sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Para campanha de Dilma, redução de votos válidos pode ajudar reeleição

A onda de protestos que tomou conta do país em junho pode trazer um reflexo positivo para a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Integrantes da campanha petista avaliam que o crescimento da abstenção e de votos brancos e nulos no pleito de 2014 pode ajudar Dilma, ao invés de prejudicá-la.

Isso porque o provável aumento da alienação eleitoral, como reflexo da insatisfação do eleitor, irá diminuir o número de votos válidos. Nesse cenário, o maior beneficiado passa a ser o líder nas pesquisas, pois precisará de uma quantidade menor de votos para poder se eleger.

Essa onda de insatisfação só passa a beneficiar a oposição se algum candidato conseguir canalizar esse sentimento, como aconteceu num primeiro momento com a ex-senadora Marina Silva (Rede), que está fora da disputa.

O analista político Maurício Costa Romão, Ph.D. em economia pela Universidade de Illinois e consultor da Contexto Estratégias Política e Institucional faz um alerta neste sentido. “A presidente Dilma Rousseff, leva grande vantagem com a diminuição dos votos válidos, pois pode transformar a liderança que exibe nas pesquisas eleitorais em uma menor quantidade de votos suficiente para ganhar no primeiro turno”, observou Romão.

Ele lembra que no primeiro turno da eleição presidencial de 2010, houve 18,1% de abstenção e 8,7% de votos brancos e nulos. “Os recentes protestos de junho, com forte mensagem de ‘antipolítica’, indicam que o percentual tende a aumentar”, ressalta. “Se em 2010 o alheamento eleitoral tivesse sido de 30%, ao invés de 27%, a presidente Dilma teria sido eleita no primeiro turno”.

Segundo ele, os exemplos recentes de antipolítica na América Latina e em Portugal, onde o povo está indo às ruas em grandes manifestações, reforçam a preocupação com a ocorrência do fenômeno no Brasil. “Por exemplo, a abstenção, apenas para citar um componente da alienação, foi bastante elevada nas eleições presidenciais do Chile (56% no primeiro turno e 53% no segundo) e de Honduras (40%), nas eleições municipais da Venezuela (41,7%) e de Portugal (47,4%), e nas proporcionais da Argentina (25%)”, recordou Romão.



http://g1.globo.com/platb/blog-do-camarotti/2014/01/03/para-campanha-de-dilma-reducao-de-votos-validos-pode-ajudar-reeleicao/

Ao Blog, ele fez duas projeções para 2014. Na primeira, considerando o mesmo percentual de 2010 de abstenção, brancos e nulos (27%) numa projeção estimada de 142 milhões de eleitores: os votos válidos somariam cerca de 104 milhões; e o líder na corrida presidencial precisaria de 52 milhões de votos para faturar o pleito no primeiro turno.

Na segunda projeção, considerando um crescimento no percentual de abstenção, brancos e nulos para 40% do universo total de eleitores: os votos válidos somariam 86 milhões de votos; e o líder na corrida presidencial se elegeria no primeiro turno com 43 milhões de votos. “Com a redução dos votos válidos fica mais fácil para quem lidera a corrida majoritária atingir 50% mais um dos votos, encerrando a disputa no primeiro turno”, reforçou o analista Maurício Romão.

Publicado às 7h26

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Feliz Ano Novo

ter, 31/12/13por Gerson Camarotti |categoria Todas
O Blog deseja para todos os leitores um 2014 de muita paz e realizações! E um ano de boas notícias!!!

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GloboNews Especial: Retrospectiva 2013

seg, 30/12/13por Gerson Camarotti |categoria Mensalão, Onda de protestos, Pontificado de Francisco
Os comentaristas da GloboNews destacam os fatos mais marcantes de 2013. O programa GloboNews Especial lança um olhar sobre 2013. A eleição do Papa Francisco e os protestos que tomaram as ruas do Brasil também foram destaques. Vale conferir:

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Em mensagem, Dilma tenta neutralizar principal fragilidade do governo: a economia

dom, 29/12/13por Gerson Camarotti |categoria Economia, Eleições 2014, Governo Dilma| tags Dilma
Na mensagem de Ano Novo que foi ao ar em cadeia nacional de rádio e televisão neste domingo, a presidente Dilma Rousseff aproveitou para fazer um balanço das ações de seu governo e responder de forma indireta algumas críticas que tem recebido por causa de problemas na gestão e também das dificuldades enfrentadas na economia. Para tentar neutralizar a principal fragilidade de seu governo, ela minimizou os efeitos da inflação ao reconhecer que houve problemas localizados, prometeu combater a alta de preços e destacou que não existe economia perfeita.

Análises internas no Palácio do Planalto, baseadas em pesquisas, indicam que a economia é o principal ponto de preocupação da população brasileira. Por isso, tanto destaque para esse tema no pronunciamento.

Para interlocutores de Dilma, a mensagem de Ano Novo da presidente foi uma espécie de plataforma de campanha para 2014, inclusive com a promessa de melhorar o padrão de vida dos brasileiros no próximo ano. Ela também alfinetou a oposição ao dizer que o governo sofreu críticas quando reduziu impostos e a conta de luz.

Ao longo do seu mandato, Dilma já fez 17 pronunciamentos. Essa é estratégia do Palácio do Planalto para dar visibilidade positiva para ela num momento em que disputará a reeleição. Os coordenadores informais da campanha avaliam que é preciso tirar proveito dessa vantagem de Dilma em relação aos seus opositores.

Em junho, na sequência da onda de protestos que tomou conta das ruas do país, Dilma despencou cerca de 30 pontos percentuais nas pesquisas. Depois disso, foi intensifica uma agenda positiva de viagens pelo país, eventos em Brasília e pronunciamentos. A estratégia já deu resultados e Dilma recuperou parte da popularidade perdida. Tanto, que na mensagem, Dilma fez questão de defender programas bem avaliados como o “Mais Médicos”.

Também faz parte dessa estratégia conseguir o maior número de partidos para garantir um tempo recorde na propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Pelo cálculo petista, Dilma terá metade de todo o tempo do palanque eletrônico. Para conseguir tantos partidos, a ordem é utilizar a reforma ministerial para acomodar aliados.

Na prática, Dilma não precisaria de tanta visibilidade já que é mais conhecida entre todos os candidatos. Mas o objetivo principal é tentar asfixiar as candidaturas dos seus dois principais opositores: o senador tucano Aécio Neves e o governador socialista Eduardo Campos, que precisam de exposição, pois ainda são desconhecidos do eleitorado.





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