domingo, 3 de maio de 2015

Ministro defende adiamento de aposentadorias

Carlos Gabas, novo ministro da Previdência Social
Carlos Gabas, novo ministro da Previdência Social(Luiz Carlos Murauskas/Folhapress)

Carlos Gabas acredita que fator previdenciário deveria ser substituído pela fórmula 85/95


O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, em entrevista do jornal O Estado de S. Paulo, defendeu a mudança do cálculo para concessão de aposentadoria no Brasil. Ele acredita que o fator previdenciário, criado em 1999 e usado até hoje, não cumpre o papel de retardar as aposentadorias. A ideia é que ele seja substituído por uma fórmula que adie o tempo que as pessoas podem se aposentar.
Ele cita como possível substituto o conceito 85/95, que soma a idade com tempo de serviço: 85 para mulheres e 95 para homens. "Qualquer cidadão tem que pensar que não é razoável que uma pessoa vivendo 84 anos se aposente aos 49 anos", exemplifica.
"Previdência não é complemento de renda, é substituto de renda", comenta ao falar que hoje as pessoas que se aposentam mais cedo tendem a continuar trabalhando para completar a renda.
Gabas também será o articulador do governo junto às centrais sindicais e parlamentares na discussão do pacote de aperto aos benefícios sociais. Segundo ele, "há muitas forças políticas no Brasil que entendem que esse nosso sistema é falido" e que o país precisa de uma grande reforma da Previdência, mas se diz contrário a essa ideia. "O regime atual, se bem administrado, tem sustentabilidade. Esse é o nosso objetivo, por isso as mudanças necessárias em pensão por morte e no auxílio doença. Precisamos desses ajustes e não de grandes reformas", defendeu.
Ele citou que o governo gastou 94,8 bilhões de reais em 2014 com pensões por morte, montante que beneficiou 7,4 milhões de pensionistas. Já com o auxílio-doença foram gastos 25,6 bilhões de reais para 1,7 milhão de beneficiados.
Gabas defendeu, porém, que as novas medidas não são manobras para fechar as contas públicas deste ano - a Previdência foi responsável por um rombo de 56,698 bilhões de reais nas contas do governo central em 2014.

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