênio).
Por fim, fala sobre candidatura própria do PT à Prefeitura de São Luís em 2012, atribuindo a idéia ao vice, quando na verdade lideranças como Joab Jeremias, Augusto Lobato, o grupo Reage PT e outros coletivos levantaram a bandeira primeiro.
Em respeito à cidadania e à dignidade dos hansenianos, não é politicamente correto chamar o PT sarneísta de um leproso político na capital, mas é o que parece ser.
Qualquer candidato a prefeito apresentado ao público pelo vice-governador como “o melhor para São Luís” está condenado à desmoralização e ao achincalhe.
Imediatamente será identificado como laranja dos Sarney. Candidato do PT em São Luís, para ter sucesso, tem de colocar o vice em segundo plano ou em plano nenhum na propaganda de rádio, jornal e TV.
Essa carga o PT da capital não tem como levar. É um fardo pesado demais
Fonte : blog de ed wilson
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