domingo, 3 de maio de 2015

Oposição usa as armas do PT contra os petistas



O ajuste fiscal de Dilma Rousseff promoveu no Congresso uma inusitada inversão de papeis. A oposição, tratada pela CUT como algoz dos trabalhadores por ter ajudado a aprovar na Câmara o projeto da terceirização de mão de obra, decidiu dar o troco ao PT na mesma moeda. Mandou confeccionar cartazesiguais aos que a central sindical petista usou para atacar os rivais. No alto, o vocábulo “Procurado”. No meio, as fotos de congressistas do PT. No rodapé, o crime cometido contra o trabalhador e a recompensa pela captura: “Um país melhor.”
O pacote fiscal de Dilma chega ao plenário da Câmara nesta semana. Deve começar a ser desembrulhado na sessão de terça-feira (5). Inclui regras que reduzem o valor de benefícios trabalhistas e previdenciários —pensão por morte, auxílio-doença, abono salarial, seguro-desemprego e seguro-defeso. A exemplo do que faz com a terceirização, a CUT critica essas providências. Mas o PT, sob pressão do Planalto, terá de votar a favor, tornando-se alvo da vingança dos seus rivais.
Além da confecção dos cartazes, os antagonistas do PT se equipam para extrair das sessões de votação do ajuste de Dilma o maior proveito político que a ocasião puder proporcionar. Líder do DEM, o deputado pernambucano Mendonça Filho decidiu, por exemplo, requerer a votação em separado de todos os artigos que mexem em direitos do trabalhador.
Do Josias de Souza
Previsto no regimento interno da Câmara, esse tipo de procedimento produz dois efeitos. Num, abre brecha para a realização de várias votações nominais —uma para cada trecho destacado. Em cada votação, os “procurados” petistas deixarão suas digitais no painel eletrônico. Noutro efeito, a tática do DEM obrigará o governo a mobilizar sua infantaria, sob pena de permitir que a sessão caia por falta de quórum numa das várias votações que devem ocorrer.
Também alvejados pela CUT, parlamentares do PMDB hesitam em aprovar os ajustes enviados por Dilma ao Congresso. A hesitação aumentou depois que a presidente e seu padrinho, Lula, engrossaram o coro da CUT contra a terceirização. Para votar o pacote do governo, um pedaço do PMDB exige que central sindical vinculada ao petismo avalize em público o pacote de Dilma, atestando que ele não prejudica o trabalhador.De resto, o presidente peemedebista da Câmara, Eduardo Cunha, decidiu abrir as galerias da Casa para que a CUT acompanhe a votação do ajuste fiscal. Na apreciação da proposta de terceirização Cunha fizera o oposto, vetando o ingresso da claque da CUT. Agora, com ironia escorrendo pelos cantos da boca, Cunha diz ter refletido melhor. Concluiu que o acompanhamento da CUT é essencia

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