A Igreja Católica tem, além da sua função religiosa, uma função social, ambas com o objetivo de fazer presente o Reino de Deus na história da humanidade. Isto acontece porque, como afirmou Concílio Vaticano II: “As alegrias e as esperanças, as dores e as angústias do mundo são as alegrias e as esperanças, as dores e as angústias dos discípulos de Cristo” (GS 1).
Hoje, temos presente em nosso Estado a realidade dos povos quilombolas, com suas alegrias, como as suas festas e seus valores culturais. Vemos que são povos que têm esperanças como de um futuro melhor, de uma vida digna, de respeito à sua dignidade e a sua cultura. Porém vemos as suas dores e angústias por causa do desrespeito e do descaso que vivem, os sofrimentos causados pela negação de direitos que lhes são próprios, o futuro incerto, a fome e as ameaças constantes dos detentores do capital apoiados por um sistema político que não é comprometido com a causa do bem comum, mas atrelado ao poder do capital.
Diante de tal situação, a Igreja não pode calar-se, ao contrário, deve cumprir sua missão profética e, sendo fiel ao nosso divino Mestre e Fundador, queremos:
•Afirmar nosso repúdio a todas as manifestações da cultura de morte, principalmente àquelas sustentadas pelo abuso do poder econômico e pela corrupção presente nos poderes da Federação, do Estado e dos Municípios;
•Apoiamos o Acampamento Negro Flaviano, que já passou pela Praça D. Pedro II, onde estão as sedes do executivo e do judiciário maranhense nas suas legítimas reivindicações;
•Solicitamos a todos os católicos que procurem se inteirar dos fatos e contribuam com as legítimas ações dos quilombolas através do apoio político e social e da doação de gêneros alimentícios, água, remédio e roupas para os participantes do acampamento.
Pedimos a Deus, que é Pai de todos os povos, que abençoe todos os que sofrem injustamente e leve a bom termo as suas iniciativas para que haja paz, porque a paz é fruto da justiça.
Gilberto Pastana de Oliveira -
Bispo de Imperatriz
Presidente do Regional Nordeste 5 – CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário