A presidente Dilma Rousseff criou uma espécie de "banca técnico-jurídica" para analisar quem será o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal. O grupo montado é formado pelos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) e pelo secretário-executivo da Casa Civil, Beto Vasconcelos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A estratégia difere da empregada por Lula durante seu governo. Ele costumava tratar do tema de forma informal, considerando a opinião de amigos, como o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, e testando a popularidade dos cotados. De acordo com a reportagem, nos próximos dias uma mulher para ocupar a cadeira vaga no Supremo Tribunal Federal desde a aposentadoria de Ellen Gracie, em agosto.
Saiu uma mulher, entra uma mulher. Até agora, quatro integrantes de tribunais superiores se destacaram na triagem feita pela banca, que levantou todas as informações sobre as cotadas, incluindo entrevista e mapeamento de apoios políticos. A princípio, o grupo tinha em mente 16 nomes, entre desembargadoras, ministras e acadêmicas da área jurídica.
Desse punhado, dez foram selecionadas para entrevistas. Ao final, quatro se destacaram — todas ministras de tribunais superiores. São elas: Rosa Weber Candiota, do Tribunal Superior do Trabalho; Maria Elizabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar; Fátima Nancy Andrighi e Maria Thereza Rocha Moura, do Superior Tribunal de Justiça.
Reportagem da Consultor Jurídico apontou que uma das preocupações do governo é indicar um nome que tenha forte musculatura jurídica e seja comemorado quase à unanimidade, como aconteceu quando o ministro Luiz Fux foi anunciado para uma das vagas do STF em fevereiro passado. Por isso, o perfil da escolhida deve ser técnico, com pouca coloração política.
Essa preocupação teria reduzido as chances da ministra Maria Elizabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar. Apesar de ser técnica e reconhecida jurista, ela carrega a marca de ter trabalhado com a presidente Dilma na Casa Civil. Poderia ser vista como uma indicação mais política do que técnica.
Ela tem o apoio do ministro José Antonio Dias Toffoli e o trunfo de ter trabalhado na subchefia de assuntos jurídicos da Casa Civil na gestão de José Dirceu e da presidente Dilma, de 2003 a 2007.
Enquanto isso, Rosa Weber conta com o apoio do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e do ex-marido de Dilma, o advogado trabalhista Carlos Araújo. E Maria Thereza, por sua vez, conta com o apoio de Márcio Thomaz Bastos. Nancy Andrighi conta com a torcida da maioria dos ministros do Supremo.
Fonte:Revista Consultor Jurídico,
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