sábado, 19 de abril de 2014

Para Planalto, pesquisa traz preocupação, mas também alívio

A pesquisa Ibope divulgada no início da noite trouxe um sentimento ambíguo ao Palácio do Planalto: se de um lado mostra que a presidente Dilma Rousseff mantém a trajetória gradativa de queda na aprovação e na corrida eleitoral, nenhum candidato da oposição conseguiu capitalizar o momento negativo do governo.

Apesar de ainda ganhar no primeiro turno, Dilma caiu de 40% para 37% na disputa presidencial. Mas o tucano Aécio Neves, com 14%, e o socialista Eduardo Campos, com 6%, ainda não conseguem superar a barreira do desconhecimento.

"Apesar do forte noticiário negativo das últimas semanas, a oposição não conseguiu crescer. Essa pesquisa traz um sentimento de preocupação e alívio", observou um ministro petista.

A rejeição aos políticos também chamou a atenção do governo: brancos e nulos representam 24%, e outros 13% aparecem na coluna "não sabe/não respondeu". Outro sinal de alerta para o governo foi o forte sentimento de mudança presente nesta pesquisa.

Outros números também preocupam o Planalto. Segundo interlocutores da presidente, o item que mostra desaprovação (48%) maior que a aprovação (47%) do governo é um indicador que também acende a luz amarela no núcleo palaciano. "Estamos atravessando uma barreira psicológica perigosa", reconheceu esse ministro.

Também assustou integrantes do governo o fato de que a avaliação segue tendência decrescente e se aproxima do índice de meados do ano passado, no auge da onda de protestos que tomou conta do país. A avaliação negativa subiu de 27% para 30%, que demonstra um crescimento da rejeição ao governo. Em julho de 2013, esse índice foi de 31%.

"O governo precisa mudar a agenda rapidamente. É preciso fazer correções de rumo. Ainda há tempo para recuperar a popularidade. Mas, agora, o esforço será maior", reconhece um parlamentar petista ouvido pelo Blog. "De todo jeito, com esses números, o movimento 'Volta, Lula' continuará ativo em setores do PT", completou

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