sábado, 25 de junho de 2011

Sarney,Mubarak ,o apego ao poder

O dia amanheceu quente no Rio, vamos a 40 graus, creio. Seria uma boa temperatura para as autoridades egípcias que suspenderam o serviço de trens para evitar a grande manifestação de hoje. Mas Cairo está bem, entre 18 e 22 graus, vejo muita gente de agasalho leve nas fotos da Praça Tahir.

No Brasil, tomam posse novos deputados e senadores. O presidente do Senado será José Sarney, o da Câmara, Marco Maia. A escolha expressa o momento difícil que vive a política no Brasil. Sarney já deveria ter deixado a cena; Marco Maia é apenas um quadro obediente, a característica mais importante para ascensão no seu partido.

Fantástico divulgou esta semana uma reportagem sobre cadeias, com ênfase no Maranhão. Um horror medieval. Mas o material deixou de lado os presídios, que são também assustadores. Uma das minhas últimas missões na Câmara foi visitar o presidio de Pedrinhas, próximo a São Luis, onde houve um motim e alguns presos degolaram os outros. Literalmente, degolaram pessoas vivas.



O nível de violência é acentuado pela corrupcão que permite a entrada de armas e drogas na cadeia. Alguns funcionários do presidio foram acusados de organizar assassinatos, através da transferência de presos para cela onde estão seus inimigos.

A média de idade dos prisioneiros é baixa. São jovens, na maioria sem perspectiva de trabalho. Isto é claro, não é uma justificativa para seus crimes mas o próprio Fantástico mostrou um fazendeiro acusado de assassinatos que estava solto. O entrelaçamento entre pobreza, corrupcão autoritarismo fazem do estado um lugar que merecia uma pesquisa especial.

Afinal, o político que marcou o Maranhão foi Sarney. E mais uma vez vai dirigir o Senado, indicando quais são os exemplos que realmente prosperam em Brasília.


Fonte: blog de Fernando Gabeira

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