quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

entrevista com o suposto lider de rebelião em pinheiro

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Líder de rebelião fala sobre o motim a O Estado


Data da publicação: 10/02/2011
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Foto: Douglas Júnior/ O Estadoampliar
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SÃO LUÍS - O repórter do jornal O Estado Saulo Maclean esteve em Pinheiro, um dia depois da rebelião que matou seis detentos, e conseguiu conversar com um dos líderes do motim, iniciado na noite de segunda-feira (7) e encerrado na terça-feira (8) à tarde.
José Ramiro Moreira revelou os motivos de promover a rebelião na Delegacia Regional de Pinheiro e o porquê de matar presos durante o movimento.
Abrindo o jogo: José Ramiro
O Estado - Por que tirar a vida de quem não estava diretamente exigindo melhorias na carceragem?
José Ramiro Moreira Araújo - Assim como existe uma lei, aí fora, que nos colocou atrás das grades, aqui dentro da cadeia também tem. Não aceitamos estupradores, pedófilos e homem que se diz homem e tem coragem de bater na cara de mulher. Se alguém tem que morrer por algum motivo, estes são os primeiros da fila.
O Estado - O que particularmente te levou a promover essa rebelião?
Ramiro - Da mesma forma que muitos colegas aqui, eu sou um preso temporário. O certo era eu ter ficado aqui dentro apenas por cinco meses, mas já estou há nove, e em vez de me conceder a liberdade condicional, a Justiça prefere me deixar aqui, para ficar amontoado com outros que já estão há seis anos na mesma situação.
O Estado - Em junho do ano passado, esta delegacia foi parcialmente destruída durante uma rebelião. Por que desta vez vocês resolveram matar?
Ramiro - A gente poderia quebrar tudo de novo, mas a única coisa que ia mudar realmente seria a pintura das paredes. Ninguém resolveria o nosso problema. Então, a gente mata para ver se consegue chamar a atenção. Se ninguém resolver, o jeito é continuar matando.
O Estado - O que mais incomoda vocês no dia-a-dia da cadeia?
Ramiro - Tudo incomoda. Aqui, as celas, que deveriam comportar cinco presos, estão com mais de 30. Não temos espaço sequer para deitar e dormir. Quando a gente vem para o banho de sol, é um alívio, porque dá pelo menos para esticar as pernas. Aqui, nem sei o que é pior: a água que se bebe ou a que se banha.
O Estado - Qual o local ideal para vocês cumprirem pena?
Ramiro - Perto das nossas famílias e bem longe da capital. Lá, ninguém gosta dos presos da Baixada. Se insistirem em mandar a gente para lá, mais cabeças vão rolar, infelizmente



em breve análise desta entrevista.

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