segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Queda na popularidade do governo deixa Planalto desorientado

  • A pesquisa Datafolha que mostrou queda de 42% para 23% na avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff deixou integrantes do núcleo do Palácio do Planalto desorientados.

    Já havia a expectativa de queda, por causa das medidas impopulares do ajuste fiscal e do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras. Essa queda inclusive já era registrada em alguns levantamentos aos quais o governo teve acesso.

    Mas, nas palavras de um ministro próximo de Dilma, nem no pior cenário se imaginou que a popularidade do governo fosse despencar com apenas um mês do novo mandato.

    A partir de hoje, integrantes do grupo da articulação política do governo devem analisar formas  de estancar a hemorragia na popularidade da gestão de Dilma. Depois, ao longo dos próximos quatro anos, tentarão recuperar a avaliação positiva. 

    Internamente, há o reconhecimento de que é preciso, de fato, vencer a batalha da comunicação. Auxiliares do governo estão incomodados com o silêncio da presidente, que não concede entrevista desde o final do ano passado, e só fez dois pronunciamentos desde então, sem a possibilidade do contraditóro. Um pronunciamento em um evento do PT,  na última sexta-feira, e na reunião ministerial do final de janeiro

    Parlamentares que integram o grupo mais próximo do ex-presidente Lula na bancada do PT também estão assustados com os números. Na bancada, a avaliação é que Dilma não tem demonstrado capacidade de reagir à agenda negativa e retomar o comando do país. Esses parlamentares ressaltam que o afastamento progressivo de  Lula ajudou a isolar ainda mais o Palácio do Planalto da base social do governo.

    Nas palavras de um senador petista, Dilma precisa se reaproximar de Lula, seu principal conselheiro político do primeiro mandato.

    No Planalto, também há o reconhecimento de que a relação entre Dilma e Lula ficou mais distante. Mas também há o reconhecimento de que independente dos problemas políticos com o PT e com a base aliada no Congresso Nacional, é preciso tentar reagir em relação ao impacto negativo do ajuste fiscal, demonstrando que são medidas necessárias para preservar conquistas sociais. 

    O governo também tenta encontrar um discurso novo para a crise energética e a crise de abastecimento nos estados. Também está sendo pensada uma nova abordagem em relação ao escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras, que tem sangrado a avaliação positiva do governo.

    Uma coisa é certa. Com a avaliação positiva despencando, o governo sabe que enfrentará uma resistência ainda maior de sua base aliada no Congresso Nacional, o que deixará a presidente Dilma Rousseff refém dos partidos governistas, que não escondem sua insatisfação com o governo, como o PMDB. 

    "Num momento de fragilidade política, será preciso ter como prioridade recuperar a relação com a base aliada no Congresso Nacional. Essa não é a hora para deixar um flanco aberto, tanto na Câmara quanto no Senado", observou esse ministro próximo à presidente Dilma.

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