domingo, 16 de agosto de 2015

Na repúlblica

A semana que acaba foi pautada pelo trágico acontecimento protagonizado pela PM MA, que atendendo ordem de despejo judicial no Miritiua , acabou matando com um tiro na cabeça um jovem que ousou protestar contra tal ato, morte com tiro na cabeça no geral caracteriza execução.

A reação popular foi grande a indignação maior ainda e a revolta com o atual governo foi proporcional aos dois primeiros. O atual governo tem parte de seus staf político forjado nas lutas populares, digo em favor das mesmas. O PC do B teve e tem parte do controle dos movimentos sociais no campo, espaço onde o campesinato Maranhense tradicionalmente , historicamente , tem sido massacrado pela PMMA. Uma das pautas da esquerda Maranhense, onde o partido do atual governador se incluiu durante muitos anos foi o combate aos excessos policias, da policia Maranhense. Mas que eis que chegando ao governo o que se vê é que no governo a PM sente-se inteiramente a vontade como o atual governo, Um das primeiras providências do novo governo é o que a PGE ofereça defesa judicial aos policiais em serviço.

O número de mortos pela instituição desde que o governador assumiu o comando do estado é surpreendente. Com direitos a pronunciamentos por parte de autoridade policias acerca dessas mortes dignos , à altura de tempos ditatorias. O discurso que "bandido bom é bandido morto" ganha força, as mortes sem autoria conhecida aumentam a toda hora, a incidência de mortes com características de execução de ex presidiários é assustador, não menos chocante é a explicação das autoridades policias, '’trata-se de acerto de contas do tráfico".

No caso da morte do jovem no despejo forçado da PM, logo surgiram discursos com referência a "ficha policial " do protestante, numa clara tentativa de justificar a sua morte, tal qual nos sombrios tempos recentes da história do Brasil.

Se o cenário da morte do jovem fosse outro, se não fosse a luz do dia, e diante de tanta gente, é muito provável que a justificativa da morte fosse o famigerado "autos de resistência".
Esse sentimento de intolerância, de vingança. de uso da força, se estende "sutilmente'' aos órgãos públicos, não pode se opor aos "chefes e chefetes" de ocasião logo virá a punição, escrever publicamente sobre o que se pensa, como este o faz agora, é afronta, digno de retaliações.
O caráter especulativo que antecede qualquer denuncia e que é passo decisivo para a sua materialização, é logo condenado , são exigidas "provas', tais quais como eram na ditadura, logo é desconstruído a imagem de quem ousa lançar dúvidas sobre qualquer processo ou procedimento no atual momento político pelo qual passamos. A julgar pelo que se vê o que vem pela frente não é nada animador.

Os autoritários de plantão na "república "é claro, estão bem a vontade, mas a vontade do que estiveram na ditadura, na oligarquia e em qualquer outro regime que se tenha noticia.

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