quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ao deixar prisão em Goiás, Carlinhos Cachoeira promete fazer revelações


'Sou o Garganta Profunda do PT', disse contraventor nesta terça-feira (11).
Ele foi beneficiado por um habeas corpus que garantiu sua liberdade.





O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, prometeu fazer revelações sobre a sua relação com políticos e autoridades. Ao sair do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na noite desta terça-feira (11), ele afirmou que pedirá autorização do seu advogado para falar o que sabe. “Agora eu acho que vou falar realmente. O PT sabe que eu sou o Garganta Profunda do PT”, disse, referindo-se ao escândalo de espionagem Watergate, que estourou em junho de 1972 e culminou com a renúncia do então presidente americano Richard Nixon.
O bicheiro afirmou que gostaria de falar ainda na quarta-feira (12) e criticou o relatório da CPI do Cachoeira: “Amanhã tem relatório final da CPI e vou falar também de alguns personagens que a Delta [construtora] tem diretamente participado na vida deles, que hoje estão na CPI e fazendo um relatório totalmente sem escrúpulo”.
Beneficiado por um habeas corpus concedido pelo desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, na tarde desta terça-feira, ele acha que a justiça foi feita. “Aliviado vou ficar na hora que este processo estiver trancado. Ele realmente vai ser trancado porque as provas são todas colhidas ilegalmente”, acusa.
Procurado pelo G1, o advogado de Cachoeira, Antônio Nabor Bulhões, não atendeu às ligações.
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     O advogado Cléber Lopes de Oliveira, do escritório responsável pela defesa de Cachoeira, informou que seu cliente recebeu a notícia de que seria solto com tranquilidade. Ele chegou ao Núcleo de Custódia por volta das 16h30 para acompanhar a soltura do contraventor. No mesmo horário, o oficial de Justiça entrou no presídio, mas Cachoeira só deixou a prisão às 18h50.
Cachoeira estava preso desde o último dia 7, após ter sido condenado a 39 anos de prisão por peculato, corrupção ativa, violação de sigilo e formação de quadrilha. Inicialmente, ele ficou detido na sede da Polícia Federal, na capital goiana, e foi transferido, no dia seguinte, para o Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia.
As acusações contra o bicheiro são relativas à Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que investigou um esquema de jogo ilegal comandado por ele.
Prisão anterior
No último dia 21, Cachoeira deixou o presídio da Papuda, em Brasília, beneficiado por um alvará de soltura expedido pela 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Ele havia ficado preso por quase nove meses. Na ocasião, o bicheiro seguiu para Goiânia, onde tem residência.
O nome de Cachoeira aparece envolvido em duas operações da PF: a Monte Carlo e a Saint Michel. A Saint Michel é um desdobramento da Operação Monte Carlo, que apurou o envolvimento de agentes públicos e empresários em uma quadrilha que explorava o jogo ilegal e tráfico de influência em Goiás.
Cachoeira foi preso em fevereiro devido às investigação da Monte Carlo. Já preso, foi expedido um novo mandado contra ele pela Operação Saint Michel. Em outubro, ele obteve um habeas corpus relacionado às investigações da Monte Carlo, mas continuou preso em razão do mandado expedido pela Saint Michel.
Cachoeira é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, que investiga as relações dele com políticos e empresários.
 

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